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IGCP revê em alta meta para a almofada financeira

A agência liderada por Cristina Casalinho pretende fechar o ano com um valor em depósitos que cubra mais de metade das necessidades de financiamento de 2018. Previsão da almofada para 2020 foi aumentada de 4,5 mil milhões para dez mil milhões de euros.

Pedro Elias
28 de Abril de 2017 às 20:32
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A agência que gere o crédito público reviu em alta em 800 milhões de euros a meta para a almofada financeira que conta ter no final deste ano. Numa apresentação a investidores divulgada esta sexta-feira sobre o Programa de Estabilidade 2017-2021, o IGCP actualizou as indicações para o financiamento do ano. Uma das alterações está relacionada com a meta para a posição em tesouraria no final de 2017 e nos próximos anos.

"O IGCP espera terminar 2017 como uma posição em tesouraria de 7,2 mil milhões de euros, cobrindo mais de 50% das necessidades de financiamento de 2018, que se projecta que sejam de 12 mil milhões de euros", refere o documento divulgado esta segunda-feira, 28 de Abril. Na apresentação anterior feita a investidores, relativa a Fevereiro, a entidade liderada por Cristina Casalinho estimava terminar o ano com uma almofada financeira de 6,4 mil milhões de euros.

A agência refere que "planeia manter a estratégia de cobrir de forma preventiva as necessidades de financiamento nos próximos anos". Nos anos seguintes houve também revisões em alta do valor para a almofada. Em 2018, a meta sobe 500 milhões para seis mil milhões de euros. Em 2019, o valor planeado aumenta mil milhões para 5,5 mil milhões de euros. E em 2020 a previsão para a almofada financeira sobe de 4,5 mil milhões para dez mil milhões de euros.

A reafirmação desta estratégia surge numa altura em que o grupo trabalho sobre a sustentabilidade das dívidas pública e externa, criado pelo PS e Bloco de Esquerda, propõe uma redução da almofada financeira para conseguir uma poupança com juros.

Outra das medidas defendidas por esse grupo de trabalho é fazer novas amortizações antecipadas ao FMI. Nesse ponto, o IGCP refere que mais reembolsos "estão condicionados a uma nova autorização das instituições europeias e das condições de mercado". Ainda assim, a agência sinaliza um reembolso antecipado de 3,2 mil milhões de euros no próximo ano.


Plano de financiamento de 2017 cumprido em quase 50%

O IGCP actualizou ainda o andamento do financiamento do ano. O Estado já se financiou em 8,7 mil milhões de euros desde o início do ano, quase 50% dos 18,3 mil milhões de euros previstos para este ano.

Em relação à dívida de médio e longo prazo emitida nos mercados, o IGCP nota que a previsão é obter 15 mil milhões de euros no total do ano. Desse valor, 6,9 mil milhões de euros, 46% do total, já foram assegurados.

A outra grande fonte de financiamento do Estado são os investidores de retalho. A emissão líquida de certificados de poupança e de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável deverá representar 2,8 mil milhões de euros de financiamento durante 2017. Desse valor, 1,8 mil milhões, 64% da meta, já foi emitida.

O IGCP apresenta regularmente os planos de financiamento a investidores. Mas as previsões podem ser alteradas, dependendo das condições de mercado e de ajustes à estratégia de financiamento que a agência decida fazer. 

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