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Guerra comercial, subida dos juros pela Fed e menos estímulos do BCE quebram Wall Street

As bolsas norte-americanas acompanham a tendência das restantes praças mundiais, numa sessão em que impera a cautela, já que as tensões comerciais vão dominar a cimeira do G7 este fim-de-semana. Além disso, o renovado discurso sobre endurecimento monetário por parte dos principais bancos centrais está também a mexer com o sentimento dos investidores.

As obrigações soberanas não têm sido o activo mais popular nos últimos anos, devido às rentabilidades negativas. Mas, em momentos de maior turbulência, é neste tipo de activos que a maioria dos investidores procura refúgio. E, desta vez, não será excepção. A maioria dos especialistas prefere, porém, a exposição às 'treasuries' norte-americanas.

'Com a maioria da economia mundial a abrandar decidimos aumentar a nossa alocação em títulos de dívida, sobretudo obrigações norte-americanas', escreve o Pictet numa nota de estratégia, divulgada na semana passada. A gestora de activos diz que há vários factores que favorecem a exposição às 'treasuries', face, por exemplo, às 'bunds' alemãs. 'Os mercados accionistas tendem a ser mais voláteis durante Julho e Agosto, o que pode levar a uma maior procura por obrigações soberanas dos EUA', explicam os especialistas.

Já a Amundi 'continua a favorecer títulos com uma duração curta nas obrigações 'core' devido às avaliações caras e ao fim dos estímulos que se está a aproximar'. Fora da dívida, os investidores podem ainda procurar refúgio no mercado cambial. Além do iene, uma das principais apostas dos investidores em momentos de maior instabilidade, o dólar é outro dos refúgios. Devido à divergência na política monetária entre os EUA e a Zona Euro, a nota verde deverá valorizar face ao euro.
EPA
Carla Pedro cpedro@negocios.pt 08 de Junho de 2018 às 14:39

O Dow Jones segue a ceder 0,20% para 25.191,50 pontos e o Standard & Poor’s 500 recua 0,22% para 2.764,01 pontos.

 

Por seu lado, o índice tecnológico Nasdaq Composite desvaloriza 0,43%, a valer 7.602,87 pontos.

 

Os receios de uma guerra comercial, a crescente convicção de que na próxima semana a Reserva Federal norte-americana irá subir os juros directores e a perspectiva de que o Banco Central Europeu irá em breve sinalizar uma redução do seu programa de compra de dívida no âmbito dos estímulos monetários são os factores que estão esta sexta-feira a contribuir para uma atitude mais prudente por parte dos investidores.

 

Na próxima semana há reuniões do Banco Central Europeu e da Reserva Federal norte-americana e os mercados já estão a virar as atenções para estes eventos.

 

É grande a expectativa de que a Fed, liderada por Jerome Powell, anuncie na próxima quarta-feira o segundo aumento de juros do ano.

 

O banco central dos EUA tem previstas três subidas dos juros directores para este ano, à semelhança do que aconteceu em 2017, mas já por várias vezes que tem sido avançada a possibilidade de a Fed aumentar os juros quatro vezes – e na reunião da próxima semana o mercado espera pistas sobre este assunto.

 

Entretanto, no dia 14 os responsáveis do BCE debaterão o possível fim do programa de compra de obrigações para finais deste ano. Em causa estão as declarações de quarta-feira do economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), que indicam uma decisão sobre o fim dos estímulos na reunião da próxima semana.

 

Peter Praet disse que o BCE já vê a inflação perto da meta, assim como a robustez do crescimento da Zona Euro e da subida dos salários. Acredita-se que a instituição liderada por Mario Draghi dará indicações mais precisas quanto ao momento escolhido para pôr fim ao programa mensal de compra de activos em vigor.

 

Antes destas reuniões de política monetária, os mercados vão estar atentos à cimeira do G7 no Quebeque, onde o risco de uma guerra comercial devido às tarifas de Trump será um dos temas em foco.

 

Do lado das perdas, destaque para a Apple, que segue a ceder 1,48% para 190,29 dólares depois de ter sido avançado pela gigante de media japonesa Nikkei que a empresa estará a pensar vender 80 milhões de novos modelos de iPhones – o que, a acontecer, corresponde a menos 20% do que aquilo que foi planeado por esta altura no ano passado, indiciando assim que a tecnológica liderada por Tim Cook poderá estar a prever vender menos unidades do seu produto-estrela.

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