Notícia
Fecho dos mercados: Bolsas, euro, petróleo e ouro no verde. Juros da dívida europeia em mínimos históricos
Esta foi uma sessão em que os mercados ficaram pintados de verde: as bolsas, o euro, o petróleo e o ouro fecharam em alta. Já os juros da dívida pública dos países europeus aliviaram para mínimos históricos após as palavras de Draghi.
Os mercados em números
PSI-20 valorizou 1% para 5.142,31 pontos
Stoxx 600 subiu 0,93% para os 377,48 pontos
S&P 500 valoriza 1,06% para 2.873,58 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 4,9 pontos base para os 0,618%
Euro sobe 0,52% para 1,1355 dólares
Petróleo em Londres sobe 1,20% para 62,41 dólares por barril
Bolsas europeias em máximos de duas semanas
A expectativa de que Donald Trump possa adiar as anunciadas tarifas aduaneiras dos EUA sobre produtos importados do México deu uma ajuda às bolsas esta sexta-feira, 7 de junho. Além disso, uma nota oficial do governo federal norte-americano revelou que os EUA deram mais duas semanas aos exportadores chineses para transportarem certos bens para território norte-americano antes de aumentarem as tarifas para 25%.
O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, subiu 0,93% para os 377,48 pontos, atingindo máximos de duas semanas. Com esta valorização, o índice europeu já recuperou algumas das perdas de maio, o pior mês de 2019 para as bolsas.
Para o Stoxx 600 esta foi a melhor semana desde o início de abril. Ao todo, o índice valorizou 2,28%.
Também o PSI-20 - e as restantes praças europeias - esteve em alta ao subir 1% para 5.142,31 pontos, acumulando assim quatro subidas consecutivas.
Juros portugueses atingem novo mínimo próximo dos 0,6%
Continua a cruzada dos juros portugueses a dez anos para níveis cada vez mais baixos. Os juros aliviaram 4,9 pontos base para os 0,618%, atingindo um novo mínimo histórico e aproximando-se da barreira dos 0,6%.
Para este comportamento das obrigações soberanas do mercado secundário bastou o simples facto de Mario Draghi ter dito ontem que os membros do conselho de governadores discutiram um possível regresso do programa de compra de dívida pública. É a primeira vez que tal acontece desde que o programa acabou em dezembro de 2018. Atualmente, o BCE apenas reinveste os montantes de dívida cuja maturidade é atingida a cada momento.
Além dos juros portugueses, também os juros italianos e alemães estão a atingir mínimos. No caso de Itália, apesar de a Comissão Europeia ter dito esta semana que se justifica a abertura de um procedimento por défices excessivos, os juros a dez anos estão a cair a pique para mínimos de mais de um ano (maio de 2018): menos 21 pontos base para os 2,28%. Já os juros alemães no mesmo prazo atingiram um novo mínimo históricos ao aliviarem dois pontos base para os -0,26%.
Euro em máximos do final de março
Com o dólar a descarrilar, a divisa europeia está a ganhar terreno. O dólar deverá fechar esta semana como a pior de 2019. A divisa norte-americana está em baixa dada a crescente expectativa - que ganhou força esta semana com as declarações de Jerome Powell, presidente da Reserva Federal - de que a Fed vai baixar os juros caso a disputa comercial afete de forma determinante a economia dos EUA.
Hoje o presidente russo, Vladimir Putin, também veio dizer que o papel do dólar como a moeda mais importante do sistema mundial deve ser considerado dados os desenvolvimentos comerciais.
Já o euro está a beneficiar do discurso misto da reunião do Banco Central Europeu (BCE) desta quinta-feira, 6 de junho. Por um lado, Mario Draghi assegurou que está preparado para atuar perante as contingências e que tem "espaço" na política monetária para o fazer. Por outro lado, o presidente do BCE, na prática, apenas adiou por mais seis meses a possibilidade de mexer nos juros, que estão em níveis historicamente baixos, do final de 2019 para o final do primeiro semestre de 2020. Havia a expectativa nos mercados de que o BCE pudesse sinalizar um corte dos juros de forma mais explícita.
