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Buffett e Dimon dizem que estimativas trimestrais de resultados não funcionam

Warren Buffett e Jamie Dimon são da opinião de que as empresas devem deixar de fornecer os "guidances" para os resultados trimestrais e passarem a focalizar-se no longo prazo.

2.º  Warren Buffett, accionista da Berkshire Hathaway. Fortuna avaliada em 75,6 mil milhões de dólares. Estados Unidos
08 de Junho de 2018 às 15:22
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O investidor multimilionário dono do conglomerado Berkshire Hathaway, Warren Buffett (na foto), e o presidente executivo do JPMorgan, Jamie Dimon, consideram que as empresas devem deixar de apresentar estimativas trimestrais para os seus resultados e focalizarem-se mais no longo prazo.

 

"Poderá pensar que fornecer estimativas a cada três mês é algo que tornará os resultados da sua empresa mais previsíveis. Mas desde 2016 que as cotadas que integram o S&P 500 e que apresentam perspectivas trimestrais têm acabado por reportar mais surpresas – ou um fosso maior entre os lucros e as suas projecções – do que o índice como um todo", refere a Bloomberg.

 

Com efeito, segundo os dados compilados pela agência noticiosa, o grupo de empresas que apresenta "guidances" só se aproximou do consenso do mercado em dois dos nove trimestres decorridos desde 2016.

 

Segundo Jamie Dimon, as cotadas devem evitar traçar objectivos a tão curto prazo, uma vez que depois ficam vulneráveis ao cumprimento destas metas trimestrais, sob pena de serem castigadas no mercado.

 

O investidor Warren Buffett partilha a mesma opinião. No seu entender, as estimativas trimestrais "podem colocar muitas vezes a empresa numa posição em que a equipa de gestão se sente obrigada a cumprir resultados, podendo por isso tomar decisões que de outra forma não tomaria ", explicou Buffett, numa entrevista conjunta com o CEO da JPMorgan, à CNBC.

 

Ou seja, esta estratégia de curto prazo pode prejudicar a gestão no longo prazo. Os responsáveis acreditam que se os CEO não divulgarem aos analistas - que depois reproduzem notas de recomendação - estimativas trimestrais, isto poderá evitar oscilações desnecessárias das cotações. O que importa é que a empresa consiga manter o ritmo de crescimento a longo prazo.

Mas há quem não concorde com este ponto de vista. Martin Mosby, estratega de investimento da Vining Sparks, e Brian Nagel, analista sénior da Oppenheimer & Company, consideram que eliminar o "guidance" trimestral não é resposta, já que não resolverá a questão da "mentalidade de curto prazo" que domina muitas empresas.

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