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Fecho dos mercados: Tensão em Itália não afecta bolsas. Petróleo em máximos de 2014

A tensão em Itália continua a agitar o mercado de dívida. Mas não as bolsas europeias. As praças do Velho Continente subiram, num dia que também foi de ganhos para os preços do petróleo nos mercados internacionais.

EPA
01 de Outubro de 2018 às 17:15
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Os mercados em números

PSI-20 recuou 0,66% para 5.323,67 pontos

Stoxx 600 subiu 0,20% para 383,94 pontos

S&P 500 valoriza 0,73% para 2.935,14 pontos 

"Yield" a 10 anos de Portugal sobe 2,6 pontos base para os 1,903%

Euro recua 0,22% para 1,1584 dólares

Petróleo sobe 2,05% para 84,43 dólares por barril em Londres

 

Acordo EUA-Canadá anima bolsas europeias. Lisboa e Roma à margem

As principais bolsas europeias registaram uma sessão positiva no primeiro dia de Outubro, apoiadas sobretudo pelo optimismo decorrente do acordo entre os Estados Unidos e o Canadá para uma zona de comércio livre na América do Norte que contará também com o México e que substituirá o NAFTA.

 

O índice de referência Stoxx 600 somou 0,20% para 383,94 pontos, apoiado em especial pelos ganhos registados pelo sector tecnológico e pelas cotadas ligadas ao sector petrolífero, num dia em que o preço do crude continuou a subir.

 

Esta sessão fica também marcada pelo início formal do corte para metade do programa mensal de compra de activos do Banco Central Europeu. O BCE continuará a adquirir dívida nos próximos três meses, agora com um ritmo de compras mensais no valor de 15 mil milhões de euros.

 

A contrariar a tendência esteve o luso PSI-20 (-0,66% para 5.323,67 pontos), penalizado pelas quedas do BCP e do sector energético, e a bolsa de Milão (-0,49% para 20.609,99 pontos). A bolsa transalpina continua a ser pressionada pelo receio dos investidores quanto à intenção do governo italiano de registar défices superiores ao estimado ao longo dos próximos três anos.

 

Juros de Itália continuam a agravar-se

A tensão em Itália continua a agitar o mercado de dívida. O ministro das Finanças, Giovanni Tria, garantiu que não irá sair do Governo, desmentindo aquilo que tinha sido dado como certo pela imprensa italiana. Contudo, estes esclarecimentos não foram suficientes para acalmar os receios dos investidores. 


O facto de a meta do défice ser de 2,4% nos próximos três anos - o que representa um agravamento e não um ajustamento orçamental - e da despesa subir de forma considerável são factores que encontrarão resistência em Bruxelas. É por isso que os investidores continuam a penalizar o país, pedindo um juro maior pela dívida.

Os juros da dívida italiana a dez anos estão a subir 13,7 pontos base para os 3,284%. Já os juros da dívida portuguesa no mesmo prazo estão a agravar-se em 2,6 pontos base para os 1,903%.

 

Taxas Euribor sobem a 3, 9 e 12 meses

As taxas Euribor subiram a três, nove e 12 meses. Já a taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, fixou-se nos -0,268%, isto em comparação com o valor mais baixo de sempre de -0,279%, registado pela primeira vez no início deste ano. 

 

Défice de Itália pressiona euro

O euro está a recuar contra o dólar, pressionado pela possibilidade de o Governo de Itália definir uma meta para o défice mais elevada do que o esperado.

 

Neste cenário, a moeda única está a recuar 0,22% para 1,1584 dólares. Já a divisa norte-americana está a ser animada pelo facto de o Canadá e os EUA terem finalmente chegado a um entendimento sobre o acordo que substituirá o NAFTA e que incluirá, além destes dois países, o México, comono tratado original.

 

Petróleo em máximos de 2014

Os preços do "ouro negro" continuam a subir. No caso do Brent, negociado em Londres, as cotações estão mesmo a tocar máximos de Novembro de 2014, influenciadas pela possibilidade de as sanções que os EUA vão impor ao Irão poderem reduzir a oferta de petróleo.

 

Esta perspectiva de uma redução da matéria-prima no mercado está a levar o Brent a avançar 2,05% para 84,43 dólares por barril. Já o West Texas Intermediate (WTI), em Nova Iorque, está a subir 1,99% para 74,69 dólares.

 

"A Arábia Saudita está a sinalizar que não tem muitas reservas disponíveis ou que não tem a intenção de usá-las de forma proactiva", afirmou Olivier Jakob, estratega da Petromatrix. "Não há nada neste momento que dê um forte incentivo para se ser um vendedor no mercado", acrescentou.

 

Ouro em queda com valorização do dólar

O metal dourado está a recuar, numa sessão dominada pela valorização do dólar. A moeda norte-americana ainda está a ser influenciada positivamente pelas declarações da Reserva Federal dos EUA, na semana passada, de que vai continuar a restringir a política monetária.

 

O ouro está a cair 0,14% para 1.189,17 dólares por onça. "Os preços do ouro continuam dependentes do valor do dólar. A economia norte-americana está forte e melhor do que o esperado. Os esforços feitos pela administração Trump para reduzir o défice comercial também têm sido positivos para a nota verde", afirmou Barnabas Gan, analista da OCBC, à CNBC.

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