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Fecho dos mercados: Guerra comercial põe Europa em mínimos de sete semanas. Petróleo recupera

A semana termina com perdas expressivas por toda a Europa, com várias praças a superarem a fasquia dos 3% negativos. Lisboa não foi exceção. Os "sobreviventes" foram os juros das dívidas soberanas.

Reuters
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Os mercados em números

PSI-20 cedeu 2,19% para os 4903,80 pontos

Stoxx 600 deslizou 2,46% para os 378,15 pontos

S&P500 cai 0,96% para os 2.925,34 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos aliviam 5,4 pontos base para os 0,286%

Euro avança 0,22% para os 1,1109 dólares

Petróleo em Londres avança 2,84% para 62,22 dólares por barril

Europa em mínimos de seis semanas

O agregador das 600 maiores cotadas europeias, o Stoxx600, deslizou 2,46% para os 378,15 pontos, atingindo um mínimo de seis semanas. As bolsas de Amesterdão, Paris e Frankfurt afundaram mais de 3%, e as quebras fortes foram apanágio entre as restantes praças de referência. A ultrapassar quebras de 3% esteve também o conjunto das cotadas de vários setores, com destaque para o setor automóvel e dos químicos, mas também da banca e do petróleo e gás.

Na Europa, o sentimento é negativo numa altura em que o conflito comercial entre os Estados Unidos e a China se avoluma. Depois de uma reunião de dois dias entre representantes de ambas as partes, a qual terminou esta quarta-feira sem avanços palpáveis na direção de um acordo, o presidente Donald Trump avançou com o anúncio de uma nova tranche de tarifas à China. A ameaça que o agravar das relações comerciais entre estas duas potências representa para a economia a nível internacional tem feito tremer os investidores.

Em Lisboa verificou-se uma sangria semelhante, com o PSI-20 a desvalorizar 2,19% para os 4.903,80 pontos. A petrolífera Galp, a retalhista Jerónimo Martins e o banco BCP, "pesos pesados" do índice nacional, fecharam com perdas próximas de 4%.

Juros portugueses voltam a baixar dos 0,3%
Os juros da dívida nacional a dez anos cederam 5,4 pontos base para os 0,286%, aproximando-se de máximos históricos. Esta foi a quinta sessão consecutiva de alívio para os juros portugueses. O mercado de dívida tem beneficiado do pessimismo em relação à evolução da economia, decorrente do deteriorar da relação comercial entre Estados Unidos e China, levando os investidores a transitarem dos mercados acionistas para ativos tradicionalmente menos arriscados, como é o caso das obrigações soberanas. 

Na Alemanha, mercado de dívida de referência na Europa, é a sexta sessão seguida de desagravamento dos juros, e atinge um novo mínimo histórico ao descer 4,6 pontos base para os 0,497 negativos. O prémio da dívida portuguesa em relação à germânica coloca-se assim nos 78,3 pontos base. 

Euro ganha ao dólar pela segunda sessão
A moeda única europeia volta a valorizar em relação à divisa norte americana, subindo 0,22% para os 1,1109 dólares. O euro ganha força no contexto de instabilidade política nos Estados Unidos, numa altura em que a guerra comercial com a China volta a escalar e depois de, esta semana, a Fed ter decidido descer os juros pela primeira vez em dez anos. 

Petróleo corrige das fortes quedas 

Os preços do petróleo seguem em alta nos principais mercados internacionais, a corrigirem das fortes quedas da véspera, quando afundaram em torno de 8% depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado novas tarifas à importação de produtos chineses. O Bank of America Merrill Lynch estima que as cotações do Brent possam cair para os 40 dólares por barril se Pequim retaliar.

 

A evolução do "ouro negro" nos mercados tem estado dividida entre os receios de uma desaceleração da procura mundial, à conta da guerra comercial e do abrandamento do crescimento económico, e a possibilidade de as exportações no Médio Oriente poderem ser perturbadas, sobretudo devido às tensões com o Irão.

 

O contrato de setembro do West Texas Intermediate (WTI), crude de referência para os EUA que é negociado em Nova Iorque, segue a ganhar 2,30% para 55,19 dólares por barril. No mercado londrino, o Brent do Mar do Norte para entrega em setembro avança 2,84% para 62,22 dólares.

 

Metais industriais caem com escalada de tensões comerciais

Os metais de base seguem em queda na última sessão da semana, penalizados pelo intensificar das fricções comerciais entre Washington e Pequim. Ontem, o presidente norte-americano anunciou que vai impor, a partir de 1 de setembro, tarifas aduaneiras adicionais sobre o equivalente a 300 mil milhões de dólares de produtos chineses que entrem no país. Isto no caso de as duas partes não chegarem a um acordo (a ronda de negociações desta semana durou apenas dois dias e terminou sem resultados). Esta sexta-feira, a China já prometeu retaliar.

 

Entre os principais metais industriais, o destaque pela negativa vai para o cobre e o zinco, que negoceiam perto de mínimos de um mês no mercado londrino (LME). O cobre para entrega a três meses segue a perder 1,9% para 5.793,60 dólares por tonelada, a caminho da pior semana desde novembro passado. Já o zinco desce 1,64% para 2.404 dólares por tonelada.

 

O níquel cede 1,2%, mas é o que tem melhor desempenho este ano e poderá encerrar a semana com um saldo positivo. O chumbo desliza 1,6%, a preparar-se para a maior perda semanal desde janeiro, pressionado também por um aumento dos stocks. Por seu lado, o estanho está prestes a estabelecer a oitava semana consecutiva de quedas.

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