O valor aplicado em Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) ultrapassou, pela primeira vez, o montante investido nos Certificados de Aforro (CA). No final de Março, os CTPM tinham um "stock" de 12.530 milhões de euros, o que compara com os 12.467 milhões de euros aplicados em CA, segundo dados divulgados esta segunda-feira, 24 de Abril, pela agência que gere o crédito público, o IGCP. De referir que, contrariamente aos CTPM, o valor do "stock" de CA inclui o valor dos juros capitalizados.

Os CTPM reforçaram o estatuto de um dos instrumentos de poupança de eleições. Em Março, as entradas líquidas foram de 464 milhões de euros. Foi o mês mais forte desde Janeiro de 2015, altura em que houve uma corrida a estes instrumentos para se antecipar um corte de remuneração que ocorreria no mês seguinte. Desde o início do ano, os CTPM já contribuíram com 1.250 milhões de euros para o financiamento do Estado.

Certificados de poupança contribuem com quase 800 milhões

Apesar das saídas de CA, os certificados de poupança continuam a ser um instrumento de financiamento relevante para o Estado. Em Março, entre saídas dos Certificados de Aforro e entradas nos Certificados do Tesouro Poupança Mais, o Tesouro captou 296 milhões de euros, o melhor mês desde Agosto do ano passado. Isto apesar de em Março o IGCP ter colocado em marcha uma oferta de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável, que decorreu de 27 de Março a 7 de Abril e que angariou 1.000 milhões de euros de financiamento.

No total do primeiro trimestre, os certificados de poupança renderam 794 milhões de euros para o financiamento do Estado, resistindo às saídas de CA. A meta para o total do ano é de 2.300 milhões de euros, segundo a última apresentação a investidores divulgada pelo IGCP, relativa a Fevereiro, e que exclui estimativas para as OTRV.

Juntando a emissão OTRV aos certificados de poupança, o retalho contribuiu já este ano com 1.794 milhões de euros para o financiamento do Estado.