Notícia
Ataques prosseguem ao terceiro dia da invasão da Ucrânia
A Rússia atacou a Ucrânia às primeiras horas de quinta-feira, 24 de fevereiro. Este sábado prossegue com a ofensiva. Acompanhe ao minuto os desenvolvimentos desta ação militar e a reação dos líderes mundiais e dos mercados.
Noite dura, difícil e longa
Os ucranianos estão a viver a terceira noite ao som de sirenes de alarme, explosões e tiros. No Twitter multiplicam-se relatos sobre o que se passa na Ucrânia: um hospital de Kiev que está a receber soldados russos feridos, um bebé que acabou de nascer numa estação de metro da capital, um russo que pede desculpa pelo que está a acontecer e que diz que não são todos iguais a Putin, uma jovem que mostra a banheira de casa onde passará a noite com o seu cão e os três gatos.
Há vários dias que as crianças andam com autocolantes nos casacos, onde se pode ler qual é o seu tipo de sangue. Há quem queira ficar, há quem tenha de ficar mesmo que não queira - os homens entre os 18 e os 65 anos são obrigados a permanecer no país - e há quem queira sair mas enfrenta dificuldades: tudo é de acesso difícil, incluindo meter gasolina.
Relatos de coragem vão sendo difundidos por todo o país e pelas redes sociais. Os 13 guardas fronteiriços que perderam a vida na Ilha das Serpentes porque preferiram mandar os russos "a outra parte" em vez de se renderem. O piloto ucraniano que já abateu seis aeronaves russas e que foi alcunhado de "O fantasma de Kiev".
Enquanto isso, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que receia que Kiev possa ser tomada em breve pelos russos, lamenta os ataques a creches e outras infraestruturas civis.
Há baixas de ambos os lados e esses números não param de crescer. Pelo meio, tentativas de negociar um local para um encontro entre os presidentes russo e ucraniano com vista a conversações de paz. Mas não se pode falar de paz enquanto se atiram bombas, escreve-se no Twitter.
É meia-noite e vinte em Lisboa. Em Kiev, já passa das duas da manhã. O som de explosões continua. E nas estações de metro, onde milhares procuraram abrigo, canta-se o hino nacional.
As huge explosion is heard in Kiev, civilians in the subways sing the Ukrainian national anthem. #Ukraine #Russia pic.twitter.com/qmTxO3X0Gs
— Paul (@paulglitten) February 26, 2022
A baby was born two hours ago in the #Kiev metro #Ukraine #Russia #Putin #NATO pic.twitter.com/6cPuVS2xR3
— Russia-Ukraine Latest News (@RussiaUkraineNs) February 26, 2022
— ???? (@Annaukrainefree) February 25, 2022
There is an alarm all over Kiev, we were all told to hide, we are waiting and praying, we will spend the night here. #kiev #kyiv #Ukraine #StopWar #StopPutin #NATOINUKRAINENOW pic.twitter.com/XyD3APchCU
— Valmir Thaqi (@BelliW10) February 25, 2022
This is Ukrainian spirit
Ukrainian hospital accepts wounded Russian soldiers.#Ukraine #Russia #Putin #Kiev pic.twitter.com/F6Au4cxe4r
— slaezy ? (@slaezy007) February 26, 2022
Ukrainians let a captured Russian soldier to call his parents and inform them that he was a part of the invading army. #Ukraine #Russia #Putin #Kiev pic.twitter.com/Vfp10Iiubz
Zelensky pediu a Israel para mediar negociações com a Rússia
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu ao primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, para ajudar a mediar as negociações entre Kiev e Moscovo, refere a CNN.
Moscovo já tinha proposto um encontro entre os presidentes russo e ucraniano, para conversações com vista à paz, mas queria que este se realizasse em Minsk (capital da Bielorrússia) – o que fez com que Zelensky recusasse.
Assim, está agora em cima da mesa encontrar um local que seja considerado aceitável pelos dois lados para se poder tentar chegar a uma negociação de paz.
Enquanto isso, a Ucrânia continua sob ataque e as próximas horas vão ser muito difíceis, advertiu Zelensky.
Rússia bloqueia resolução da ONU que condena invasão da Ucrânia
A Rússia usou o seu poder de veto para bloquear uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que condenava a invasão da Ucrânia.
A votação teve 11 países a favor e um contra (Rússia), bem como três abstenções (China, Índia e Emirados Árabes Unidos).
A Rússia é membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.
Ouvem-se tiros em Kiev
Os meios de comunicação de Kiev estão a dar conta de que se ouvem tiros na capital.
??Shooting is heard in #Kyiv pic.twitter.com/dSChUwHfNE
— NEXTA (@nexta_tv) February 25, 2022
"Esta noite será a mais dura", diz presidente ucraniano
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que "esta noite será a mais dura. O inimigo vai entrar em força. A noite será muito difícil, mas o nascer do sol virá".
"Esta noite será mais difícil do que o dia. Muitas cidades do nosso Estado estão sob ataque: Chernihiv, Sumy, Kharkiv, os nossos rapazes e raparigas em Donbass, as cidades do sul, com especial atenção a Kiev", declarou.
"Podemos perder a capital", acrescentou.
Zelensky foi assim ao encontro do que já tinha dito o presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, que afirmou há algumas horas que as tropas russas estavam "muito perto da capital" e que previa uma "noite difícil" na cidade.
EUA dizem que cidade costeira de Mariupol está sob ataque na Ucrânia
O Departamento norte-americano da Defesa confirmou que foi lançado um "ambicioso ataque" russo sobre Mariupol, uma cidade costeira no sudeste da Ucrânia.
"Acreditamos que esse ataque está a ser realizado hoje, mas não temos perfeita visibilidade sobre os desenvolvimentos da situação", disse o secretário de imprensa do Pentágono, John Kirby, citado pelo The Guardian.
Rússia diz que já controla cidade de Melitopol no sudeste da Ucrânia
As tropas russas já entraram na cidade ucraniana de Melitopol e não encontraram resistência, indicou o Ministério da Defesa russo, citado pela agência noticiosa russa Tass.
Antes, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tinha revelado fortes combates naquela cidade.
Melitopol, com cerca de 150 mil habitantes, situa-se no sudeste da Ucrânia, perto da Crimeia e do Mar de Azov, distando 540 quilómetros da capital, Kiev.
Cinco explosões ouvidas em Kiev
O presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, declarou, citado pela BBC, que foram reportadas cinco explosões na capital, algumas delas perto de uma central elétrica a norte da cidade.
"Os serviços de emergência estão a responder. Estamos a tentar saber pormenores", declarou Klitschko, que cerca de uma hora antes tinha alertado a população para uma "noite difícil" em Kiev com o avançar das tropas russas.
?Kiev, the Capital of Ukraine,
— #KabineOnlineEgitimNerede (@kraloyunsa) February 25, 2022
?Power Plant Shot!
?Electricity was cut in Kiev!#Kiev #Ukraine #ukraynarusya #UkraineUnderAttack #UkraineRussia pic.twitter.com/2djPVkeTAY
EUA também sancionam Putin
Depois do Reino Unido e de a União Europeia terem incluído o presidente russo, Vladimir Putin, na lista de personalidades russas alvo de sanções, agora também os Estados Unidos vão seguir esse caminho, avançou a agência Bloomberg.
Mais uma noite "difícil" em Kiev, com tropas russas "muito perto" da capital
O presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, disse que as tropas russas estão "muito perto da capital" e prevê uma "noite difícil" na cidade.
"A situação é, neste momento, bastante ameaçadora para Kiev, sem exageros. A noite e a manhã serão difíceis", afirmou, numa mensagem publicada no seu canal da Telegram.
Klitschko acrescentou que os hospitais de Kiev estão a operar em modo de guerra e disse que foram instalados postos de controlo nas principais entradas da cidade e perto de instalações estratégicas na capital.
