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EUA querem tirar carros chineses das estradas norte-americanas

Em causa estão os sistemas "inteligentes" dos carros chineses, que ligam os veículos à Internet e a sistemas de navegação. O Governo dos EUA acredita que representam um risco para a segurança nacional.

A BYD é uma de várias marcas chinesas presentes em Portugal. Está no país há cerca de um ano e já vendeu mais de mil veículos.
Aly Song/Reuters
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Os Estados Unidos querem proibir a utilização de software e hardware chinês em carros, camiões e autocarros que circulem nas estradas norte-americanas, por motivos de segurança. Na prática, a proposta do Departamento do Comércio dos EUA - que se encontra ainda em consulta pública - resultaria numa proibição de veículos chineses do mercado americano.

A administração Biden diz estar preocupada que a tecnologia usada nos sistemas de navegação dos carros e que liga os veículos a outras redes, possa permitir uma manipulação remota. Atualmente o uso destes softwares de origem chinesa ou russa é mínimo, mas o Departamento do Comércio considera que estas restrições são passos importantes para proteger o país.

A proposta pretende efetivar a proibição deste tipo de software em veículos a partir do ano do modelo 2027 e do hardware para o ano do modelo de 2029 ou 2030. Atualmente, a proposta do Departamento do Comércio está em consulta pública, durante 30 dias, e deverá ser finalizada, tendo em conta os 'inputs' desse processo, até 20 de janeiro. Todos os veículos deverão ser abrangidos, com exceção dos agrícolas ou mineiros, que não são usados em estradas públicas.

Em fevereiro, a Casa Branca lançou uma investigação sobre os riscos da importação de veículos chineses para a segurança nacional, em particular para a capacidade de carros ligados à Internet e a sistemas de navegação poderem ser usados para recolher dados sobre condutores e infraestruturas e até para manipular os próprios veículos.
"Os carros hoje em dia têm câmaras, microfones, GPS e outras tecnologias ligadas a Internet. Não é preciso muita imaginação para perceber como um adversário estrangeiro com acesso a essa informação poderia representar um grave risco, tanto para a nossa segurança nacional como para a privacidade dos cidadãos norte-americanos", indicou a secretária do Comércio, Gina Raimondo, num comunicado citado pela BBC.

Em resposta, a China considerou que os EUA estavam a alargar "o conceito de segurança nacional" de forma a prejudicarem as empresas chinesas. "A China opõe-se ao alargamento do conceito de segurança nacional por parte dos EUA e às ações discriminatórias tomadas contra empresas e produtos chineses", afirmou Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, em comunicado.

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