Notícia
Fecho dos mercados: Trump penaliza bolsas. Petróleo desliza com subida de stocks, ouro valoriza
As bolsas voltaram a ser penalizadas pela guerra comercial entre EUA e China, um conflito que há vários meses condiciona o desempenho dos mercados. Os preços do petróleo estão a ser pressionados pelo aumento da oferta.
12 de Junho de 2019 às 17:24
Os mercados em números
PSI-20 caiu 0,54% para os 5.179,13 pontos
Stoxx600 desceu 0,3% para os 379,74 pontos
S&P 500 desvaloriza 0,3% para 2.876,93 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 1 ponto base para 0,657%
Euro cede 0,11% para 1,1313 dólares
Petróleo negociado em Londres desliza 2,33% para 60,85 dólares
Banca e energia ditam queda das bolsas europeias
Após três sessões consecutivas em alta, o Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, desvalorizou 0,3% para os 379,74 pontos. O agravamento das tensões comerciais face às declarações de Donald Trump e a queda do petróleo estiveram a pressionar as cotadas europeias esta quarta-feira, 12 de junho.
"As bolsas europeias fecharam em terreno negativo, pressionadas sobretudo pelos setores bancário e petrolífero", explicam os analistas do BPI no comentário de fecho. "Pelo contrário, as utilities, as empresas de telecomunicações e o setor alimentar encerraram em alta, limitando perdas superiores nos índices bolsistas", acrescentam.
No caso do setor petrolífero foi a subida significativa dos inventários nos EUA que pressionou as cotadas da energia. Além disso, os sinais de que a economia continua a desacelerar também serve de alerta para o petróleo, uma vez que tal poderá indicar que a procura por barris vai descer nos próximos anos.
Mas, no global, o sentimento negativo dos investidores é justificado pelas tensões comerciais entre os EUA e a China. As mais recentes declarações do presidente norte-americano deixam antever que, até à realização da cimeira do G-20, no Japão, prevista para os dias 28 e 29 de junho, a incerteza em relação à disputa comercial deverá continuar a dominar o sentimento dos mercados. A cimeira será um momento decisivo, dado que Trump já avisou que vai acionar mais tarifas sobre os bens chineses caso não haja um encontro com o presidente chinês, Xi Jinping.
Praticamente todas as praças europeias fecharam em terreno negativo. Foi o caso do PSI-20, que desvalorizou 0,54% para os 5.179,13 pontos, interrompendo o ciclo de seis sessões consecutivas de subidas, o maior desde março. A bolsa nacional foi pressionada sobretudo pela queda superior a 3% da Galp Energia, num dia em que o petróleo regista perdas superiores a 2%.
Juros continuam em queda. Portugal contraria
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro mantêm a tendência de quedas que já é seguida há várias semanas. Os investidores têm apostado em força nestes títulos, sobretudo depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter aberto a porta a novos estímulos à economia europeia.
Os juros da dívida alemã a dez anos caem 0,4 pontos base para -0,236%, enquanto Espanha vê os juros da dívida para o mesmo prazo recuarem 0,5 pontos base para 0,574%.
Portugal foi uma exceção na Zona Euro, apesar de, esta quarta-feira, o IGCP ter concretizado mais um duplo leilão de dívida de longo prazo que ficou marcado por novos mínimos históricos nos custos de financiamento, com a taxa de juro da emissão a dez anos a fixar-se em 0,639%.
Os juros da dívida portuguesa a dez anos registaram, ainda assim, uma subida de 1 ponto base nesta sessão, para 0,657%.
Inflação pressiona dólar
O dólar também esteve a negociar no vermelho esta quarta-feira, depois de as autoridades norte-americanas terem revelado dados relativos à evolução da inflação que ficaram aquém das expectativas dos investidores: a taxa de inflação subiu de 1,9% para 2%, mas ficou abaixo das previsões, um desempenho explicado pela queda dos preços dos veículos usados.
A moeda norte-americana chegou, assim, a ceder 0,1% face às principais divisas mundiais, para os níveis mais baixos desde abril. Entretanto, já recuperou e o índice da Bloomberg para o dólar está agora a valorizar outros 0,1%.
O euro cede, assim, 0,11% para os 1,1313 dólares.
Aumento de "stocks" penaliza petróleo
Mais um dia de quedas para o petróleo. Esta quarta-feira, a matéria-prima é penalizada pelas expectativas de um aumento significativo da oferta, depois de um relatório divulgado esta tarde pela Administração da Informação de Energia dos Estados Unidos ter dado conta de que os inventários norte-americanos superaram os níveis mais altos registados nos últimos dois anos.
Numa altura em que os "stocks" já se encontram em níveis historicamente elevados, os investidores receiam que os esforços que têm sido feitos pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) para cortar a produção possam ser anulados, agravando o excesso de oferta da matéria-prima.
A pressionar os preços do petróleo está também o escalar da guerra comercial, que agrava os receios de um abrandamento da procura, tendo em conta o impacto que o conflito com os Estados Unidos terá sobre a economia mundial, e em particular sobre a China.
O barril de Brent, negociado em Londres e que serve de referência para as importações nacionais, está, assim, a desvalorizar 2,33% para os 60,85 dólares. Já o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, perde 2,91% para os 51,72 dólares por barril.
Ouro sobe com receios da guerra comercial
Enquanto as bolsas vão sendo penalizadas pelas tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, o ouro vai ganhando força com este conflito, funcionando como ativo de refúgio para os investidores.
