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BCE acelera compras com aumento da tensão na Grécia
O impasse grego fez disparar os juros da dívida, mas as taxas acabaram por recuar no final da semana passada com o optimismo dos investidores quanto a um acordo. E o BCE, que aumentou as compras, também terá tido impacto no mercado.
O Banco Central Europeu (BCE) gastou mais dinheiro no âmbito do seu programa de compras de activos. Utilizou 14.337 milhões de euros na aquisição de títulos de dívida soberana, mas também "covered bonds" e instrumentos de dívida titularizados, um aumento face ao valor utilizado na semana anterior. Um acelerar de compras para o qual poderá ter contribuído o agudizar das tensões com a Grécia.
De acordo com a informação semanal prestada pela autoridade monetária da Zona Euro, na semana terminada a 19 de Junho foram gastos mais 421 milhões de euros face à semana anterior (e 373 milhões de euros comparativamente com a mesma semana de Maio). Houve um acelerar do programa como já tinha sido prometido, mas que não se vislumbrou nas últimas semanas.
O aumento das compras foi, contudo, conseguido à custa do maior investimento feito pelo BCE nas obrigações dos países (diminuíram as compras de "covered bonds" e instrumentos de dívida titularizados). Só em dívida soberana, o BCE gastou 11.970 milhões de euros, 83,5% do total, isto num período conturbado nos mercados de dívida europeia.
Com o aproximar do final do prazo para que seja alcançado um acordo entre os credores e a Grécia, antes de esta ver o programa chegar ao fim, os investidores afastaram-se da dívida do euro.
O resultado foi a subida das taxas dos vários países, excepto da Alemanha, movimento que foi revertido no final da semana perante a expectativa de que haja um entendimento. O BCE poderá ter contribuído para o alívio nas taxas exigidas pelos países aos investidores com o acelerar do volume de compras de dívida no mercado secundário.