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Fecho dos mercados: Bolsas europeias têm pior sessão em três meses e petróleo afunda  

As bolsas mundiais estão a corrigir do forte arranque de ano, numa altura em que os investidores mostram maior preocupação com a alta dos juros das obrigações. O petróleo cai perto de 2% em Nova Iorque devido à perspectiva de subida das reservas.

No dia 9 de Fevereiro, a Europa acordou em sobressalto. Os mercados bolsistas estavam a 'derreter' e a fuga de capitais para os refúgios - ouro e dívida alemã - dava sinais de que o caso era sério. No final do dia, os piores cenários confirmaram. O índice bolsista de banca perdeu quase 30%, as quedas da bolsa oscilavam entre os 18,5% de Frankfurt e os quase 40% de Atenas, com os índices a regressarem à década de 90. O receio em torno da fragilidade financeira da Europa, com o Deutsche Bank à cabeça, assustou muita gente. Dois dias depois, a tempestade desapareceu do mapa.
Bloomberg
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Os mercados em números

PSI-20 desceu 0,66% para 5.962,40 pontos

Stoxx 600 perdeu 0,92% para 396,12 pontos

S&P 500 recua 0,90% para 2.827,99 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos subiram 1,3 pontos base para 1,957%

Euro valoriza 0,12% para 1,2397 dólares

Petróleo cai 1,15% para 68,66 dólares por barril, em Londres

 

Bolsas europeias com maior queda em quase três meses

As principais praças europeias transaccionaram no vermelho na sessão desta terça-feira, 30 de Janeiro, no segundo dia seguido de quedas para o índice de referência europeu Stoxx 600 que caiu para mínimos de 5 de Janeiro.

 

Com uma queda de 0,92% para 396,12 pontos, o Stoxx 600 registou a maior desvalorização diária desde 9 de Novembro do ano passado, sessão em que recuou 1,11%. A tendência alastrou-se à generalidade das principais praças europeias, com o PSI-20 a recuar 0,66% para 5.962,40 pontos, penalizado em especial pela queda de 1,52% para 0,3245 euros por parte do BCP. As quebras em torno de 1,5% da Galp Energia e de 1% da EDP também penalizaram a bolsa lisboeta. 

 

As bolsas do Velho Continente tiveram nova sessão a corrigir face aos fortes ganhos acumulados em 2018, potenciados pela perspectiva de reforço do crescimento económico da Europa, da Zona Euro e também da economia global. Em Wall Street verifica-se um sentimento idêntico, com os índices Dow Jones e o Standard & Poor’s 500 a encaminharem-se nesta altura para o pior dia em bolsa desde Agosto de 2017.

 

Também a pressionar as praças europeias esteve novo agravamento dos juros da dívida soberana, com particular destaque para os Estados Unidos, onde a "yield" dos títulos a 10 anos está em máximos de 2014 e acima dos 2,7%.

  

Economia europeia leva euro a subir

Com o dólar a continuar a perder terreno face às principais divisas mundiais, o euro voltou a negociar perto de máximos de Dezembro de 2014, num dia em que foram revelados dados animadores para a economia europeia.

 

O Eurostat revelou que o PIB da Zona Euro cresceu 2,7% no último trimestre de 2017, sinalizando que a economia europeia continua a crescer a bom ritmo. O euro valoriza 0,12% para 1,2397 dólares, nas vésperas da reunião da Reserva Federal, que ficará marcada por ser a última de Janet Yellen na presidência e em que não se esperam novidades de política monetária. O máximo de três anos foi fixado acima dos 1,245 dólares, sendo que a moeda europeia acabou por corrigir depois de divulgados os dados da inflação na Alemanha.

 

Inflação na Alemanha trava alta dos juros das obrigações

Os juros das obrigações soberanas da Zona Euro estiveram em alta durante a manhã, com a "yield" das bunds a 10 anos a fixar um novo máximo desde Dezembro de 2015 acima dos 0,7%.

 

Ainda assim, os juros alemães passaram para terreno negativo depois de conhecida a evolução da taxa de inflação na Alemanha, que caiu em Janeiro para 1,4%, quando os economistas esperavam que estabilizasse nos 1,6%. Esta evolução da inflação diminuiu os receios dos mercados sobre a possibilidade de o Banco Central Europeu antecipar a retirada dos estímulos à economia.

 

A "yield" das Obrigações do Tesouro a 10 anos agravou-se 1,3 pontos base em Portugal para 1,957%, pelo que o "spread" face às bunds agravou-se para 127 pontos base.

 

Taxas Euribor estáveis

Apesar de se prever para este ano uma normalização da política monetária do Banco Central Europeu, as taxas Euribor continuam sem dar sinais de alta. Os indexantes ficaram estáveis nos prazos a três, seis e 12 meses e até desceram a nove meses em relação a segunda-feira.       
      

A Euribor a três meses voltou hoje a ser fixada em -0,328%, enquanto a taxa a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, manteve-se pela quinta sessão consecutiva em -0,278%.

 

Petróleo afunda à espera de subida nas reservas

Os preços do petróleo estão em forte queda na sessão desta terça-feira, pressionados pela sondagem da Bloomberg que aponta para uma subida nas reservas da matéria-prima nos Estados Unidos. Os inventários de crude terão aumentado em 800 mil barris na semana passada, de acordo com os analistas ouvidos pela Bloomberg, que dá conta que do lado da oferta as notícias também contribuem para penalizar a cotação do petróleo, uma vez que a produção nos EUA estará prestes a atingir a marca dos 10 milhões de barris por dia.

Depois dos máximos de três anos fixados nas últimas sessões, o WTI Nova Iorque recua 1,85% para 64,35 dólares e o Brent em Londres baixa 1,15% para 68,66 dólares.

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