"Os receios renovados em torno da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e o seu impacto sobre a economia global estão a impulsionar o ouro", comenta o diretor de "research" da Goldcore. "As bolsas estão a cair com o aumento da aversão ao risco, a acompanhar a escalada da guerra comercial, o que aumenta a atratividade do ouro como ativo de refúgio", acrescenta.
Neste cenário, o metal precioso valoriza 0,66% para os 1.335,64 dólares por onça, mantendo os níveis mais elevados desde fevereiro deste ano.
PSI-20 caiu 0,54% para os 5.179,13 pontos
Stoxx600 desceu 0,3% para os 379,74 pontos
S&P 500 desvaloriza 0,3% para 2.876,93 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 1 ponto base para 0,657%
Euro cede 0,11% para 1,1313 dólares
Petróleo negociado em Londres desliza 2,33% para 60,85 dólares
Banca e energia ditam queda das bolsas europeias
Após três sessões consecutivas em alta, o Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, desvalorizou 0,3% para os 379,74 pontos. O agravamento das tensões comerciais face às declarações de Donald Trump e a queda do petróleo estiveram a pressionar as cotadas europeias esta quarta-feira, 12 de junho.
No caso do setor petrolífero foi a subida significativa dos inventários nos EUA que pressionou as cotadas da energia. Além disso, os sinais de que a economia continua a desacelerar também serve de alerta para o petróleo, uma vez que tal poderá indicar que a procura por barris vai descer nos próximos anos.
Mas, no global, o sentimento negativo dos investidores é justificado pelas tensões comerciais entre os EUA e a China. As mais recentes declarações do presidente norte-americano deixam antever que, até à realização da cimeira do G-20, no Japão, prevista para os dias 28 e 29 de junho, a incerteza em relação à disputa comercial deverá continuar a dominar o sentimento dos mercados. A cimeira será um momento decisivo, dado que Trump já avisou que vai acionar mais tarifas sobre os bens chineses caso não haja um encontro com o presidente chinês, Xi Jinping.
Praticamente todas as praças europeias fecharam em terreno negativo. Foi o caso do PSI-20, que desvalorizou 0,54% para os 5.179,13 pontos, interrompendo o ciclo de seis sessões consecutivas de subidas, o maior desde março. A bolsa nacional foi pressionada sobretudo pela queda superior a 3% da Galp Energia, num dia em que o petróleo regista perdas superiores a 2%.
Juros continuam em queda. Portugal contraria
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro mantêm a tendência de quedas que já é seguida há várias semanas. Os investidores têm apostado em força nestes títulos, sobretudo depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter aberto a porta a novos estímulos à economia europeia.
Os juros da dívida alemã a dez anos caem 0,4 pontos base para -0,236%, enquanto Espanha vê os juros da dívida para o mesmo prazo recuarem 0,5 pontos base para 0,574%.
Portugal foi uma exceção na Zona Euro, apesar de, esta quarta-feira, o IGCP ter concretizado mais um duplo leilão de dívida de longo prazo que ficou marcado por novos mínimos históricos nos custos de financiamento, com a taxa de juro da emissão a dez anos a fixar-se em 0,639%.
Os juros da dívida portuguesa a dez anos registaram, ainda assim, uma subida de 1 ponto base nesta sessão, para 0,657%.
Inflação pressiona dólar
O dólar também esteve a negociar no vermelho esta quarta-feira, depois de as autoridades norte-americanas terem revelado dados relativos à evolução da inflação que ficaram aquém das expectativas dos investidores: a taxa de inflação subiu de 1,9% para 2%, mas ficou abaixo das previsões, um desempenho explicado pela queda dos preços dos veículos usados.
A moeda norte-americana chegou, assim, a ceder 0,1% face às principais divisas mundiais, para os níveis mais baixos desde abril. Entretanto, já recuperou e o índice da Bloomberg para o dólar está agora a valorizar outros 0,1%.
O euro cede, assim, 0,11% para os 1,1313 dólares.
Aumento de "stocks" penaliza petróleo
Mais um dia de quedas para o petróleo. Esta quarta-feira, a matéria-prima é penalizada pelas expectativas de um aumento significativo da oferta, depois de um relatório divulgado esta tarde pela Administração da Informação de Energia dos Estados Unidos ter dado conta de que os inventários norte-americanos superaram os níveis mais altos registados nos últimos dois anos.
Numa altura em que os "stocks" já se encontram em níveis historicamente elevados, os investidores receiam que os esforços que têm sido feitos pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) para cortar a produção possam ser anulados, agravando o excesso de oferta da matéria-prima.
A pressionar os preços do petróleo está também o escalar da guerra comercial, que agrava os receios de um abrandamento da procura, tendo em conta o impacto que o conflito com os Estados Unidos terá sobre a economia mundial, e em particular sobre a China.
O barril de Brent, negociado em Londres e que serve de referência para as importações nacionais, está, assim, a desvalorizar 2,33% para os 60,85 dólares. Já o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, perde 2,91% para os 51,72 dólares por barril.
Ouro sobe com receios da guerra comercial
Enquanto as bolsas vão sendo penalizadas pelas tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, o ouro vai ganhando força com este conflito, funcionando como ativo de refúgio para os investidores.
"Os receios renovados em torno da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e o seu impacto sobre a economia global estão a impulsionar o ouro", comenta o diretor de "research" da Goldcore. "As bolsas estão a cair com o aumento da aversão ao risco, a acompanhar a escalada da guerra comercial, o que aumenta a atratividade do ouro como ativo de refúgio", acrescenta.
Neste cenário, o metal precioso valoriza 0,66% para os 1.335,64 dólares por onça, mantendo os níveis mais elevados desde fevereiro deste ano.