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Agência Moody's mantém 'rating' de Macau e melhora perspectiva para "estável"  

A agência de notação financeira Moody's manteve o 'rating' de Macau em Aa3 e alterou a perspectiva sobre a economia de "negativa" para "estável", considerando que as 'almofadas' financeiras são suficientes para atenuar choques económicos.  

11. Macau - 7,67 euros por 3GB/mês
Reuters
25 de Maio de 2017 às 07:42
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Depois de em 2016 ter reduzido o 'rating' de Macau de Aa2 para Aa3, a Moody's anunciou, num comunicado enviado na quarta-feira à noite, que manteve a avaliação da economia, sublinhado que as 'almofadas' financeiras da região, "que se mantiveram intactas perante uma desaceleração económica, dão ao governo meios suficientes para mitigar o impacto económico de potenciais futuros choques".

 

As receitas dos casinos de Macau caíram pelo terceiro ano consecutivo em 2016, registando uma queda de 3,3% que se seguiu à diminuição de 34,3% em 2015 e de 2,6% em 2014.

 

Arrastada pelo desempenho do sector do jogo, a economia de Macau contraiu-se em 2016 pelo terceiro ano consecutivo e o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 2,1% em termos reais.

 

No entanto, após 26 meses consecutivos de quedas anuais homólogas, as receitas dos casinos voltaram a subir em agosto do ano passado, tendência que se tem mantido.

 

Apesar desta contracção do PIB, Macau "alargou o seu longo historial de excedentes orçamentais", permitindo que o Governo se mantivesse sem dívida e com "largas reservas de cerca de 472 mil milhões de patacas (52 mil milhões de euros) em Março de 2017, o que equivale a seis anos de despesas públicas", salientou o relatório da agência de notação.

 

A Moody's afirmou esperar que Macau "continue a angariar excedentes orçamentais e a acumular reservas fiscais nos próximos anos, ainda que a um ritmo mais lento do que antes da mudança descendente no jogo".

 

A agência acrescentou que o excedente deve aumentar para 28% do PIB em 2018, o que vai "continuar a facilitar a acumulação de reserva".

 

O relatório indicou também que os esforços para diversificar a economia de Macau "começam a dar frutos": há um aumento da despesa 'per capita' em compras, restauração, entretenimento, alojamento e espaços para conferências, além de um maior número de espaços para actividades não relacionadas com jogo nos novos hóteis-casino.

 

A agência norte-americana disse acreditar que a construção da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, o novo terminal de barcos, inaugurado na semana passada, o desenvolvimento de linhas férreas de alta velocidade na China e o aumento das viagens aéreas para Macau vão ajudar a trazer mais turistas para a cidade.

 

Outro ponto considerado positivo foi a maior aposta no mercado de massas, em detrimento do sector VIP, para grandes apostadores, algo que irá "aumentar a resiliência do sector do jogo".

 

O relatório deixou também elogios à política fiscal e à supervisão bancária da Autoridade Monetária que "contribuíram para a estabilidade financeira".

 

Ainda assim, a Moody's alertou para "o desafio" de implementar políticas eficazes numa pequena economia "vulnerável a súbitos choques externos" e apontou a falta de "um enquadramento fiscal a médio prazo para ancorar políticas fiscais a longo prazo".

 

A passagem da perspectiva económica de "negativa" para "estável" é justificada com "a avaliação de que os riscos de crédito foram equilibrados".

 

"Esperamos que a recuperação da economia de Macau continue nos próximos dois a três anos, apoiada pela contínua diversificação, focada em actividades não-jogo", indicou.

 

No entanto, "Macau vai continuar exposto a vários potenciais choques, particularmente relacionados com o desenvolvimento das políticas económicas e financeiras da China".

 

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