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Banco Montepio paga juro de 10% por emissão de 200 milhões a três anos
A instituição financeira colocou nova dívida junto de 44 investidores institucionais. O preço foi de 100% e a taxa de juro foi fixada em 10%, ao ano, durante os primeiros dois anos.
O Banco Montepio emitiu 200 milhões de euros em dívida sénior preferencial a três anos, junto de investidores institucionais, tendo a taxa de juro ficado nos 10%, informou o banco em comunicado enviado à CMVM.
"O Banco Montepio informa que fixou as condições finais de uma emissão de títulos representativos de dívida sénior preferencial ao abrigo do seu Programa de ‘EMTN (Euro Medium Term Note)’, elegível para cumprimento do requisito mínimo de fundos próprios e passivos elegíveis (na sigla inglesa MREL)", pode ler-se na nota enviada ao supervisor.
A emissão terá um prazo de três anos, com opção de reembolso antecipado pelo banco no final do segundo ano. O preço foi de 100% e a taxa de juro foi fixada em 10%, ao ano, durante os primeiros dois anos.
A instituição financeira ultrapassa assim o seu par húngaro Raiffeisen que em novembro colocou 300 milhões euros no mercado com um cupão de 8,75%, passando a ser o banco que oferece o cupão mais avultado de sempre para uma emissão em dívida preferencial sénior denominada em euros, de acordo com as contas da Bloomberg.
No final do segundo ano, se a emissão não for reembolsada na data de reembolso opcional, a taxa de juro no terceiro ano será indexada à Euribor a três meses adicionada de um "spread" de 6,234%. A liquidação da operação ocorre na próxima segunda-feira, dia 30 de outubro.
"A emissão foi colocada com sucesso junto de 44 investidores institucionais na sequência de um ‘roadshow’, tendo a alocação final incluído investidores de França (28%), Portugal (25%), Reino Unido (21%), Espanha (13%) e Itália (8%), entre outros", acrescenta o banco em comunicado.
O Banco Santander, o Crédit Agricole Corporate and Investment Bank, o J.P. Morgan SE e o NatWest Markets foram os "joint lead managers" e "bookrunners" da operação.
"Esta emissão constitui uma das medidas previstas no plano estratégico definido pelo Banco Montepio para o cumprimento, em janeiro de 2025, dos requisitos regulamentares no âmbito do MREL, a par do continuado reforço dos rácios de capital através da geração orgânica, da constante melhoria da qualidade dos ativos e da manutenção de um plano de financiamento adequado ao cumprimento desses requisitos", esclarece o Banco Montepio.
Há uma semana, a Bloomberg já tinha dado conta que o banco Montepio tinha mandatado o Crédit Agricole, o JP Morgan, o Santander e o NatWest Markets para organizar uma série de reuniões com investidores institucionais.
O Banco Montepio prevê que a emissão "receba um ‘rating’ de B1 / B+ / B (high) pela Moody's /Fitch / DBRS". A instituição financeira detém um "rating" de B1 pela Moody’s , B+ pela Fitch e B (high) pela DBRS.
(Notícia atualizada às 9:01 horas com o comunicado enviado pelo Banco Montepio à CMVM).