Notícia
Ouro e euro atingem recordes. Bolsas europeias derrapam com turismo a liderar as quedas
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Wall Street ganha terreno à espera de novos estímulos
O Dow Jones fechou a somar 0,39% para 26.573,02 pontos e o Standard & Poor’s 500 avançou 0,74% para 3.239,41 pontos – acumulando assim, de novo, um saldo anual positivo (atualmente de 0,27%).
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite valorizou 1,67% para 10.536,27 pontos.
O setor tecnológico esteve entre os melhores desempenhos do dia, numa semana em que a Apple, Amazon, Facebook e Alphabet reportam as suas contas trimestais.
A Tesla foi uma das cotadas que mais impulsinou o Nasdaq, a ganhar 8,65% para 1.539,60 dólares.
A contribuir para o bom momento de hoje em Wall Street esteve a expectativa de que os republicanos do Senado norte-americano apresentem ainda esta segunda-feira uma proposta relativa a um novo pacote de estímulos, no valor de 1 bilião de dólares – que terá depois de ser negociada com os democratas antes de as novas ajudas ao desemprego (já aprovadas no período da pandemia) expirarem na próxima sexta-feira.
Os investidores estão à espera de acordo para um novo pacote de estímulos, se bem que alguns receiem que essa ajuda possa não ser suficiente.
Covid-19, dólar fraco, tensões EUA-China e estímulos da Fed dão recordes ao ouro
O metal amarelo atingiu hoje novos máximos de sempre, a capitalizar o seu estatuto de valor-refúgio.
O ouro a pronto (spot) segue a somar 1,94% para 1.937,90 dólares por onça em Londres, ao passo que o contrato de futuros para entrega de ouro em agosto – negociado no mercado nova-iorquino (Comex) – avança 2,15% para 1.938 dólares.
Tanto em Londres como em Nova Iorque, o metal precioso marcou novos máximos históricos – ao superar os recordes marcados em setembro de 2011 – e agora todas as atenções estão centradas na rapidez com que poderá chegar ao patamar dos 2.000 dólares.
No mercado londrino, o ouro atingiu esta segunda-feira um máximo de 1.945,26 dólares por onça e nos EUA fixou um recorde nos 1.941,90 dólares.
A contribuir para este movimento de subida do ouro continuam a estar as tensões entre Washington e Pequim, intensificadas depois do encerramento dos consulados de Houston e Chengdu.
Estas fricções colocaram o índice do dólar no valor mais baixo desde setembro de 2018. E a depreciação da nota verde está igualmente a ajudar a impulsionar o ouro, que é denominado em dólares e que fica, assim, mais atrativo.
O ouro está também a ser catapultado pelo aumento da incerteza política e económica provocada pela pandemia de covid-19, bem como pela expectativa de novos estímulos por parte do banco central norte-americano, a Fed.
As medidas dos bancos centrais, que têm respondido à desaceleração do crescimento e ao ressurgimento do vírus com cortes das taxas de juro e injeções de liquidez nos mercados, têm alimentado os receios de inflação – o que costuma desvalorizar outros ativos – e têm também diminuído as rendibilidades das obrigações soberanas, tornando assim o ouro mais atrativo como investimento.
Europa derrapa com turismo a liderar as quedas
As principais praças europeias terminaram o dia de hoje "no vermelho" com o setor do turismo, que engloba as principais transportadores aéreas da Europa, a liderar as quedas.
O Stoxx600, que agrupa as 600 maiores cotadas da região, recuou 0,14% para 366,78 pontos, com as praças no "velho continente" a oscilarem entre um lado de 0,07% em Amesterdão e uma queda de 1,56% em Madrid. Esta foi a segunda queda consecutiva para o índice de referência europeu.
O setor do turismo destaca-se como o pior "performer" do dia, com as companhias aéreas EasyJet e Ryanair a acumularem quedas de cerca de 10%, recuando para mínimos de maio deste ano. Isto depois de o Reino Unido ter decidido manter fechados os corredores aéreos com países como Espanha e Portugal.
As empresas europeias estão a superar as expectativas em termos de resultados trimestrais, mas a reação das ações não tem conseguido refletir esse movimento, de acordo com uma nota do Morgan Stanley. O banco de investimento mostra que 58% das empresas está a divulgar números acima do esperado.
Juros dos países periféricos recuam com exceção da Grécia
Os juros da dívida soberana dos países chamados periféricos da Zona Euro baixaram no arranque da semana, com exceção da Grécia, onde a taxa de juro subiu um ponto base, para 1,062%.
Ainda a beneficiar do acordo alcançado para o plano de recuperação económica da União Europeia, os juros de Itália recuaram 0,9 pontos base, para 0,985%, mínimo desde 3 de março.
