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Fecho dos mercados: Em dia de sell-off nas bolsas, petróleo afunda quase 5% e Euribor em máximos de 16 meses
Em dia de quebras expressivas nas principais bolsas, desde os EUA, passando pela Europa até à Ásia, o petróleo desvaloriza quase 5% e a Euribor atinge novos máximos.
Os mercados em números
PSI-20 recuou 1,72% para 4.932,55 pontos
Stoxx 600 cedeu 1,58% para os 354,06 pontos
S&P 500 desvaloriza 1,52% para os 2.713,91 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos recuaram 0,7 pontos base para os 2,006%
Euro avança 0,14% para os 1,1481 dólares
Petróleo cai 4,58% para os 76,17 dólares por barril em Londres
Bolsas europeias com quedas a rondar os 1,5%
A Europa pinta-se de vermelho num dia em que a pressão se faz sentir em múltiplas frentes: dentro do bloco, a tensão cresce com a rejeição do Orçamento de Itália pela União Europeia, numa reacção inédita. Lá fora, a morte do jornalista Khashoggi determina a fricção entre o Médio Oriente e o Ocidente, em particular os EUA. Por fim, a guerra comercial entre a maior economia do mundo e a China continua a afectar as bolsas asiáticas.
Neste cenário, o Stoxx 600 desvalorizou 1,58% para os 354,06 pontos, ilustrando a dimensão das quedas que são comuns às principais praças. O alemão Dax ultrapassou mesmo a tendência geral com uma queda de 2,17%.
A bolsa nacional alinhou-se com as principais praças europeias na trajectória descendente com o PSI-20 a apresentar uma desvalorização de 1,72% para 4.932,55 pontos, o valor mais baixo desde Abril de 2017, com 16 cotadas em queda e apenas duas em alta.
Juros de Itália voltam a agravar
Depois de uma sessão de alívio no arranque da semana, após um discurso aparentemente conciliador de Moscovici – no qual o comissário prometeu que Bruxelas não iria interferir na política económica italiana – a rejeição do Orçamento transalpino pela Comissão Europeia deixa os juros da dívida italiana a dez anos nos 3,592%, um agravamento de 10,2 pontos base face à última sessão.
Portugal, que tem acompanhado a tendência dos juros deste vizinho do sul, regista esta terça-feira um ligeiro alívio de 0,7 pontos base para os 2,006%. Na Alemanha o alívio é maior, com os juros da dívida para a mesma maturidade a quebrarem 3,9 pontos base para os 0,409%, colocando o prémio das obrigações portuguesas face às germânicas nos 159,7 pontos base.
Euribor em máximos de 16 meses
As taxas Euribor mantiveram-se a três meses e subiram a seis, nove e 12 meses, tendo ficado todas em máximos dos últimos 16 meses.
A Euribor a três meses manteve-se hoje em -0,317%, um máximo desde Outubro de 2016. A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação subiu hoje para -0,259%, um máximo desde Junho de 2017, mais 0,002 pontos do que na segunda-feira.
A nove meses, a Euribor também subiu hoje para máximos desde Junho de 2017, ao ser fixada em -0,199%, mais 0,001 pontos. No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também avançou, tendo sido fixada em -0,149%, um máximo desde Junho de 2017, mais 0,002 pontos.
Dólar deprime com Wall Street
O euro está a valorizar 0,14% para os 1,1481 dólares, num dia em que a "nota verde" se deixa contagiar pelo sentimento negativo vivido na bolsa nova-iorquina. O dólar perde não só em relação ao euro como também face a outros activos refúgios, como é o caso do iene japonês.
Em Wall Street, os resultados desapontantes da fabricante de materiais de construção Caterpillar – que é vista como um termómetro para a saúde da economia americana – está a afectar as cotações. "O mercado de capitais tem a atenção de todos. O dólar/iene está a movimentar-se taco-a-taco com as acções", assinala um analista da FX Analytics, consultado pela Bloomberg.
Petróleo em mínimos de mais de um mês
O barril de Brent, referência para a Europa, está a cair 4,58% para os 76,17 dólares, um mínimo de 7 de Setembro. As quebras acontecem depois de a Arábia Saudita ter assegurado que aumentou a produção e compensará eventuais quebras na oferta iraniana, as quais se esperava que decorressem na sequência das sanções impostas por Trump.
Paládio em máximos de sempre
O paládio valorizou 2,5% para os 1.152,54 dólares por onça, atingindo um pico inédito. As cotações deste metal, que duplicaram em dois anos, têm sido impulsionadas por receios em relação à oferta – com as tensões entre EUA e Rússia, este último o maior produtor, a aumentarem -, ao mesmo tempo que a procura aumenta, com medidas de estímulo no maior consumidor, a China. O paládio é utilizado sobretudo para o fabrico de componentes automóveis.