Notícia
Fecho dos mercados: Juros sobem, euro recua e ouro atinge máximo de três meses
Num dia em que a situação cada vez mais difícil da Grécia voltou a marcar o ritmo dos mercados, os juros da dívida pública europeia dispararam, o euro caiu pela primeira vez em cinco sessões e as taxas Euribor renovaram mínimos.
Os mercados em números
PSI-20 desceu 0,23% para 6.106,3 pontos
Stoxx 600 subiu 0,37% para 397,92 pontos
S&P 500 valorizou 0,17% para 2.126,3 pontos
"Yield 10 anos de Portugal sobe 12 pontos base para 2,41%
Euro recua 0,86% para 1,1353 dólares
Petróleo em Londres desce 0,79% para 66,28 dólares por barril
Lisboa não acompanha recuperação das Bolsas europeias
Foram as notícias da Grécia a marcar o ritmo nas bolsas europeias. Os índices abriram no vermelho depois da Bloomberg noticiar que o fim do jogo estava perto para Atenas, pois os bancos gregos estavam a ficar sem activos para pedirem dinheiro emprestado ao BCE. A meio da sessão a imprensa grega noticiou que Jean Claude Juncker tinha um novo plano para resolver a crise grega no curto prazo. Este acabou por ser negado, mas foi suficiente para permitir um fecho em alta a grande parte das bolsas europeias.
O PSI-20 já não conseguiu acompanhar este movimento de recuperação, fechando o dia a cair 0,23%, pressionado pelas quedas do BCP (-1,21% para 9 cêntimos) e Mota-Engil (-3,36% para 2,902 euros).
Grécia contagia dívida dos periféricos
As obrigações soberanas europeias dos países periféricos voltaram a registar quedas acentuadas, com as "yields" dos títulos (que variam em sentido inverso ao das cotações) a 10 anos de Portugal, Espanha e Itália a agravarem-se mais de 10 pontos. A dívida grega registou uma queda bem mais pronunciada, com os juros dos títulos a dois anos a dispararem 3,52 pontos percentuais para 24,44% devido às notícias de que a banca está a ficar sem colaterais para aceder a empréstimos do BCE, colocando em causa a sua liquidez.
A "yield" das obrigações portuguesas a 10 anos subiu 12 pontos base para 2,41%, alargando o "spread" face às bunds alemãs para 176 pontos base. Os juros dos títulos italianos subiram 13 pontos base para 1,90% e em Espanha o agravamento foi de 11,5 pontos base para 1,85%.
Euro recua pela primeira vez em cinco sessões
O dólar esteve esta segunda-feira a recuperar terreno face às principais divisas mundiais, perante a especulação que os dados económicos que vão ser divulgados nos Estados Unidos vão apontar para um crescimento mais forte da maior economia do mundo.
Depois de quatro sessões seguidas a valorizar face à divisa norte-americana, o euro está esta segunda-feira a desvalorizar 0,86% para 1,1353 dólares. A turbulência em relação à Grécia também contribuiu para a tendência negativa na divisa europeia.
Euribor renovam mínimos
A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, foi hoje fixada em 0,056%, um novo mínimo de sempre e menos 0,2 pontos base do que na sexta-feira. A Euribor a três meses, em valores negativos desde 21 de Abril passado, caiu hoje para -0,011%, um novo mínimo e menos 0,1 pontos base do que na sexta-feira.
Previsões do Goldman penalizam petróleo
O petróleo arrancou a semana recuperar das quedas sofridas nas duas sessões anteriores, mas retomou a tendência descendente depois do Goldman Sachs ter revisto em baixa as suas estimativas para a matéria-prima. O banco perspectiva que o barril de Brent negoceie este ano nos 58 dólares por barril e que o WTI fique nos 52 dólares. A estimativa do Goldman aponta para que o brent transaccione nos 55 dólares em 2020.
O barril de Brent está esta segunda-feira a descer 0,79% para os 66,28 dólares e o WTI, transaccionado em Nova Iorque, recua 0,27% para 59,53 dólares.
Ouro sobe para máximos de três meses
O ouro atingiu um máximo de três meses e a prata valoriza pela quinta sessão consecutiva, devido à expectativa que a Reserva Federal vai continuar a adiar a subida de juros nos Estados Unidos. O presidente da Fed de Chicago afirmou que os juros nos Estados Unidos devem permanecer perto de zero até ao início de 2016.
Os futuros sobre o ouro para entrega em Junho negoceiam nos 1.225,9 dólares, depois de esta manhã terem subido para um máximo desde 17 de Fevereiro nos 1.232 dólares. O contrato de futuros sobre a prata para entrega em Julho sobe 0,3% para 17,62 dólares.
Destaques do dia
Atenas nega que precise de mais empréstimos ou de impor perdas aos depositantes. O Governo grego diz que não precisa de um terceiro resgate e que os bancos não imporão perdas, como sucedeu em Chipre, em caso de recapitalização. Porta-voz diz que há quatro "linhas vermelhas" que Tsipras não pisará, mas espera acordo nesta semana. Já Bruxelas volta a pedir mais empenho e adverte para excesso de optimismo.
Compras de activos do BCE já ultrapassam os 200 mil milhões. A instituição monetária da Zona Euro voltou a acelerar as compras de dívida. Ascenderam a 16,783 mil milhões de euros na última semana, mais 182 milhões que no período anterior.
BPI eleva avaliação da REN para 3,20 euros. O BPI reviu as estimativas para a REN, tendo concluído a revisão com um aumento do preço-alvo para 3,20 euros, o que confere às acções um potencial de subida superior a 19%.
Goldman Sachs reviu em baixa perspectivas para os preços do petróleo. O Goldman Sachs reviu em baixa as suas perspectivas para os preços do petróleo a longo prazo, antecipando que o barril de Brent ronde os 55 dólares em 2020. Já para 2015, o banco revê em alta os preços estimando que o barril de Brent negoceie nos 58 dólares por barril e que o WTI negoceie nos 52 dólares.
O que vai acontecer amanhã
Resultados. Wal-Mart e Vodafone divulgam os resultados relativos ao primeiro trimestre
Alemanha. Indicador de expectativas económicas do instituto alemão ZEW, em Maio [anterior: 50 pontos ; estimativa: 53,3 pontos]
Zona Euro. Índice de preços no consumidor, em Abril [anterior (homólogo): 0,6% ; estimativa: 0,6%]
EUA. Construção de novas habitações, em Abril [anterior: 2,0%; estimativa: 10,2%]
EUA e FMI. O secretário do Tesouro dos EUA, Jacob Lew, e a directora do FMI, Christine Lagarde, discursam na reunião anual do Bretton Woods Committee