Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Fecho dos mercados: Juros disparam, bolsas descem e ouro valoriza com investidores a jogar à defesa

A sensação de incerteza está a aumentar nos mercados devido ao calendário eleitoral da Europa e aos próximos passos de Donald Trump. As bolsas ressentiram-se e os juros espanhóis, italianos, portugueses e franceses ficaram sob pressão. Os refúgios foram dívida alemã e ouro.

06 de Fevereiro de 2017 às 17:25
  • 3
  • ...

Os mercados em números

PSI-20 perdeu 0,56% para 4.597,07 pontos

Stoxx 600 desceu 0,68% para 361,60 pontos

S&P 500 cai 0,19% para 2.292,99 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal subiu 7,2 pontos base para 4,244%

Euro perde 0,45% para 1,0734 dólares

Petróleo desvaloriza 1,43% para 56 dólares por barril em Londres


Bolsas no vermelho com incerteza política

As bolsas europeias começaram a semana com perdas generalizadas. O índice europeu Stoxx 600 perdeu 0,56%, numa altura em que os investidores aparentam estar a jogar mais à defesa devido às eleições que se avizinham na Europa e ao que significará a administração Trump para a economia e para os mercados.

"Existe uma sensação de incerteza geral e não sobre algo em particular. Pode-se dizer que os mercados estão um pouco à defesa com o cenário político na Europa, nos EUA e um pouco com a incerteza sobre a próxima subida de juros por parte da Fed", disse Orlando Green, estratego do Credit Agricole, citado pela Reuters.

Nas bolsas europeias, apenas um dos 19 índices sectoriais encerrou em terreno positivo. As farmacêuticas ganharam 0,21%. De resto foi tudo a descer, com as perdas mais pesadas a serem sofridas pelos índices do sector automóvel, banca, indústria química e seguradoras. Cederam mais de 1%.

O PSI-20 também viveu um dia negativo. Apenas o BCP valorizou esta segunda-feira, ao subir 3,28% para 0,1734 euros. O BPI, a Sonae e a Mota-Engil perderam mais de 2%. A EDP e a EDP Renováveis desvalorizaram 1,48% e 0,76%. Entre as principais praças, a maior descida da sessão pertenceu à bolsa de Milão, que desceu 2,21%.

Juros com subidas generalizadas

Mais um dia de subidas generalizadas das taxas das obrigações soberanas europeias, com o mercado a centrar-se na incerteza política na Zona Euro devido a eleições em países como França. E a dívida portuguesa não escapou.

Numa altura em que o BCE continua a reduzir o valor das compras de títulos nacionais e em que Portugal se prepara para ir ao mercado, a taxa a dez anos aumentou 7,2 pontos base para 4,244%, o valor mais alto em praticamente um ano. Também o prémio de risco sobe e atingiu o valor mais elevado desde 2014, ao subir para mais de 387 pontos base.

Em Itália e Espanha os juros a dez anos dispararam mais de dez pontos base, situando-se em 2,376% e 1,786%. Isto apesar das garantias de Draghi de que o BCE poderia, em caso de necessidade, aumentar os estímulos. No caso de Itália, o prémio de risco face à Alemanha atingiu o valor mais alto desde 2014.

Também a dívida francesa está a ser penalizada face à alemã. A taxa a dez anos gaulesa aumentou 5,9 pontos base para 1,139%. Praticamente que duplicou desde o início do ano, com os investidores a jogarem à defesa devido aos receios de que Marine Le Pen, que pretende a saída do euro, possa vencer as eleições deste ano. O prémio de risco está já em máximo de três anos.

A destoar destas subidas esteve a taxa da dívida alemã, que tende a ser vista como um refúgio em tempos instáveis. A "yield" baixou 4,1 pontos base para 0,37%.

Euribor sem alterações

As taxas Euribor não sofreram alterações esta segunda-feira. Na maturidade a três meses o indexante permaneceu em -0,328%, perto do mínimo histórico de -0,329%, segundo dados da agência Lusa. A taxa a seis meses continua em recordes negativos, ao manter-se em -0,244%. Já a Euribor a 12 meses continua em -0,101%, o que compara com o mínimo histórico de -0,103%.

Euro perde após Draghi sinalizar continuação dos estímulos

A moeda única perdeu valor face ao dólar. O euro desvaloriza 0,45% para 1,0734 dólares. A descida ocorre no dia em que Mario Draghi relativizou os últimos dados que mostravam uma subida da inflação na Europa e que garantiu que os estímulos são para manter como previsto e que, caso seja necessário, o BCE está pronto a dar mais apoio.

Petróleo corrige com aumento da exploração nos EUA

Os preços do petróleo perderam fulgor esta segunda-feira. O valor do barril de Brent desce1,43% para 56 dólares. Já o West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, desvaloriza 1,24% para 53,16 dólares. O ouro negro corrige dos ganhos das últimas sessões, alimentados pelas ameaças de novas sanções ao Irão por parte de Donald Trump. No entanto, esta sessão, a subida do dólar e os dados que mostram um aumento da actividade de exploração petrolífera nos EUA pressionaram os preços.

Ouro perto de máximos de dois meses

O metal amarelo valoriza 0,71% para 1.228,97 dólares. O ouro continua a beneficiar do seu estatuto de refúgio, beneficiando do aumento da percepção de incerteza nos mercados. Isto apesar de os últimos dados económicos nos EUA terem sido positivos, como os números do emprego, o que pode dar mais margem de manobra para a Reserva Federal dos EUA continuar com a subida dos juros. Em teoria, políticas monetárias mais restritivas tendem a ter impacto negativo no metal amarelo. Mas os analistas citados pela Bloomberg referem que a incerteza, especialmente política, está a apoiar o preço do metal amarelo. 

Ver comentários
Saber mais Stoxx 600 PSI-20 Le Pen Donald Trump Taxas de juro BCE Mario Draghi Alemanha Itália Espanha Euribor Dólar Euro Petróleo Brent WTI Matérias-primas Ouro
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio