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BCP afunda e já vale menos de 0,2 euros. Bolsa cai mais de 1%
A bolsa nacional fechou em queda, pela segunda sessão consecutiva, com os investidores a refletirem na negociação vários pontos de instabilidade e incerteza. O BCP afundou mais de 5% para o valor mais baixo desde setembro de 2017.
A bolsa nacional fechou em queda, num dia que começou por ser de ganhos nas bolsas europeias e que termina com perdas generalizadas. O PSI-20 recuou 1,29% para 4.796,20 pontos, com 16 cotadas em queda e duas em alta. O contexto internacional é o principal responsável, com várias frentes de instabilidade a deixarem os investidores nervosos. O Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, recua 0,29%.
Na Europa, o principal foco de tensão está em Itália, numa altura em que a coligação que sustentava o Governo desfez-se, apontando para eleições antecipadas, que poderão não ser imediatas, caso o presidente da República opte por uma solução temporária, como um governo tecnocrata.
A contribuir para a instabilidade dos investidores estão os resultados das primárias na Argentina, onde o atual presidente, Mauricio Macri, foi derrotado, aumentando os receios sobre a política futura que a Argentina vai seguir. Isto depois de Macri ter implementado uma política de consolidação orçamental, após a segunda maior economia da América Latina ter estado próxima da bancarrota. Os eleitores do país deram um cartão vermelho ao presidente Macri e respetivas políticas de austeridade, dando uma clara vitória ao "peronista" Alberto Fernandez, que leva a ex-presidente Cristina Kirchner como número dois na candidatura às presidenciais de outubro.
Estes resultados provocaram quedas avultadas na bolsa argentina e provocaram subidas expressivas nos juros, precisamente devido aos receios em torno das políticas financeiras que serão implementadas no país.
A contribuir para a apreensão dos investidores continuam os receios sobre os desenvolvimentos da guerra comercial entre os EUA e a China, bem como a perspetiva de uma política de juros baixos por mais tempo, o que penaliza o setor financeiro.
BCP afunda mais de 5%
E foi, precisamente, o BCP que se destacou entre as cotadas portuguesas. O banco liderado por Miguel Maya deslizou 5,22% para 0,1979 euros, sendo a primeira vez que desceu da fasquia dos 0,2 euros desde setembro de 2017, num dia em que a banca foi o setor que mais caiu na Europa. O setor financeiro tem sido dos mais fustigados no recente "sell off", muito devido à perspetiva de manutenção de políticas de juros historicamente baixos, o que penaliza as margens dos bancos.
O dia do BCP foi ainda marcado pelo comunicado que deu conta que o banco ficou com os direitos de voto de quase 10% do capital da Pharol, depois de a High Bridge ter entrado em incumprimento. O banco já deixou claro que o objetivo é que estas ações sejam vendidas.
Esta notícia estará a ser uma das razões para a queda de 3,58% da Pharol, uma vez que a posição de venda assumida pelo BCP coloca sob pressão os títulos da empresa liderada por Palha da Silva.
A pesar esteve também a Galp Energia, ao cair 1,8% para 12,83 euros, numa sessão em que o setor do papel também pressionou, com a Altri a perder 1% para 5,45 euros e a Navigator a ceder 0,77% para 2,838 euros.
Destaque também para os CTT, que deslizaram 3,06% para 1,805 euros.
A contrariar a tendência esteve o grupo EDP, com a elétrica a subir 0,15% para 3,373 euros e a EDP Renováveis a avançar 0,10 para 9,69 euros.