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Fecho dos mercados: Coronavírus apaga ganhos de 2020 na Europa. Juros e petróleo derrapam

O dia foi de fortes perdas nas praças europeias, com os investidores a procurarem refúgio na dívida e no ouro. Já o petróleo quebrou quase 4% e já desceu dos 60 dólares.

Os investidores que prefiram ficar longe do sobe e desce do mercado podem privilegiar uma abordagem mais defensiva. Os fundos multiactivos podem ser uma boa alternativa para quem pretende obter retornos, mas não quer assumir riscos demasiado elevados.

Os fundos multiactivos ajustam-se a praticamente todos os investidores, uma vez que existem produtos com uma estratégia de investimento mais defensiva, equilibrada e agressiva. Apesar da instabilidade registada nos mercados accionistas nas últimas semanas, são os multiactivos agressivos, com maior exposição ao mercado accionista, que apresentam as melhores rendibilidades. Rendem, em média, 0,9% nos últimos três meses. Já os fundos que privilegiam uma estratégia mais equilibrada somam 0,81%, segundo os dados da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património (APFIPP).

Ao investirem em diversas classes de activos, estes produtos de poupança reduzem o risco resultante de oscilações bruscas nos mercados financeiros. Ou seja, se as bolsas mundiais registarem quedas acentuadas enquanto está a banhos, a exposição a outros activos, como a dívida ou cambial, vai atenuar o efeito negativo das acções na carteira. No entanto, caso os problemas nos mercados aliviem e as bolsas registem subidas elevadas, esses fundos não irão obter retornos tão expressivos.
Reuters
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Os mercados em números
PSI-20 2,04% para os 5.178,89 pontos
Stoxx 600 caiu 2,26% para os 414,07 pontos
S&P 500 recua 1,41% para os 3.248,89 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos aliviam7 pontos base para os 0,229%
Euro desvaloriza 0,05% para os 1,1020 dólares
Petróleo em Londres cede 3,61% para os 58,50 dólares por barril

Bolsas europeias descem 2% para mínimos de mês e meio 
Em linha com as bolsas norte-americanas, as praças europeias fecharam em terreno negativo na sessão desta segunda-feira, 27 de janeiro, com o Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, a ceder 2,26% para os 414,07 pontos, a maior queda desde outubro do ano passado. 

 

Com esta desvalorização, o índice europeu de referência apagou os ganhos que tinha acumulado desde o início do ano, registando agora uma queda de 0,43% em 2020. Em relação às cotações de fecho, o Stoxx 600 está em mínimos de 16 de dezembro.

 

"Depois de alguma complacência demonstrada no final da semana passada, os investidores europeus foram abalados pelo agravamento da difusão do coronavírus", escrevem os analistas do BPI no comentário de fecho. Em causa estão as mais de 80 mortes e os mais de 2.800 casos confirmados em mais de 10 países - onde se incluem França, Japão e EUA.

 

Entre as cotadas mais afetadas estão as do turismo e do comércio dado que atualmente se celebra o ano novo chinês, um período de gastos em viagens e bens que está a ser afetado pelas medidas de contenção relacionadas com o vírus chinês.

 

Além do retalho e das companhias aéreas, também os setores automóvel e tecnológico desvalorizaram (-3%) assim como a banca e o setor energético (-2%), sendo este último influenciado pela queda da cotação do petróleo devido aos receios de que o vírus chinês diminua as viagens a nível mundial e provoque uma maior travagem na economia chinesa.

 

As principais praças europeias também fecharam em baixa, incluindo o PSI-20 - que desvalorizou 2,04% para os 5.178,89 pontos, a maior queda desde agosto. 

 

Receio com vírus dá ganhos às obrigações europeias

As obrigações soberanas valorizam significativamente na sessão de hoje, que está a ser marcada pelos receios face à propagação do coronavírus chinês, o que levou os investidores para ativos de refúgio como a dívida pública. Os juros portugueses a dez anos aliviam 7 pontos base para os 0,229% - um mínimo de novembro -, mas no mercado secundário de obrigações o destaque vai para Itália e Grécia, que beneficiaram também de fatores internos.

 

Os juros italianos a dez anos aliviam 19,4 pontos base para os 1,033% por causa da derrota da Liga de Matteo Salvini numas eleições regionais. A vitória do Partido Democrático, um dos parceiros de coligação do atual Governo, reforçou as perspetivas de estabilidade política no país, apesar da demissão do líder do outro partido da coligação, o Movimento 5 Estrelas, na semana passada. 

 

Já na Grécia, os juros a dez anos aliviam 13,1 pontos base para os 1,148%, atingindo mínimos históricos, após a Fitch ter melhorado o rating da república helénica assim como o 'outlook' de 'estável' para 'positivo'. Isto indica que a agência de notação financeira poderá continuar a melhorar o rating grego caso a dívida pública mantenha a tendência descendente, o que reduz a perceção de risco face à Grécia. 

Euro desce pela terceira sessão

A moeda única europeia está a descer 0,05% para os 1,1020 dólares, num dia em que a ‘nota verde’ ganha força. Isto porque, sendo considerado um ativo refúgio, capta a atenção dos investidores nesta altura de incerteza nos mercados acionistas, que sofrem com as reduzidas perpetivas quanto à economia chinesa, em resultado da proliferação do coronavírus no país.

Esta é a terceira sessão consecutiva em que o euro se fica pelo terreno negativo, tendo mesmo tocado um mínimo de 2 de dezembro na sequência de uma queda de 0,14% para os 1,1010 dólares.  

Petróleo perde mais de 3% e quebra fasquia dos 60 dólares

O barril de Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para a Europa, está a desvalorizar 2,83% para os 58,97 dólares. Esta é a terceira sessão consecutiva no vermelho e, tendo chegado a cair 3,61% para os 58,50 dólares durante a sessão, a matéria-prima tocou num mínimo de 21 de outubro do ano passado, ou seja, um mínimo de aproximadamente três meses.

O "ouro negro" afunda numa altura em que os receios em relação ao coronavírus minam a confiança dos investidores quanto à procura de petróleo por parte da China.

Ouro brilha entre o "caos" do vírus

O metal amarelo segue a valorizar 0,74% para os 1.588,11 dólares, depois de ter chegado a somar mais de 1%.

É a quarta sessão consecutiva do ouro no verde, beneficiando do estatuto de ativo refúgio numa altura em que os receios quanto ao vírus chinês inundam os mercados acionistas.

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