O euro sobe 0,52% para 1,1355 dólares, atingindo máximos do final de março. Esta foi a melhor semana da divisa europeia desde agosto do ano passado ao acumular uma valorização de 1,5%.
Perspetiva de extensão dos cortes da OPEP+ anima petróleo
Os preços do petróleo seguem em alta nos principais mercados internacionais, animados pela expectativa de que os cortes de produção anunciados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e pelos seus aliados (como a Rússia), o chamado grupo OPEP +, sejam prolongados. Isto depois de uma reunião entre sauditas e russos que aponta nesse sentido.
Na quarta-feira, o crude de referência dos Estados Unidos (West Texas Intermediate - WTI) entrou em "bear market", a reagir à divulgação dos stocks de crude do país, que aumentaram de forma inesperada. De acordo com o Departamento de Energia dos EUA, as reservas de crude da maior economia do mundo aumentaram em 6,8 milhões de barris na semana passada, naquela que foi a maior subida desde 1990 e que contrariou as estimativas dos analistas, que apontavam para uma queda.
Ontem, a tendência de queda prosseguiu, mas na última meia hora de negociação deu-se uma reviravolta e o "ouro negro" disparou mais de 2% em Londres e Nova Iorque, fortemente animado pela perspetiva de um adiamento das tarifas aduaneiras dos EUA sobre produtos mexicanos. Hoje esse movimento de subida da matéria-prima prossegue.
O WTI para entrega em julho segue a somar 1,29% para 53,27 dólares. Em Londres, o contrato de agosto do Brent do Mar do Norte valoriza 1,20% para 62,41 dólares.
Ouro atinge máximos de mais de um ano
Na semana em que os bancos centrais confirmaram que a política monetária tem de continuar a suportar a economia afetada pela incerteza global, o ativo de refúgio por excelência, o ouro, beneficiou largamente. O metal precioso valoriza há oito sessões consecutivas, atingindo um máximo de mais de um ano. A travagem na criação de emprego dos EUA divulgada esta sexta-feira, 7 de junho, deu mais motivos para preocupação a quem já teme a desaceleração da economia.
Mas o principal motor dos ganhos do ouro foi o discurso de Jerome Powell, na terça-feira, onde o presidente da Fed abriu a porta à descida de juros se necessário. A redução dos juros diretores fará do ouro um ativo mais competitivo face a outros ativos que oferecem juros. O ouro está a valorizar 0,54% para os 1.342,52 pontos por onça, um máximo de abril de 2018.
PSI-20 valorizou 1% para 5.142,31 pontos
Stoxx 600 subiu 0,93% para os 377,48 pontos
S&P 500 valoriza 1,06% para 2.873,58 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 4,9 pontos base para os 0,618%
Euro sobe 0,52% para 1,1355 dólares
Petróleo em Londres sobe 1,20% para 62,41 dólares por barril
Bolsas europeias em máximos de duas semanas
A expectativa de que Donald Trump possa adiar as anunciadas tarifas aduaneiras dos EUA sobre produtos importados do México deu uma ajuda às bolsas esta sexta-feira, 7 de junho. Além disso, uma nota oficial do governo federal norte-americano revelou que os EUA deram mais duas semanas aos exportadores chineses para transportarem certos bens para território norte-americano antes de aumentarem as tarifas para 25%.
Para o Stoxx 600 esta foi a melhor semana desde o início de abril. Ao todo, o índice valorizou 2,28%.
Também o PSI-20 - e as restantes praças europeias - esteve em alta ao subir 1% para 5.142,31 pontos, acumulando assim quatro subidas consecutivas.
Juros portugueses atingem novo mínimo próximo dos 0,6%
Continua a cruzada dos juros portugueses a dez anos para níveis cada vez mais baixos. Os juros aliviaram 4,9 pontos base para os 0,618%, atingindo um novo mínimo histórico e aproximando-se da barreira dos 0,6%.
Para este comportamento das obrigações soberanas do mercado secundário bastou o simples facto de Mario Draghi ter dito ontem que os membros do conselho de governadores discutiram um possível regresso do programa de compra de dívida pública. É a primeira vez que tal acontece desde que o programa acabou em dezembro de 2018. Atualmente, o BCE apenas reinveste os montantes de dívida cuja maturidade é atingida a cada momento.
