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Bolsas europeias mantêm otimismo natalício. "Cruz da Morte" antecipa queda do crude
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quarta-feira.
Bolsas e juros mantém otimismo natalício na Europa. Bayer sobe 2% à boleia de decisão judicial
A Europa mantém o espírito da oitava de natal, num otimismo que também se sentiu no mercado da dívida, onde os juros das obrigações da Zona Euro aliviaram, tendo a "yield" nacional renovado mínimos de 30 de agosto.
Os investidores conservam a expectativa de que os principais bancos "drivers" do mercado, a Reserva Federal (Fed) norte-americana e Banco Central Europeu (BCE) comecem a cortar os juros diretores em 2024.
O Stoxx 600 – "benchmark" para o mercado europeu - valorizou 0,21% para 478,62 pontos. Entre os 20 setores que compõem o índice, "oil & gas" e banca lideraram os ganhos.
Entre as principais praças europeias, Frankfurt valorizou 0,21%, Londres arrecadou 0,36% e Paris terminou na linha de água (0,04%).
Madrid somou 0,10%, Amesterdão cresceu 0,18% e Milão ganhou 0,22%. Por cá, a bolsa de Lisboa terminou o dia sem rumo definido (0,04%).
Os investidores estiveram atentos às ações da Bayer, que terminaram o dia a valorizar 2,32% para 33,47 euros, renovando máximos de um mês. A farmacêutica alemã ganhou uma ação nos EUA, relativa ao seu herbicida Roundup.
Um indivíduo nos EUA, levou a empresa a um tribunal na Califórnia, acusando que tinha sido o herbicida a provocar-lhe cancro. O juiz considerou que o "Roundup não causa cancro e não é responsável pela doença do queixoso". A Bayer tem enfrentado várias ações em tribunal com alegações semelhantes.
Petróleo cede 1%. "Cruz da Morte" antecipa queda do crude
Depois do "rally", é tempo de parar e corrigir. O petróleo perde aproximadamente 1%, tanto em Londres como em Nova Iorque, com os investidores atentos a vários indicadores técnicos, numa altura que serve para recalibrar posições, antes do arranque do próximo ano.
O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – cede 1,03% para 74,49 dólares por barril.
Por sua vez, o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – cai 1% para 80,26 dólares por barril.
Tanto as cotação do Brent como do WTI apresentam graficamente, pela primeira vez desde setembro do ano passado, o que é conhecido no jargão da análise técnica financeira como "cruz da morte", ou seja, quando uma média móvel a curto prazo, neste caso a 50 dias, fica abaixo de outra de longo termo, neste caso de 200 dias, gerando uma interseção.
Esta "cruz da morte" é assim conhecida por dar sinais de que um mercado em alta está prestes a inverter para uma tendência negativa.
Por outro lado, os contratos encontram-se numa situação de contango. Os dois contratos de WTI mais próximos detém um "spread" de 14 cêntimos, tendo-se encurtado face aos 23 cêntimos contabilizados há uma semana.
Alguns analistas, citados pela Bloomberg, atribuem esta mudança ao exercício de cobertura de risco por parte dos "traders".
Além disso, é preciso ter em conta o menor volume de negociação, próprio do período de férias do Natal, que torna a negociação mais volátil.
Dólar e yuan em queda com investidores de olhos postos no futuro. Iene soma e segue
O dólar cai 0,6% para 0,9001 euros. De forma mais ampla - e já fora numa lógica de pares cambiais, comparando-se assim face a um cabaz de outras divisas – o índice do dólar da Bloomberg cede 0,44% para 101,020 pontos.
Na última reunião de política monetária, a Fed fortaleceu a expectativa do mercado, ao apontar no seu "dot plot" para um corte dos juros diretores em 75 pontos base. Ora o alívio da política monetária tende a penalizar a moeda da jurisdição do banco central.