A dívida portuguesa a 10 anos registou uma descida de 0,7 pontos base, para 0,340%, enquanto os juros dos títulos de igual maturidade de Espanha cederam 0,9 pontos, para 0,335%.
As "bunds" alemãs, que são a referência do mercado, baixaram em 4,5 pontos base, para -0,495%.
Tensões EUA-China e covid-19 pressionam petróleo
As cotações do "ouro negro" seguem a negociar em terreno negativo nos principais mercados internacionais.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em setembro cede 1,65% para 41,61 dólares por barril.
Já o contrato de setembro do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 1,98% para 42,48 dólares.
Os preços da matéria-prima continuam a ser pressionados pelas tensões entre Washington e Pequim, depois do encerramento dos consulados de Houston e Chengdu.
Por outro lado, o número mundial de casos de covid-19 já supera os 16 milhões, o que contribui para os receios dos investidores, que temem que o impacto económico do ressurgimento do coronavírus penalize uma vez mais o consumo de combustível.
Euro sobe mais de 3% em sete sessões
O euro está a subir mais de 1% na sessão desta segunda-feira, tendo renovado máximos desde setembro de 2018 (22 meses) nos 1,1781 dólares. A moeda europeia acumula já uma série de sete sessões consecutivas em alta, período em que acumulou uma valorização de 3,5%, o que pouco habitual neste par cambial.
O euro beneficia sobretudo com a perda de valor do dólar contra as principais moedas mundiais, numa altura em que os investidores estão a afastar-se da moeda norte-americana devido ao impacto mais forte da pandemia no país e às perspetivas mais fracas para a evolução da economia.
O índice do dólar está a perder terreno há sete dias e segundo a Bloomberg encaminha-se para registar em julho a queda mais forte desde 2010.
A moeda única tem valorizado com o acordo alcançado ao nível dos chefes de Governo e de Estado da União Europeia para um plano de recuperação da crise pandémica no valor global de 1,8 biliões de euros. Já o dólar tem sido penalizado pelo impasse no novo programa de estímulos dos EUA e com a expectativa da reunião da Reserva Federal, que arranca amanhã a termina quarta-feira.
Wall Street em leve alta com novos estímulos à espreita
Os principais índices dos Estados Unidos abriram a sessão desta segunda-feira em alta, com os investidores a olharem para novos estímulos por parte da Reserva Federal, numa semana marcada por uma série de resultados que vão centrar atenções, de empresas como a Apple ou a Boeing.
Por esta altura, o Dow Jones segue estável nos 26.456,40 pontos e o S&P 500 avança 0,09% para os 3.219,48 pontos. O tecnológico Nasdaq Composite valoriza 0,76% para os 10.442,00 pontos.
Graças aos estímulos lançados pela Fed e pela Casa Branca, o S&P 500 está agora a apenas 5% dos máximos históricos atingidos em fevereiro deste ano, antes da pandemia se ter feito sentir. Agora, os analistas apontam como provável novos estímulos por parte do banco central da maior economia do mundo, na reunião de dois dias desta semana.
Pelo menos, mesmo que não venham já novos estímulos, é provável que Jerome Powell, líder da instituição, prepare o caminho para novos pacotes de ajuda em setembro ou outubro.
Para além dos apoios do banco norte-americano, os investidores olham com agrado também para os novos estímulos desenhados pelo governo do país. Espera-se que os republicanos divulguem um pacote de cerca de 1 bilião de dólares a ser negociado ainda com os democratas.
Em foco continua também a temporada de resultados empresariais. Empresas como a Boeing, a Pfizer, o Facebook, a Apple, a Amazon e a Alphabet, dona da Google, irão divulgar os números nos próximos dias.
Bolsas europeias no vermelho com DAX a contrariar
A generalidade das principais bolsas europeias está a negociar em queda na sessão desta segunda-feira, 27 de julho. O índice alemão DAX é a exceção, seguindo a negociar com ganhos de 0,19%.
Já o Stoxx600 recua 0,39% para 365,84 pontos. É a segunda queda seguida para o índice de referência europeu, que assim transaciona no nível mais baixo desde 14 de julho.
Com as quedas a predominarem, os setores das viagens e turismo e das telecomunicações registam as perdas mais acentuadas. Já as matérias-primas e o setor químico são os únicos a negociar em alta.
No setor ligado ao turismo, a EasyJet (-11,82% para mínimos de 15 de maio) e a Ryanair (-7,20% para mínimos de 20 de maio) são as cotadas que mais condicionam, isto depois de o Reino Unido ter decidido manter fechados os corredores aéreos com países como Espanha e Portugal.
A companhia aérea irlandesa está ainda a ser pressionada pelos resultados relativos ao primeiro trimestre fiscal que foram hoje conhecidos: a Ryanair perdeu 185 milhões de euros entre abril e junho.
Nota ainda para o lisboeta PSI-20, que não escapa à tendência pessimista com uma queda de 0,66% para 4.462,51 pontos.
