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Wall Street regista maior queda desde Maio com pressão dos juros e saúde

As bolsas norte-americanas encerraram em baixa pela segunda sessão consecutiva, ainda penalizadas pela subida dos juros das Obrigações do Tesouro nos EUA, bem como pelo mau desempenho dos títulos da saúde após o anúncio de uma nova concorrente no sector.

30 de Janeiro de 2018 às 21:19
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O Dow Jones encerrou a ceder 1,37%, para se fixar nos 26.076,89 pontos e o Standard & Poor’s 500 recuou 1,09% para 2.822,43 pontos.

 

Também o tecnológico Nasdaq Composite fechou em baixa, a registar uma perda de 0,86%, para 7.402,48 pontos.

Em duas sessões o S&P 500 acumula uma perda de 1,89%, o que representa a descida de dois dias mais forte desde 17 de Maio de 2017. Um desempenho negativo que reduz o ganho do índice este ano para 5,56%, pelo que este movimento de quedas também é visto pelos operadores como uma correcção. 

Já o Dow Jones, na abertura, registou a maior queda em quase 16 anos ao arrancar com uma descida de 0,91%.

 

A pressionar a negociação em Wall Street estiveram uma vez mais os juros da dívida norte-americana, com a "yield" das obrigações dos EUA a 10 anos a superar os 2,7% pela primeira vez desde Abril de 2014.

 

O sector que pior desempenho teve foi o da saúde, o que contribuiu para a má performance das bolsas do outro lado do Atlântico. Isto depois de ter sido noticiado que a Amazon.com, a Berkshire Hathaway e o JPMorgan Chase vão criar uma empresa de cuidados de saúde para os seus funcionários.

 

A Metlife esteve entre os piores registos do S&P 500, a afundar 8,58% no fecho para 49,73 dólares, depois de ser noticiado que a Securities and Exchange Commission (SEC – órgão regulador do mercado de capitais dos EUA equivalente à CMVM em Portugal) está a investigar o facto de a seguradora não ter pago as pensões de alguns trabalhadores.

 

A Apple também voltou a negociar no vermelho. Depois de ontem ter sido penalizada pelo anúncio de que visa reduzir para metade a sua meta de produção do iPhone X no actual trimestre, hoje esteve a ser pressionada pela notícia de que as autoridades norte-americanas abriram uma investigação à empresa da maçã para determinarem se violou a legislação sobre a publicação de informação relevante acerca de um software de actualização que torna mais lentos os modelos do iPhone.

 

Os investidores aguardavam com expectativa pelo discurso do Estado da União que Donald Trump às 21:00 de Washington (2:00 da madrugada de quarta-feira em Lisboa). O presidente dos Estados Unidos fará o seu discurso no Congresso, esperando-se que apresenta a agenda da sua Administração para este ano.

 

Historicamente, a reacção das bolsas norte-americanas ao Estado da União tem sido mista. Em média, o S&P 500 tem recuado 0,05% no dia seguinte, se recuarmos até 1965 – quando Lyndon Johnson fez o primeiro discurso do Estado da União transmitido em directo na televisão.

 

Mas Trump não é um presidente típico, recorda a Reuters. No dia 1 de Março do ano passado, logo a seguir ao seu discurso perante o Congresso – não se chama Estado da União no primeiro ano de uma presidência e Trump tinha tomado posse a 20 de Janeiro –, o S&P 500 avançou 1,37%, naquela que foi a sua segunda maior subida após estes eventos [a maior foi de 1,51%, depois da mensagem de 29 de Janeiro de 1991 de George W. Bush.

 

Os investidores continuam também à espera de resultados agregados robustos por parte das empresas norte-americanas. Esta semana, as tecnológicas estarão em força na divulgação das suas contas, nomeadamente a Apple, Amazon, Alphabet (casa-mãe da Google), Microsoft e Facebook (ambas amanhã).

 

Segundo os dados da Thomson Reuters, o consenso dos analistas projecta um aumento de 13,2% dos lucros agregados no quarto trimestre.

 

Das mais de 140 empresas do S&P 500 que já reportaram as suas contas, 80% superaram as estimativas – muito acima dos 72% que têm batido, em média, as projecções dos lucros nos últimos quatro trimestres. 

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