Já o yuan cai 0,13% para 0,1398 dólares. Os lucros da indústria chinesa aumentaram 29,5%, em termos homólogos, em novembro, acelerando de forma acentuada face ao crescimento de 2,7% - face a igual período de comparação em outubro.
Ainda assim, estes números não conseguiram desfazer a neblina de incerteza que recai sobre os investidores no que diz respeito ao crescimento económico do país.
Por seu lado, a moeda nipónica avança 0,09%, com os investidores a pagarem 142,3925 ienes por cada dólar. Desde mínimos de novembro, a moeda japonesa já ganhou 6%, à boleia da expectativa de que a política monetária expansionista do Banco do Japão (BoJ) esteja perto do fim.
Mercado já dá corte de juros como praticamente certo até março. Ouro sobe
O ouro negoceia em alta, mantendo-se próximo de máximos históricos. Os mercados financeiros continuam a incorporar um corte agressivo dos juros diretores nos EUA a partir do próximo ano.
O metal amarelo valoriza 0,32% para 2.074,37 dólares por onça. Desde o início do ano, o metal precioso ganha aproximadamente 13%, o primeiro crescimento anual em três anos, tendo no início do mês batido um recorde, ao tocar nos 2.135,39 dólares por onça.
Na última reunião de política monetária, a Fed fortaleceu a expectativa do mercado, ao apontar no seu "dot plot" para um corte dos juros diretores em 75 pontos base.
Atualmente, no mercado de "swaps", os preços incorporam a probabilidade de 80% de cortes na taxa dos fundos federais até março de 2024.
O alívio da política monetária do banco central norte-americano favorece o metal amarelo em duas frentes, já que faz cair o dólar, tornando o investimento em matérias-primas denominadas na nota verde (como é o caso do ouro) mais atrativas para quem negoceia com outras moedas, e faz o metal precioso brilhar mais face à dívida (o que não acontece quando as "yields" das obrigações estão elevadas, já que o ouro não remunera juros).
S&P 500 e Dow à procura de tendência. Analistas apontam para "ressaca" após "rally" de Natal
Wall Street arrancou com dois dos principais índices (o Dow Jones e S&P 500) na linha de água e com o Nasdaq a negociar no verde, numa altura em que os analistas alertam para o facto de o mercado já dar sinais de ter entrado em terreno de "sobrecompra".
O mercado acionista norte-americano tem sido sustentado por um otimismo de que a Reserva Federal (Fed) norte-americana comece a cortar os juros diretores no próximo ano, num clima pleno de "rally" do Pai Natal.
O industrial Dow Jones negoceia na linha de água (0,02%) em 37.550,53 pontos, enquanto o (S&P 500) mantém-se também praticamente inalterado (0,06%) em 4.777,57 pontos.
O "benchmark" mundial fechou a sessão desta terça-feira a 0,5% do seu máximo histórico, alcançado em janeiro do ano passado (4.818,62 pontos).
Já o tecnológico Nasdaq Composite cresce 0,17% para 15.100,46 pontos.
O otimismo dos investidores sobre o potencial corte de juros a partir de março – reforçado pelo mais recente "dot plot" da Fed – leva alguns analistas a considerarem que o mercado acionista norte-americano pode estar em sobrecompra, o que poderá naturalmente levar a uma correção.
Ainda assim, "os compradores do S&P 500 certamente não vão recuar, antes de conseguirem atirar o índice para novos máximos históricos esta semana ou na próxima", acredita Ipek Ozkardeskaya, analista sénior do Swissquote Bank.
Mas e depois de tanto otimismo, irá o mercado obedecer à velha regra de correção para o "fair value"? Ipek Ozkardeskaya acredita que sim. "O otimismo do mercado é exagerado", defende a analista sénior do Swissquote, isto porque "a Fed, provavelmente, vai cortar os juros mas não na velocidade que atualmente esta incorporada nos preços de mercado".
