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Fecho dos mercados: Petróleo regista maior ciclo de perdas de sempre. Bolsas em queda
O crude, em Nova Iorque, está a registar o mais longo ciclo de perdas de sempre. Pressionadas pelo sector energético, as bolsas europeias fecharam a semana em baixa.
09 de Novembro de 2018 às 17:16
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Os mercados em números
PSI-20 deslizou 0,01% para 5.020,43 pontos
Stoxx 600 cedeu 0,37% para 365,74 pontos
S&P 500 desvaloriza 0,87% para 2.782,11 pontos
Yield 10 anos de Portugal sobe 0,3 pontos base para 1,943%
Euro recua 0,17% para 1,1344 dólares
Brent, em Londres, desce 0,71% para 70,15 dólares por barril
Bolsas europeias cedem depois de duas subidas
As praças europeias fecharam a semana em terreno negativo, pressionadas pelo sectores das matérias-primas, em específico do petróleo, e do sector automóvel. Esta queda acontece num dia em que os mercados digeriram vários resultados desapontantes de cotadas europeias. Foi o caso da Thyssenkrupp cujas acções caíram 8%, atingindo mínimos de Julho de 2016. À empresa alemã juntou-se a francesa Rubis que caiu 14% depois de vários analistas terem diminuído a recomendação para a cotada.
O sector energético também pesou nas bolsas europeias uma vez que o petróleo está a perder valor. Em causa está o aumento da oferta e a possível queda da procura dado que a economia mundial está num período de desaceleração. O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, desvalorizou 0,37% para os 365,74 pontos. Esta queda acontece depois de duas subidas nas sessões anteriores.
A praça lisboeta acabou por ser um dos índices que menos desvalorizou. O PSI-20 perdeu 0,01% para 5.020,43 pontos com as cotadas divididas entre ganhos e perdas. O BCP destacou-se pela positiva, subindo mais de 3% depois de ter apresentado resultados. Já a Corticeira Amorim, a Sonae Capital, a EDP, a Altri e Galp Energia perderam todas mais de 1%.
Juros italianos estabilizam com Centeno em Roma
O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, esteve em Roma esta sexta-feira, 9 de Novembro, para se reunir com o ministro das Finanças italiano, Giovanni Tria, e o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte. O tema em cima da mesa foi a proposta do Orçamento do Estado para 2019, tema em que o Governo entrou em rota de colisão com a Comissão Europeia.
Neste momento, os juros italianos estão estabilizados. Os juros a dez anos da dívida italiana sobem 0,3 pontos base para os 3,399%. Pelo mesmo caminho vão os juros portugueses no mesmo prazo: mais 0,3 pontos base para os 1,943%. Os juros alemães a dez anos estão a cair 4,8 pontos base para os 0,41%.
Itália tem até à próxima terça-feira, 13 de Novembro, para entregar um novo esboço do orçamento de forma a aproximar-se do cumprimento das regras europeias. No entanto, o Governo tem dito repetidamente que não irá mudar uma linha do documento entregue em Outubro. Uma promessa repetida hoje por Tria na conferência de imprensa conjunta com Centeno.
O Governo italiano planeou o Orçamento do próximo ano com um défice de 2,4%, o que contrasta com os 0,8% prometidos no Programa de Estabilidade do anterior Executivo. Quanto ao rácio da dívida pública, Itália prevê que este desça de 130,9% em 2018 para 130% em 2019, mantendo-se como a segunda maior da União Europeia. Metas que, na avaliação da Comissão, vão contra as regras.
Euribor inalterada em todos os prazos
As taxas Euribor mantiveram-se inalteradas a três, seis, nove e 12 meses esta sexta-feira, em relação a quinta-feira. A Euribor a três meses fixou-se nos -0,316%, a seis meses nos -0,257%, a nove meses nos -0,196% e a doze meses nos -0,148%.
Libra cede com menor optimismo face ao Brexit
A libra está a deslizar esta sexta-feira com os investidores a começarem novamente a duvidar do recente optimismo à volta do acordo entre o Reino Unido e a União Europeia.
A divisa britânica tinha negociado nos 1,3176 dólares esta semana, alcançando um máximo de três anos, numa altura em que se via o Brexit a chegar a bom porto. A nova data-limite é 21 de Novembro.
Neste momento, a libra perde 0,46% para os 1,3002 dólares, desvalorizando pela segunda sessão consecutiva. Esta queda acontece no dia em que o ministro dos Transportes demitiu-se do Executivo liderado por Theresa May. Por outro lado, os dados económicos foram positivos: o PIB cresceu 0,6%, em cadeia, o maior crescimento desde o final de 2016.
O euro segue a perder 0,17% para 1,1344 dólares, deslizando pela terceira sessão consecutiva.
Crude em Nova Iorque regista mais longo ciclo de perdas de sempre
As cotações do "ouro negro" continuam a perder terreno e o crude negociado no mercado nova-iorquino está em "bear market" desde ontem, já que cai mais de 20% desde o último máximo, atingido a 3 de Outubro. O West Texas Intermediate (WTI) para entrega em Dezembro segue a recuar 0,71% para 60,24 dólares por barril. Trata-se da 10.ª sessão consecutiva em queda, naquela que é a mais longa série de descidas de sempre para o WTI.
Também o Brent do Mar do Norte – que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas – segue no vermelho, com os preços do contrato para entrega em Janeiro a cederem 0,71% para 70,15 dólares. A contribuir para a depreciação desta matéria-prima está o novo aumento das reservas norte-americanas de crude, que na semana passada cresceram mais do que se esperava. Também os receios de uma oferta superior à procura têm estado a pressionar as cotações do crude.
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Preços do gás natural disparam com vaga de frio nos EUA
Os preços dos contratos de futuros do gás natural escalaram para máximos de quase dois anos devido à especulação de que as temperaturas muito frias nos EUA irão fazer esgotar os stocks desta matéria-prima – que estão já em níveis abaixo do normal.
Os futuros para entrega em Dezembro atingiram hoje os 3.702 dólares por milhão de unidades termais britânicas no mercado nova-iorquino e sobem 13% no acumulado de segunda a sexta-feira – a caminho do maior ganho semanal desde 12 de Janeiro.