Juros sem rumo definido
Os juros das dívidas públicas transacionam sem tendência definida na área do euro. A "yield" associada às obrigações soberanas de Portugal com prazo a 10 anos sobe 0,7 pontos base para 0,354%.
Trata-se da segunda subida seguida, a exemplo do que acontece com a taxa de juro correspondente aos títulos espanhóis que, na mesma maturidade, avança 1,3 pontos base para 0,358%.
Já a "yield" referente às obrigações italianas a 10 anos mantém-se inalterada em 0,995%, enquanto a taxa de juro referente às "bunds" germânicas com o mesmo prazo cede 0,6 pontos base para -0,456%.
Petróleo cai com tensão EUA-China
O preço do petróleo volta a negociar em queda nos mercados internacionais. Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é usado como valor de referência para as importações nacionais, cai 0,46% para 43,14 dólares por barril.
Pela sua vez, em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) desliza 0,44% para 41,11 dólares.
O conflito diplomático assente no mútuo encerramento de consulados fez com que nos mercados ressurja o medo quanto a uma nova escalada na relação entre as duas maiores economias mundiais. O receio prende-se sobretudo com uma espiral protecionista idêntica à verificada há um ano.
O potencial impacto na procura global pela matéria-prima decorrente da tensão comercial entre os EUA e a China está assim a prevalecer face aos sinais positivos relacionados com a evolução da pandemia, em particular a redução de fatalidade e de novos casos de covid-19 em estados como o Texas, a Florida e a Califórnia.
Euro avança para máximo 22 meses
A moeda única europeia segue a valorizar nos mercados cambiais pela sétima sessão consecutiva, estando agora a apreciar 0,42% para 1,1705 dólares.
No entanto, esta manhã o euro já transacionou nos 1,1725 dólares, um máximo de 27 de setembro de 2018, ou seja, o valor mais alto em precisamente 22 meses.
Por seu turno, o dólar perde terreno há sete dias seguidos no índice da Bloomberg que mede o comportamento da divisa norte-americana contra um cabaz composto pelas principais moedas mundiais.
O euro tem vindo a valorizar apoiado no acordo alcançado ao nível dos chefes de Governo e de Estado da União Europeia para um plano de recuperação da crise pandémica no valor global de 1,8 biliões de euros.
Ouro atinge máximo de sempre e aproxima-se dos 2 mil dólares
O metal precioso atingiu um máximo histórico esta segunda-feira ao negociar nos 1.944,71 dólares por onça, pelo que a matéria-prima se aproxima assim de inéditos 2 mil dólares por onça.
O ouro segue nesta altura a somar 1,68% para 1.934,00 dólares por onça, continuando assim a beneficiar dos sinais de incerteza que continuam a prevalecer nos mercados, o que aguça o apetite dos investidores por ativos considerados de refúgio. O metal precioso registou a a maior subida intradiária desde abril, quando disparou 2,24% para 1.944,71 dólares por onça no mercado à vista em Londres.
Por outro lado, os investidores aguardam pela reunião desta semana da Reserva Federal dos Estados Unidos, da qual poderão sair novas políticas monetárias expansionistas, o que tenderá a reforçar ainda mais o valor deste metal.
O ouro vê ainda o seu valor reforçado pela tendência de desvalorização do dólar, uma vez que a divisa de reserva internacional está a perder valor há sete dias consecutivos.
Futuros em alta em semana de reunião da Fed
Os futuros negociaram em terreno positivo nesta segunda-feira, 27 de julho, recuperando assim das quedas verificadas no final da semana passada, causadas sobretudo pelo reagravar de tensão na relação entre os Estados Unidos e a China.
Os futuros do Stoxx 50 somaram 0,2% e os do S&P 500 cresceram 0,4%, em linha com os ganhos também verificados nas bolsas asiáticas neste arranque de semana.
A relação bilateral entre as duas maiores economias mundiais continua a causar apreensão junto dos investidores, os quais continuarão também atentos ao evoluir da pandemia nos Estados Unidos, isto depois do recuo no registo de novos casos em alguns dos estados norte-americanos mais afetados como a Califórnia, o Arizona, a Florida e Nova Orleães.
Por outro lado, nos mercados as atenções estarão também centradas na reunião que a Reserva Federal dos Estados Unidos irá manter mais para o final da semana. Os investidores aguardam novidades sendo avançado como possibilidade pelos analistas que a Fed adote novas políticas contra cíclicas em resposta aos efeitos recessivos da crise sanitária.
Quanto a outros ativos, o dólar prolonga, esta segunda-feira, a tendência de desvalorização já verificada na semana passada, em especial penalizado pela incerteza em torno de novo embate comercial e aduaneiro Washington-Pequim, enquanto o ouro continua em alta para negociar em máximos.