Assim, "quando o ‘rally’ do Pai Natal passar a ressaca vai chegar", remata a especialista.
Os investidores estão atentos às ações da Coherus Biosciences, que escalam mais de 21,62% depois de o regulador norte-americano para o medicamento (na sigla inglesa FDA) ter dado luz verde a um fármaco da empresa destinado a prevenir infeções no contexto pós-quimioterapia.
Taxas Euribor descem a três meses, a seis e a 12 meses
A taxa Euribor desceu hoje a três meses, a seis e a 12 meses, face a sexta-feira, tendo batido mínimos em todos os prazos e permanecido abaixo de 4% em todos eles.
Com as alterações de hoje, a Euribor a três meses, que desceu para 3,925%, ficou acima da taxa a seis meses (3,885%) e da registada a 12 meses (3,556%).
A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 28 de novembro, desceu hoje para 3,556%, menos 0,027 pontos do que na sexta-feira e um novo mínimo desde 28 de março de 2023 (3,542%), depois de ter subido em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008.
Segundo dados do BdP referentes a outubro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 37,8% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 35,9% e 23,6%, respetivamente.
No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, também recuou hoje, para 3,885%, menos 0,010 pontos que na sexta-feira, um novo mínimo desde 21 de julho de 2023 e contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.
Já a Euribor a três meses também caiu hoje face à sessão de sexta-feira, ao ser fixada em 3,925%, menos 0,006 pontos, um novo mínimo desde 22 dezembro de 2023 (3,931%) e depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na mais recente reunião de política monetária, em 14 de dezembro, o BCE manteve as taxas de juro de referência pela segunda vez (consecutiva) desde 21 de julho de 2022.
A próxima reunião de política monetária do BCE, que será a primeira de 2024, realiza-se em 25 de janeiro.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
*Lusa
Europa abre mista. Maersk cai 4% após anunciar retoma da circulação no Mar Vermelho
Os principais índices europeus estão a negociar mistos esta quarta-feira, no dia em que as praças europeias retomaram a negociação após o período de férias natalícias.
O índice de referência do Velho Continente, Stoxx 600, desliza 0,02% para 477,52 pontos, mantendo-se a negociar perto de máximos de janeiro de 2022. A maior parte dos setores negoceia em terreno negativo, embora com perdas ligeiras.
Em sentido positivo, estava o setor de petróleo e gás, juntamente com o de tecnologia, que sobem mais de 0,5%.
Entre os principais movimentos de mercado, a AstraZeneca avança 1,57%, após ter acordado a compra da chinesa Gracell Biotechnologies, que desenvolve terapias celulares.
Já a Bayer soma 2,29%, depois de ter anunciado que venceu um processo nos Estados Unidos relacionado com o seu herbicida Roundup.
A Maersk, por sua vez, perde 4,34%, após ter anunciado que vai retomar a passagem dos seus navios pelo Mar Vermelho. A transportadora justificou a decisão pela existência de uma "task-force" marítima liderada pelos EUA para garantir a segurança na região.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cede 0,04%, o italiano FTSEMIB recua 0,11% e o espanhol IBEX 35 cai 0,32%.
Nos ganhos, o francês CAC-40 avança 0,11% e o britânico FTSE 100 sobe 0,29%. Em Amesterdão, o AEX regista um acréscimo de 0,28%.
Juros aliviam na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a aliviar esta quarta-feira, acompanhando uma descida da "yield" obrigações soberanas japonesas, depois de os responsáveis do Banco do Japão terem indicado que não têm pressa para abandonar a política de taxas de juro negativas.
Os juros da dívida portuguesa a dez anos cedem 1,1 pontos base para 2,499%, abaixo de 2,5% e a renovar mínimos de agosto de 2022. A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, recua 2,9 pontos para 1,997%.