"Estamos a fazer isto para proteger Kiev. Agradeço aos cidadãos de Kiev pela sua disponibilidade para defenderem a capital e o país, a par com outras unidades das Forças Armadas e agências responsáveis pela aplicação da lei".
Primeira ajuda militar conhecida publicamente desde a invasão chega à Ucrânia
A Polónia enviou um carregamento com armas para a Ucrânia, segundo o ministro polaco da Defesa, Mariusz Blaszczak.
Este é o primeiro envio – publicamente conhecido – de ajuda militar à Ucrânia desde a sua invasão pelas tropas russas.
Konwój z amunicja, która przekazujemy Ukrainie dotarl juz do naszych sasiadów. Wspieramy Ukrainców, jestesmy solidarni i stanowczo sprzeciwiamy sie rosyjskiej agresji. pic.twitter.com/Wx5zoXBnBe
— Mariusz Blaszczak (@mblaszczak) February 25, 2022
Polónia e República Checa fecham espaço aéreo a transportadoras russas
A Polónia e a República Checa vão encerrar o seu espaço aéreo às companhias aéreas russas, refere a CNN.
O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, declarou que está a elaborar legislação que levará ao "encerramento do espaço aéreo às transportadoras russas",
Já o ministro checo dos Transportes, Martin Kupka, disse que o país cessará as operações com todas as companhias aéreas russas no seu território a partir de sábado às 00:00.
Ontem, o Reino Unido anunciou que iria banir os voos da transportadora de bandeira russa Aeroflot no seu território. A Rússia retaliou, fechando também o seu espaço aéreo a companhias britânicas.
UE acrescenta Putin e Lavrov à sua lista de sanções
A União Europeia acrescentou os nomes do presidente russo, Vladimir Putin, e do ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, à sua lista de sanções, anunciou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, numa conferência de impresa após o Conselho de Negócios Estrangeiros que teve hoje lugar em Bruxelas.
"Este é o resultado final da discussão que não tinha ficado ontem terminada no Conselho Europeu, tendo sido a decisão tomada hoje pelos embaixadores e ministros", declarou Borrell.
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Suíça congela contas bancárias de russos que estão na lista de sanções da UE
A Suíça ordenou aos seus bancos, esta sexta-feira, para congelarem os ativos de pessoas e entidades que constam da lista negra de sanções impostas pela União Europeia à Rússia, refere a Reuters.
Governo está a identificar empregos e a facilitar atribuição de NIF para ucranianos
Portugal está a criar uma bolsa de oportunidade de emprego para ucranianos que deixem o país e vai facilitar a atribução imediata dos números fiscais e de Segurança Social a estes cidadãos.
O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro, António Costa, nesta sexta-feira, 25 de fevereiro, depois de ter participado, via videoconferência, numa reunião da NATO.
"Foram emitidas instruções na embaixada da Ucrânia e nas dos países limítrofes para a emissão de visto imediato", para que os ucranianos que deixem o país possam vir para Portugal, disse António Costa.
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François Fillon demite-se de empresas russas
O ex-primeiro-ministro francês François Fillon anunciou, num fórum de discussão do Journal du Dimanche, que se demitiu das funções que ocupa nos conselhos de administração da gigante petroquímica Sibur e da Zarubeshneft.
"Não conseguiria manter a minha participação nos ‘boards’ das empresas russas Zarubeshneft et Sibur", escreveu Fillon, indicando que tomou a decisão com "tristeza".
Prio exclui empresas russas dos seus fornecedores
A Prio anunciou, em comunicado, que "face à invasão russa do território ucraniano já considerado por diversos membros da ONU como um golpe injustificado à paz e à segurança na Europa e um atentado para com a integridade territorial e soberania da Ucrânia", "não quer deixar de dar o seu pequeno contributo para a paz neste continente, através da aplicação, à sua modesta escala, das sanções económicas que tem na sua mão impor à economia russa".