Além dos juros portugueses, também os juros italianos e alemães estão a atingir mínimos. No caso de Itália, apesar de a Comissão Europeia ter dito esta semana que se justifica a abertura de um procedimento por défices excessivos, os juros a dez anos estão a cair a pique para mínimos de mais de um ano (maio de 2018): menos 21 pontos base para os 2,28%. Já os juros alemães no mesmo prazo atingiram um novo mínimo históricos ao aliviarem dois pontos base para os -0,26%.
Euro em máximos do final de março
Com o dólar a descarrilar, a divisa europeia está a ganhar terreno. O dólar deverá fechar esta semana como a pior de 2019. A divisa norte-americana está em baixa dada a crescente expectativa - que ganhou força esta semana com as declarações de Jerome Powell, presidente da Reserva Federal - de que a Fed vai baixar os juros caso a disputa comercial afete de forma determinante a economia dos EUA.
Hoje o presidente russo, Vladimir Putin, também veio dizer que o papel do dólar como a moeda mais importante do sistema mundial deve ser considerado dados os desenvolvimentos comerciais.
Já o euro está a beneficiar do discurso misto da reunião do Banco Central Europeu (BCE) desta quinta-feira, 6 de junho. Por um lado, Mario Draghi assegurou que está preparado para atuar perante as contingências e que tem "espaço" na política monetária para o fazer. Por outro lado, o presidente do BCE, na prática, apenas adiou por mais seis meses a possibilidade de mexer nos juros, que estão em níveis historicamente baixos, do final de 2019 para o final do primeiro semestre de 2020. Havia a expectativa nos mercados de que o BCE pudesse sinalizar um corte dos juros de forma mais explícita.
O euro sobe 0,52% para 1,1355 dólares, atingindo máximos do final de março. Esta foi a melhor semana da divisa europeia desde agosto do ano passado ao acumular uma valorização de 1,5%.
Perspetiva de extensão dos cortes da OPEP+ anima petróleo
Os preços do petróleo seguem em alta nos principais mercados internacionais, animados pela expectativa de que os cortes de produção anunciados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e pelos seus aliados (como a Rússia), o chamado grupo OPEP +, sejam prolongados. Isto depois de uma reunião entre sauditas e russos que aponta nesse sentido.
Na quarta-feira, o crude de referência dos Estados Unidos (West Texas Intermediate - WTI) entrou em "bear market", a reagir à divulgação dos stocks de crude do país, que aumentaram de forma inesperada. De acordo com o Departamento de Energia dos EUA, as reservas de crude da maior economia do mundo aumentaram em 6,8 milhões de barris na semana passada, naquela que foi a maior subida desde 1990 e que contrariou as estimativas dos analistas, que apontavam para uma queda.
Ontem, a tendência de queda prosseguiu, mas na última meia hora de negociação deu-se uma reviravolta e o "ouro negro" disparou mais de 2% em Londres e Nova Iorque, fortemente animado pela perspetiva de um adiamento das tarifas aduaneiras dos EUA sobre produtos mexicanos. Hoje esse movimento de subida da matéria-prima prossegue.
O WTI para entrega em julho segue a somar 1,29% para 53,27 dólares. Em Londres, o contrato de agosto do Brent do Mar do Norte valoriza 1,20% para 62,41 dólares.
Ouro atinge máximos de mais de um ano
Na semana em que os bancos centrais confirmaram que a política monetária tem de continuar a suportar a economia afetada pela incerteza global, o ativo de refúgio por excelência, o ouro, beneficiou largamente. O metal precioso valoriza há oito sessões consecutivas, atingindo um máximo de mais de um ano. A travagem na criação de emprego dos EUA divulgada esta sexta-feira, 7 de junho, deu mais motivos para preocupação a quem já teme a desaceleração da economia.
Mas o principal motor dos ganhos do ouro foi o discurso de Jerome Powell, na terça-feira, onde o presidente da Fed abriu a porta à descida de juros se necessário. A redução dos juros diretores fará do ouro um ativo mais competitivo face a outros ativos que oferecem juros. O ouro está a valorizar 0,54% para os 1.342,52 pontos por onça, um máximo de abril de 2018.