A rendibilidade da dívida espanhola cede 2 pontos base para 2,854%, ao passo que os juros da dívida italiana recuam 1,7 pontos para 3,508% e os da dívida francesa cedem 2,9 pontos para 2,448%.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica aliviam 3,4 pontos base para 3,468%.
Euro e dólar inalterados. Iene perde após divulgação de atas da última reunião do BoJ
O euro está a negociar inalterado face ao dólar, nos 1,1042 dólares, com a moeda única europeia a negociar perto de máximos de quatro meses. A expectativa de que a Reserva Federal poderá começar a cortar as taxas de juro em breve está a centrar atenções dos investidores.
Já o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da nota verde contra 10 divisas rivais - desliza 0,01% para 101,455 dólares. O índice está a caminho do segundo mês de perdas consecutivo.
Tanto o euro (0,28%), como o dólar (0,29%), estão a valorizar face ao iene, depois de terem sido divulgadas as atas da última reunião de política monetária do Banco do Japão (BoJ) esta quarta-feira.
Os responsáveis do banco central discutiram o "timing" de um potencial corte das taxas de juro, o primeiro desde 2007, mas vários membros mostraram calma na tomada dessa decisão.
Ouro recua, mas caminha para primeiro ganho anual em três anos
O ouro está a negociar ligeiramente em baixa, ainda assim perto de máximos históricos e a caminho de uma valorização de 13% no ano - o primeiro ganho anual dos últimos três anos.
O metal precioso recua 0,1% para 2.056,68 dólares por onça, com os investidores a preparem-se para o início de cortes das taxas diretoras pela Reserva Federal, o que beneficia o ouro, que não rende juros.
Os mercados de "swaps" apontam, em 80%, para que o primeiro corte dos juros de referência aconteça em março.
Petróleo sem rumo definido. Atenções centram-se no Mar Vermelho
Os preços do petróleo estão a negociar sem rumo definido, com ganhos e perdas ligeiras, numa altura em que os investidores continuam a avaliar a situação no Mar Vermelho. Isto depois de algumas grandes transportadoras marítimas terem retomado a passagem pelo Estreito de Al-Mandab, mesmo com novos ataques por parte das milícias houthis do Iémen.
O West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, cede 0,09% para 75,5 dólares por barril. Por sua vez, o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, avança 0,2% para 81,23 dólares por barril.
Os dois índices avançaram mais de 2% esta terça-feira, com os novos ataques a navios no Mar Vermelho a renovarem receios de disrupções no fornecimento de crude. Mesmo sem o abrandamento das tensões, várias transportadoras anunciaram que iam voltar a circular pela região.
Investidores retornam do Natal e Europa aponta para ganhos. Ásia valoriza
Os principais índices europeus estão a apontar para ganhos na abertura da sessão desta quarta-feira, após terem estado encerrados devido ao período natalício, acompanhando assim as congéneres asiáticas e norte-americanas.
A fomentar o "rally" de final de ano continua a estar a possibilidade de a Reserva Federal vir a cortar as taxas de juro já em março. Isto mesmo depois de vários responsáveis já terem referido que este cenário é demasiado otimista.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 somam 0,6%.
Na Ásia, a sessão foi positiva, com o índice agregador das praças da região, MSCI Asia Pacific, a valorizar mais de 1%, a caminho de um máximo de fecho de quatro meses.
As cotadas em Hong Kong foram as que mais valorizaram, com as tecnológicas chinesas a ganharem, depois de Pequim ter optado por levantar algumas das proibições aplicadas às indústria dos videojogos.
No Japão, os índices também negociaram em alta, depois de vários membros do Banco do Japão terem afirmado que não têm pressa em terminar a política de taxas de juro negativas, o que penalizou o iene.
Pela China, o Hang Seng, em Hong Kong, soma 1,9% e o Shanghai Composite avança 0,54%. No Japão, tanto o Topix como o Nikkei subiram 1,13%. Na Coreia do Sul, o Kospi ganha 0,42%.