Nesse sentido, "a partir de hoje de manhã e até estabilização da situação no terreno, a Prio deixou de considerar como parte dos seus fornecedores e de adquirir quaisquer produtos a empresas russas ou diretamente relacionadas, como fazia no passado", refere.
Segundo a empresa, "este é um gesto contra a guerra e contra um regime, e nunca contra um povo. Estamos solidários com o povo ucraniano e com o povo russo, ambos primeiras vítimas inevitáveis deste conflito".
Refira-se que, em 2021, a Prio transacionou com empresas da Rússia, ou diretamente relacionadas, cerca de 20 milhões de euros de equipamentos, combustíveis e matérias-primas para biocombustíveis avançados ultra-sustentáveis, valor equivalente a sensivelmente 2,5% das suas compras ao longo do ano.
OCDE encerra processo de adesão da Rússia e suspende cooperação
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE) deixou cair o processo de adesão da Rússia à organização que já tinha sido adiado por tempo indeterminado em 2014, depois da anexação da Crimeia. "O Conselho da OCDE decidiu encerrar formalmente o processo de adesão com a Rússia, que foi adiado em 2014", refere num comunicado emitido esta sexta-feira.
A nota da organização sediada em Paris refere ainda que "o Conselho também pediu ao Secretário-Geral que tome as medidas necessárias para fechar o escritório da OCDE em Moscovo e interromper todos os convites à Rússia a nível ministerial".
Também ficam suspensos "novos acordos para contribuições voluntárias com a Rússia" com o Secretário-Geral mandatado para "interromper quaisquer projetos financiados por contribuições voluntárias da Rússia, que ainda não começaram".
Por outro lado, a organização liderada pelo australiano Mathias Cormann reafirma a "solidariedade com o povo ucraniano" e o Conselho "decidiu reforçar o apoio da OCDE ao governo democraticamente eleito da Ucrânia."
A organização promete "continuar a avaliar as repercussões económicas e sociais da atual agressão em larga escala da Rússia contra a Ucrânia e discutiu o impacto no mercado de energia e as políticas relacionadas com o diretor da Agência Internacional de Energia e o Diretor-Geral da Agência de Energia Nuclear."
Stoxx600 vive melhor dia em 15 meses com "caça às pechinchas"
As bolsas europeias encerraram em alta, numa altura em que surgem os ‘caçadores de pechinchas’ para comprarem ações que ficaram mais baratas – e, por isso, mais atrativas – com o recente movimento de sell-off desencadeado pela invasão da Ucrânia por parte da Rússia.
Este posicionamento de muitos investidores que aproveitam as quedas para comprar é conhecido como ‘buy the dip’.
O Stoxx 600 fechou a somar 3,26% para se estabelecer nos 453,26 pontos, naquela que foi a maior subida desde novembro de 2020.
Apesar da incerteza quanto ao impacto económico do conflito na Ucrânia, que ontem levaram as praças do Velho Continente a perderem em torno de 4%, os investidores regressaram hoje aos ativos de maior risco, e quase todos os setores estiveram em alta, com destaque para a banca, automóvel, imobiliário e "utilities" (água, luz, gás).
A sobressair pela negativa esteve o setor da energia, numa sessão em que os preços do petróleo estão a corrigir depois de terem disparado na quinta-feira para máximos de oito anos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax somou 3,7%, o francês CAC-40 valorizou 3,55%, o italiano FTSEMIB ganhou 3,6%, o britânico FTSE 100 subiu 3,9% e o espanhol IBEX 35 pulou 3,51%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 2,7%.
Kremlin diz que Ucrânia rejeitou conversações com a Rússia em Minsk
O Kremlin anunciou esta sexta-feira que a Ucrânia rejeitou reunir-se em Minsk, a capital da Bielorrússia, para dialogar com chefes da diplomacia russa.
Os dois países manifestaram abertura ao diálogo, mas as negociações diplomáticas entre as duas partes podem não avançar por falta de entendimento sobre o local da reunião.
