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Fecho dos mercados: Stoxx600 está há três semanas em queda e euro regressa ao vermelho
As bolsas europeias fecharam em queda generalizada, numa sessão em que os investidores optaram pela prudência enquanto esperam pelos resultados da cimeira do G7 e em antecipação das reuniões do BCE, Fed e Banco do Japão na próxima semana. O euro também regressou às perdas, depois de quatro dias a subir face ao dólar.
Os mercados em números
PSI-20 recuou 0,16% para 5.615,38 pontos
Stoxx 600 cedeu 0,30% para 384,79 pontos
S&P 500 perde 0,08% para 2.768,29 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal avança 2,5 pontos base para 2,056%
Euro desvaloriza 0,34% para 1,1760 dólares
Petróleo cai 1,27% para 76,34 dólares por barril em Londres
Stoxx 600 está há três semanas em queda
Na mesma semana em que o sector tecnológico europeu atingiu máximos das dotcom, o Stoxx 600 voltou a desvalorizar. Com este desempenho, há três semanas que o índice que reúne as 600 principais cotadas europeias está em queda. A bolsa italiana desvaloriza quase 2% e a espanhola quase 1%.
Em causa está o nervosismo dos mercados em relação à política monetária com a reunião da Fed e também do BCE na próxima semana, assim como a incerteza do encontro do G7.
O PSI-20 não foi excepção às quedas esta sexta-feira, apesar de no total da semana ter valorizado. Entre as quedas, destaque para o BCP, depois de as suas acções terem recuperado durante sete sessões após a turbulência política em Itália que afectou o sector bancário europeu. Esta sexta-feira esse ciclo terminou: pela primeira vez em oito sessões, tal como aconteceu com o PSI-20, o BCP desvalorizou com uma queda de 1,89% para os 26,54 cêntimos.
Num dia em que o petróleo desvaloriza nos mercados internacionais, a Galp Energia derrapou 1,95% para os 16,085 euros. Entre as energéticas, a REN e a EDP Renováveis também desvalorizaram. Por fim, os CTT caíram 1,2% para os 2,81 euros.
Entre as subidas continua o sector do papel. A Altri, a Navigator e a Semapa renovaram máximos esta sexta-feira. A Altri valorizou 3,76% para os 8,84 euros, a Navigator avançou 3,6% para os 5,90 euros e a Semapa subiu 2,16% para os 23,6 euros. Estas três cotadas valorizaram em todas as sessões desta semana.
Juros continuam a agravar-se em Itália e Portugal
Tanto os juros de Itália como os de Portugal voltam a agravar-se esta sexta-feira, continuando acima dos 3% e dos 2%, respectivamente. A taxa de juro a dez anos da dívida italiana sobe 6,9 pontos base para 3,131%. A dívida portuguesa mantém a mesma tendência com os juros a dez anos a subirem 2,5 pontos base para os 2,056%. Os juros dos dois países estão a subir há quatro sessões consecutivas, tendo ambos atingido máximos de 29 de Maio.
Por outro lado, os juros a dez anos da dívida alemã estão a aliviar 3,5 pontos base para os 0,449%.
A influenciar esta tendência no mercado secundário de dívida está a crescente expectativa em torno da próxima reunião do Banco Central Europeu (BCE), que decorre daqui a uma semana. Os sinais de que o fim dos estímulos está cada vez mais perto tem marcado os desenvolvimentos dos mercados.
Euribor sobe a seis e nove meses
A Euribor subiu a seis e a nove meses para -0,267%, um máximo dos últimos 11 meses, e -0,211%, respectivamente. Já no prazo a três e a doze meses a Euribor ficou igual: -0,321% e -0,180%, respectivamente.
Euro regressa às quedas
Depois de quatro dias consecutivos a subir, o euro segue hoje em baixa face à nota verde, numa sessão em que os investidores preferem divisas-refúgio, como o iene e o franco suíço, dada a cimeira do G7 no Canadá, que se prevê "acesa" – com o tema das tarifas aduaneiras à importação de produtos nos EUA a centrar as atenções.
A moeda única europeia segue a ceder 0,34% para 1,1760 dólares. Mas, apesar de a moeda norte-americana estar hoje em alta, deverá registar a maior queda semanal desde finais de Março.
Incertezas em torno da OPEP penalizam petróleo
As cotações do crude seguem em queda nos principais mercados internacionais, com os investidores à espera de sinais sobre o que ficará decidido na próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que tem lugar em Viena em finais deste mês. A Arábia Saudita e a Rússia defendem uma maior oferta de petróleo no mercado, aliviando assim os termos do acordo de corte da produção que está em vigor há 17 meses. No entanto, a Venezuela e o Irão não concordam com a proposta de entrada de mais crude no mercado, já que os preços estão em níveis que consideram ideais.
As cotações do contrato de futuros do Brent do Mar do Norte – que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas – para entrega em Agosto seguem a recuar 1,27% para 76,34 dólares por barril. Já o contrato de Julho do West Texas Intermediate (WTI), transaccionado no mercado nova-iorquino, segue a perder 0,94% para 65,33 dólares.
Algodão soma e segue
O mercado do algodão continua em alta, impulsionado pelos receios em torno da seca que tem estado a afectar as colheitas nos Estados Unidos, numa altura em que a procura por esta matéria-prima aumenta.
Os futuros do algodão negociados no mercado nova-iorquino são a componente de melhor desempenho dos 22 produtos que integram o índice de matérias-primas da Bloomberg. O algodão está ainda longe das fortes subidas registadas em 2011, mas já está a aproximar-se da marca de um dólar por libra-peso - que foi ultrapassada pela última vez há mais de seis anos.