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Fecho dos mercados: Europa arrasada com vírus da China. Ouro em máximos de sete anos

Os principais mercados europeus conheceram todos quedas acima dos 3%, num dia em que o Stoxx 600 teve a maior descida intradiária desde 2016. Os preços do petróleo foram arrastados pela propagação do vírus e o ouro rompeu para máximos de sete anos.

Reuters
24 de Fevereiro de 2020 às 17:22
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Os mercados em números

PSI-20 desceu 3,53% para 5.197,09 pontos

Stoxx 600 perdeu 3,79% para 411,86 pontos

S&P500 recua 3,13% para 3.233,25 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 1,1 pontos base para 0,219%

Euro avança 0,08% para 1,085 dólares

Petróleo em Londres cai 5,03% para 55,56 dólares por barril

 

Europa arrasada por vírus

O Stoxx 600, o índice que reúne as 600 maiores cotadas da região, encerrou a desvalorizar 3,79% para 411,86 pontos, com o índice pan-europeu a sofrer a queda intradiária mais forte desde junho de 2016.

Os receios de que a propagação do surto Covid-19 continue a ganhar força está a afastar os investidores dos ativos de maior risco, numa altura em que o coronavírus ganha força em Itália, com sete mortos registados até ao momento e cerca de 150 infetados, com pelo menos onze localidades em quarentena.

O número de mortos devido ao Covid-19 subiu hoje para 2.592 na China continental e foram reportados 409 novos infetados, quase todos na província de Hubei. A cidade santa de Qom, a 140 quilómetros a sul de Teerão, tem já registadas 50 mortes provocadas pelo novo coronavírus, reportou hoje a agência semioficial iraniana ILNA. As autoridades da Coreia do Sul relataram esta segunda-feira a existência de 763 casos de contágio, um número bastante superior aos 30 da semana passada. 

Todos os setores terminaram o dia em queda, com destaque para o setor do turismo (-5,96%), que agrupa não só companhias aéreas, mas também unidades hoteleiras. 

O grupo das principais 20 economias mundiais advertiu este domingo que a propagação rápida do coronavírus representa um sério risco para o crescimento global e concordaram em agir se o impacto da epidemia se intensificar.

Por cá, o índice PSI-20 encerrou a recuar 3,53% para 5.197,09 pontos, com as 18 cotadas em baixa, naquele que foi o pior dia para a praça portuguesa desde 2016. A pressionar a tendência esteve sobretudo o BCP, que mergulhou 5,16% para 18 cêntimos por ação. 

 

Investidores correm para obrigações europeias
As obrigações soberanas das maiores economias da Zona Euro estão a servir de refúgio para os investidores, que hoje fogem dos mercados acionistas e de outros ativos de maior risco. A referência para o bloco, a Alemanha, tem os juros das obrigações a dez anos a recuar 5 pontos base para os -0484%.

Por cá, a taxa de juro dos títulos portugueses com a mesma maturidade recua 1,1 pontos base para 0,219%.

Contudo, as obrigações italianas estão a registar um movimento inverso, com os investidores preocupados com o efeito económico negativo da propagação do coronavírus no país. Os juros disparam 5,7 pontos base para 0,964%.
 

Euro ganha terreno face ao dólar
A moeda única da União Europeia deu mais um pequeno passo para perto da paridade face ao norte-americano dólar. Por esta altura, o euro aprecia 0,08% para os 1,0856 dólares. A divisa europeia conseguiu assim inverter a situação negativa da parte da manhã, em que perdia terreno face ao dólar. 

Já a libra negoceia em terreno negativo face ao dólar, ao perder 0,34%. 

 

Brent afunda mais de 5%
A cair estão também os preços do petróleo, com a propagação do coronavírus a cortar na procura pela matéria-prima na China e também no resto do mundo. Para já, o Brent - que serve de referência para Portugal - afunda 5,03% para 55,56 dólares por barril e o norte-americano WTI desvaloriza 4,81% para os 50,81 dólares por barril.

A OPEP - Organização dos Países Exportadores de Petróleo tem encontro marcado para a próxima semana, nos dias 5 e 6 de maçro, numa reunião onde vão estar presentes os ministros da Energia dos países que compõe o cartel petrolífero. São esperadas medidas que combatam a queda na procura de crude em todo o mundo.

 

Ouro em máximos de sete anos
Num dia em que os investidores se afastam dos ativos de risco, o ouro surge como uma oportunidade mais segura para quem investe. O metal precioso, considerado um ativo de refúgio, cuja procura aumenta quando a turbulência externa aumenta, segue por esta altura a valorizar 1,82% para os 1.673,30 dólares por onça. Este valor representa um máximo de mais de sete anos. 

O ouro tem vindo a galgar terreno nas últimas semanas com a propagação do surto de origem chinesa sem fim à vista. Na semana passada, o metal amarelo já tinha tocado em máximos de mais de sete anos e hoje por lá se mantém. 

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