De acordo com informação avançada pela Bloomberg, a Ucrânia terá rejeitado reunir-se em Minsk e propôs como alternativa uma reunião na capital polaca, Varsóvia. Mas a Rússia manteve-se intransigente em reunir com a Ucrânia em Minsk. Face à ausência de acordo, o Kremlin indica que Kiev terá deixado de responder aos contactos russos.
Para a Rússia, a desmilitarização da Ucrânia é crucial para se chegar a um acordo.
A abertura ao diálogo surge, no entanto, no mesmo dia em que as tropas russas avançam sobre Kiev.
Ouro recua com recuperação das bolsas
O preço do ouro segue em queda, tal como o dos retantes metais preciosos, à medida que as principais praças mundiais vivem hoje um dia de recuperação após as quedas da véspera devido à invasão da Ucrânia.
Dados económicos positivos nos EUA e notícias de que Putin está disposto a negociar com o governo ucraniano acalmaram, para já, os investidores e impulsionaram as bolsas.
Apesar de ontem o ouro ter tocado máximos de mais de 17 meses, "o metal perdeu ímpeto ainda abaixo dos dois mil dólares, em parte porque os investidores receiam que a Rússia tenha de vender parte das suas reservas para suportar o rublo", indica Ole Hansen, estratega-chefe de commodities do Saxo Bank, citado pela Bloomberg.
"A crise russo-ucraniana vai continuar a suportar a perspetiva de preços dos metais preciosos mais elevados", considera ainda o analista.
"Tendo em conta a queda das taxas de juro reais nos EUA e o aumento da volatilidade nos mercados, o valor que prevemos para o ouro aumentou em quase 150 dólares, para perto de 1.850 dólares por onça", refere por seu lado o UBS, numa análise a que o Negócios teve acesso.
Assim, Giovanni Staunovo, analista de matérias-primas do banco suíço, as projeções para o preço do ouro em 2022 foram revistas em alta, estando agora apontadas nos 1.850 dólares no final de junho (contra 1.750 dólares previstos anteriormente), 1.800 dólares no final de setembro (contra 1.700 dólares) e 1.700 dólares no fim do ano (contra 1.650 dólares antecipados no último relatório).
O preço do ouro recua 0,92%, para 1.886,41 dólares por onça. Ontem, o metal amarelo tocou os 1.974,34 dólares, máximo desde setembro de 2020.
Maior apetite pelo risco afasta investidores da dívida e agrava juros
Os juros da dívida soberana na Europa inverteram hoje para a alta, devido ao regresso do apetite dos investidores por ativos de risco, como as ações, levando a uma menor procura por obrigações – o que faz subir as "yields".
Os juros da dívida portuguesa a 10 anos seguem a somar 2,7 pontos base para 1,089%.
Já as "yields" das Bunds alemãs a 10 anos, referência para a Europa, registam um agravamento de 4,7 pontos base para 0,212%.
Tanto em Itália como em Espanha, também no vencimento a 10 anos, as "yields" sobem 2,8 pontos base, para 1,839% e 1,203%, respetivamente.
Por seu lado, em França os juros no mesmo vencimento avançam 3,3 pontos base para se fixarem em 0,692%.
Preços do petróleo corrigem com abertura de Putin a conversações de paz
Depois de terem estado a subir mais de 2% esta manhã, os preços do petróleo corrigiram para a baixa depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter dito que está aberto ao envio de uma delegação a Minsk para negociar a paz com a Ucrânia.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a ceder 1,2% para 97,89 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, perde 0,48% para 92,36 dólares por barril.
Putin dirige-se aos militares ucranianos: "Tomem o poder, será mais fácil alcançar um acordo"
Vladimir Putin, o presidente da Rússia, dirigiu-se esta sexta-feira diretamente aos soldados ucranianos. Citado pela agência Reuters, Putin aconselhou os militares da Ucrânia a "tomar o poder", um dia depois de avançar para solo ucraniano.
