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"No 25 de Abril, houve uma coisa delicadamente tratada: a extinção das casas de câmbio", diz Maria Cândida Rocha e Silva

A "chairman" do Banco Carregosa, Maria Cândida Rocha e Silva, fala a partir do Palácio da Bolsa, no Porto, numa entrevista ao Negócios que marca o arranque da 5.ª edição da iniciativa Negócios Sustentabilidade 20|30.

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Quando chega a Revolução do 25 de Abril, Maria Cândida Rocha e Silva tinha 30 anos e trabalhava com o pai na Casa Carregosa, então uma casa de câmbios. Em entrevista ao Negócios, a atual presidente do conselho de administração do Banco Carregosa - que foi transformando ao longo dos últimos quase 40 anos - relata como a ligação do primeiro-ministro Vasco Gonçalves a este negócio fez com que fosse tratado de forma diferente face a outros setores.

"Num período revolucionário, as coisas na altura das revoluções nunca se fazem da maneira mais delicada. Toda a gente sabe disto. Por isso é que é uma revolução. E na Revolução do 25 de Abril, houve uma coisa que foi delicadamente tratada, que foi a extinção das casas de câmbio. Isso foi realmente uma coisa delicada", conta a banqueira, numa entrevista de vida concedida a partir do Palácio da Bolsa, no Porto. "É que o nosso primeiro-ministro Vasco Gonçalves, o pai dele tinha uma casa de câmbios. Portanto, a diferença veio daí", explica.

Maria Cândida Rocha e Silva conta que houve tempo para que fosse levada a cabo uma reconversão do negócio e que tudo foi tratado "civilizadamente". Enquanto outras casas de câmbios fecharam, a Casa Carregosa nunca fechou. Até porque era preciso entregar os títulos aos clientes - num Porto com pouco turismo, este era o principal negócio.

"Entretanto, surgiu o concurso para corretor da bolsa do Porto. Eu concorri e fui aceite", relata a primeira "trader" portuguesa a liderar um banco com origem em 1833, que tem resistido aos tempos graças à inovação. A instituição financeira tem o selo de primeira corretora online em Portugal logo no ano 2000, sete anos antes de criar o GoBulling, primeiro "broker" sem comissão de corretagem.

Aos 80 anos, a última das banqueiras, que conheceu e foi parceira de negócios de empresários como Américo Amorim e Belmiro de Azevedo, fala do que tem sido a sua vida. Esta é uma entrevista que marca a estreia da 5.ª edição da iniciativa Negócios Sustentabilidade Negócios 20|30, que poderá ler na íntegra na edição de quarta-feira do Jornal de Negócios.

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