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Fecho dos mercados: Guerra comercial e tensões em Itália e Argentina abalam mercados. Peso afunda

O sentimento nos mercados é negativo, numa sessão marcada por tensões políticas espalhadas pelo globo. Mantém-se a disputa comercial entre Estados Unidos e China e surge um novo foco de preocupações, a Argentina, onde os populistas ganham terreno.

Bloomberg
12 de Agosto de 2019 às 17:40
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Os mercados em números

PSI-20 perdeu 1,29% para 4.796,20 pontos

Stoxx 600 deslizou 0,31% para os 370,41 pontos

S&P500 cai 0,74% para os 2.896,93 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos recuaram 4,5 pontos base para os 0,236%

Euro recua 0,25% para 1,1172 dólares

Petróleo em Londres deprecia 0,35% para 58,30 dólares por barril


Europa sente o peso de Itália e mantém queda 

As principais bolsas europeias terminaram a sessão em terreno negativo. O agregador das 600 maiores cotadas, o Stoxx600, deslizou 0,31% para os 370,41 pontos, contando desta forma a segunda sessão consecutiva no vermelho. As cotadas do setor da banca foram as que registaram as maiores perdas, ao descer 1,82%. Uma tendência justificada pela perspetiva de manutenção de políticas de juros historicamente baixos, o que penaliza as margens dos bancos.

 

O nervosismo nos mercados internacionais é provocado por vários fatores. Na mente dos investidores continua a guerra comercial, depois de o presidente donald Trump se ter mostrado confortável com um cenário de cancelamento da próxima reunião com a China, criando desta forma maiores dúvidas quanto à possibilidade de as duas maiores economias do mundo chegarem a acordo.

 

No Velho Continente, o principal foco de tensão está em Itália, numa altura em que a coligação que sustentava o Governo se desfez, apontando para eleições antecipadas, que poderão não ser imediatas, caso o presidente da República opte por uma solução temporária, como um governo tecnocrata.

 

Em Lisboa, o índice nacional, o PSI-20, perdeu 1,29% para 4.796,20 pontos, abalado sobretudo por uma quebra de mais de 5% no "peso pesado" BCP.

Alívio nos juros regressa à Europa, Argentina dispara

Os juros da dívida a dez anos portuguesa desceram 4,5 pontos base para os 0,236%, espelhando o contraditório daquilo que se passa nos mercados acionistas: face à incerteza, os investidores optam por se refugiar nas obrigações. Na Alemanha, os juros para a dívida com a mesma maturidade aliviaram 1,5 pontos base para 0,593 negativos, colocando o prémio das obrigações nacionais face às germânicas nos 82,9 pontos base.

A evolução no âmbito nacional acontece ainda depois de, na passada sexta-feira, a Moody's ter mantido o rating de Portugal em Baa3, apenas um nível acima do "lixo", mas subiu o outlook (perspectiva) de "estável" para "positivo", abrindo a porta a uma melhoria do rating na próxima reavaliação. 

Já na Argentina, as obrigações a cem anos tiveram a maior quebra desde que começaram a ser vendidas, em junho de 2017, tendo atingido um mínimo recorde. Os juros dispararam para mais de 12,2%. Já as obrigações emitidas em euro que atingem maturidade em 2028 registaram uma derrocada, com a respetiva "yield" a escalar para 13,5%, a taxa mais elevada desde que estes títulos começaram a ser colocados, em 2017.
 

Peso argentino afunda mais de 30%

A moeda argentina já quebrou 30,3% para os 65 por dólar, e segue com perdas em torno de 20,43% para os 56,94 dólares. A moeda argentina desliza depois de as primárias argentinas apontarem para uma derrota, por larga margem, do atual presidente, Mauricio Macri, que se encontra a implementar uma política de consolidação orçamental, depois de o país ter estado próximo da bancarrota. À frente ficou Alberto Fernandez, um candidato considerado mais populista.

Por cá, o euro segue a somar 0,14% para os 1,1216 dólares, sobrepondo-se à divisa norte-americana no contexto de tensões crescentes entre os Estados Unidos e a China.

Arábia Saudita segura petróleo

Apesar das perspetivas negativas em relação ao avançar das negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China, o petróleo coloca-se a cotar no verde pela terceira sessão consecutiva, seguindo a subir 0,22% para os 58,66 dólares. A matéria-prima tem "sobrevivido" aos receios da quebra de procura desde que o maior produtor mundial, a Arábia Saudita, garantiu estar atento e a trabalhar no sentido de controlar a descida dos preços.

Ouro volta a aproximar-se de máximo de 6 anos

O ouro segue a somar 0,59% para os 1.505,79 dólares por onça, voltando a cotar perto de máximos de seis anos depois de ter ficado pelo terreno negativo nas últimas duas sessões. A renovada incerteza no mercado, depois de Trump se ter mostrado indiferente perante a possibilidade de o próximo encontro com a China, marcado para setembro, vir a ser cancelado.

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