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Buffett: "as obrigações não são um bom sítio para se estar"

A carta anual de Warren Buffett é lida e relida pelos mercados. Na deste ano, o investidor fala das obrigações e das suas joias, mas passa quase ao lado da crise pandémica.

28 de Fevereiro de 2021 às 12:51
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A carta anual aos acionistas de Warren Buffett é lida e relida pelos mercados. A deste ano tem uma mensagem forte em relação às obrigações. "Não é o sítio para se estar neste momento", refere o investidor e multimilionário de 90 anos, presidente da Berkshire Hathaway na mensagem deste ano.

Diz mesmo que "os investidores de renda fixa em todo o mundo - sejam fundos de pensões ou seguradoras - enfrentam um futuro sombrio", isto apesar de, segundo o Financial Times, a Berkshire ser um forte investidores em títulos de dívida pública. Uma análise às contas anuais verifica-se que a Berkshire tem 3,339 mil milhões de dólares em dívida dos Estados Unidos e 11,232 mil milhões de outros países.

Mas para Buffett, as suas seguradoras estão financeira sólidas e garantidas pelo "enorme quantidade de liquidez" qye a Berkshire recebe de negócios fora do setor segurador, o que "permite às nossas seguradoras seguirem, seguramente, uma estratégia de capital intensivo, o que não é viável para a maioria das seguradoras. Esses concorrentes, quer por questões regulatórias, quer de 'ratings',  têm se de focar nas obrigações".


"Dá para acreditar que o rendimento recentemente disponível para uma obrigação a 10 anos dos Estados Unidos ('treasuries') - a 'yield no final do ano estava nos 0,93% - tenha caído 94% face aos 15,8% de 'yield' de setembro de 1981?", argumenta Buffett.

Mas deixa o aviso de quem procura dívida com rendimentos mais elevados mas de risco. "Algumas seguradoras, e outros investidores de obrigações, podem , as well as other bond investors, podem tentar compensar os retornos patéticos existentes mudando as suas compras para obrigações garantidas por tomadores duvidosos. Empréstimos de risco, no entanto, não são a resposta para inadequadas taxas de juro. Há três décadas, a outrora poderosa indústria creditícia auto-destruiu-se ignorando essa permissa".

Estes alertas são feitos no momento em que Buffett fala da sua primeira joia da coroa: as seguradoras. Mas na letra fala de mais três joias. A segunda é a companha ferroviária BNSF que detém na totalidade, e a terceira são os 5,4% que detém na Apple. A quarta joia é a companhia de energia, na qual detém 91%, a Berkshire Hathaway Energy (BHE).

Aproveita, aliás, o caso da Apple também para falar da compra de ações próprias que a própria Berkshire tem vindo a fazer. Foram 8,8 mil milhões de dólares só no quarto trimestre, elevando o valor investido em ações próprias aos 24,7 mil milhões para o conjunto do ano de 2020. "Fizémos essas compras porque acreditávamos qua tanto aumentariam o valor intrínseco por ação para os acionistas como deixariam a Berkshire com mais fundos para alguma oportunidade ou problema que possa vir a enfrentar". A Berkshire tem quase 140 mil milhões de dólares em disponibilidades.

O encontro anual da Berkshire com os acionistas será este ano a 1 de maio, novamente em modo virtual. Mas Buffett reservou uma surpresa, como ele afirma: será emitida através de Los Angeles. E na carta que só por uma vez- segundo a Bloomberg - falou da pandemia, Buffett conclui com um desejo: "Melhor será no dia em que nos voltaremos a ver cara a cara. Espero que seja em 2022" em Omaha.
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