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China garante um aumento das importações na próxima década
O presidente chinês Xi Jinping promete aumentar as importações, numa altura em que a economia mundial está a ser afetada pela covid-19.
A China importará, na próxima década, mais de 22 biliões de dólares (cerca de 19 biliões de euros) em mercadorias. Depois de a pandemia ter afetado a economia mundial, o presidente chinês Xi Jinping anunciou esta quarta-feira um aumento das importações, tal como prometido em 2018.
No vídeo de abertura da China International Import Expo (CIIE), uma feira anual dedicada às importações, o presidente chinês disse, de acordo com a Reuters, que o mundo não deve permitir que o unilateralismo e o protecionismo se assumam como as novas tendências mundiais.
"Devemos assumir uma postura construtiva para reorganizar o sistema de governação económica e promover uma economia mundial aberta", afirmou Xi Jinping segundo a Reuters. "Com uma população de 1,4 biliões, a China é o maior mercado do mundo tendo o maior potencial. O país deve importar um valor acumulado de mais de 22 biliões de dólares em mercadorias nos próximos 10 anos", reforçou ainda o presidente chinês.
Depois do surgimento da covid-19 na cidade chinesa de Wuhan, a economia mundial tem vindo a cair para níveis históricos. Somente a economia da China cresceu este ano, depois de o país ter conseguido controlar o número de infeções.
A feira de importações, feita pela primeira vez em 2018, foi realizada neste ano atípico presencialmente, contando com inúmeras medidas de segurança e restrições. Para os especialistas, o facto de o evento ser presencial, embora acessível a poucos devido à covid-19, demonstra que o país se encontra aberto a novas negociações e em fase de recuperação.
O presidente sérvio Aleksandar Vucic e Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, foram duas das personalidades que marcaram presença na CIIE, transmitindo os seus pareceres aos participantes. Embora a feira se destine à compra de produtos estrangeiros, são também discutidas, de acordo com as informações apuradas pela Reuters, questões estruturais e as práticas comerciais chinesas.
Xi garantiu que a China irá reduzir o número de produtos restritos e assinará mais acordos comerciais com outros países. A sua promessa é que sejam investidos 22 biliões de dólares tal como anunciado em 2018, sendo que se espera que o país importe 30 biliões de dólares em mercadorias e 10 biliões em serviços nos próximos 15 anos.
Em 2018, os chineses aumentaram 15,8% as suas importações, todavia esta subida inverteu-se em 2019. No ano transato, a China reduziu a importação de bens em 2,8% devido a uma desaceleração do seu crescimento económico, que atingiu mínimos idênticos ao verificados 30 anos antes.