"Mais uma vez apelo às forças armadas da Ucrânia: não permitam que os neonazis e os ucranianos radicalistas usem as vossas crianças, mulheres e idosos como escudos humanos", afirmou Putin, num discurso transmitido na televisão russa.
"Tomem o poder nas vossas mãos, será mais fácil para nós chegarmos a um acordo", afirmou Putin.
E, na mesma ocasião, Putin agradeceu aos militares russos na Ucrânia, que estão a servir de forma "corajosa, profissional e heróica", cita a Reuters.
Wall Street à procura de maior direção
As bolsas do outro lado do Atlântico abriram em terreno misto, com o Dow e o S&P 500 em alta mas o Nasdaq em baixa.
O índice industrial Dow Jones segue a somar 0,68% para 33.451,21 pontos e o Standard & Poor’s 500 avança 0,50% para 4.310,14 pontos.
Em contrapartida, o tecnológico Nasdaq Composite recua 0,23% para 13.456,78 pontos, depois de ontem ter encerrado com o maior ganho dos índices de Wall Street ao disparar 3,34%.
A negociação bolsista tem revelado grande volatilidade, ao sabor da incerteza que se vive em torno da ofensiva russa na Ucrânia.
Bashar al-Assad elogia Putin pela invasão da Ucrânia
O presidente sírio, Bashar al-Assad, elogiou o seu homólogo russo, Vladimir Putin, pela invasão da Ucrânia, que classificou como "uma correção da História", refere um comunicado da presidência síria.
Na chamada telefónica entre os dois chefes de Estado, Assad condenou "a política de destabilização dos Estados Unidos e da NATO, que levou a uma forte degradação da situação no Médio Oriente".
A Rússia é um aliado do regime de Assad na guerra civil síria.
Interfax avança que Rússia está disponível para enviar delegação para falar com a Ucrânia
A Rússia estará preparada para enviar uma delegação a Minsk, na Bielorrússia, para assegurar conversações com a Ucrânia.
A informação é avançada pela agência Interfax, que cita Dmitry Peskov, um dos nomes do círculo de Vladimir Putin.
Segundo esta fonte, a delegação será composta por representantes dos ministérios da Defesa e dos Negócios Estrangeiros e ainda pela administração presidencial.
De acordo com a agência, esta é a resposta de Moscovo ao pedido do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, que apelou ao diálogo com a Rússia. De acordo com o conselheiro presidencial ucraniano, o país estará preparado para discutir uma posição neutra.
A acontecerem, estas conversações decorreriam em território da Bielorrússia, um aliado russo.
Ucrânia disposta a falar com a Rússia, incluindo sobre posição neutra sobre a NATO
Mykhailo Podolyak, conselheiro presidencial da Ucrânia, avançou à agência Reuters que o país está preparado para conversar com a Rússia em prol da paz.
De acordo com esta fonte, as conversações poderão também incluir o tema de uma posição neutra no que diz respeito à NATO. Afinal, a aproximação da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte tem sido um ponto de tensão entre os dois países.
Atualmente a Ucrânia não faz parte da NATO nem da União Europeia, mas já mostrou vontade de integrar ambas as partes.
"Caso as conversas sejam possíveis, deverão acontecer. Se em Moscovo dizem que querem conversar, incluindo sobre a posição neutra, não temos medo disso", avançou Podolyak à Reuters. "Também podemos falar sobre isso."
"A nossa disponibilidade para o diálogo faz parte de uma busca persistente da paz", continuou este responsável.
Hungria vai receber refugiados ucranianos
O Governo ultranacionalista de Viktor Orban anunciou esta sexta-feira que vai receber cidadãos ucranianos que procurem refúgio na Hungria para fugir à invasão russa. A posição surpreendeu alguns dos pares europeus, depois de o país ter recusado repetidas vezes em aceitar refugiados e requerentes de asilo do Médio Oriente, de África e da Ásia.
Os alertas sobre a possível chegada de milhares de refugiados ao país em caso de guerra já duram há vários dias e, como a Hungria tem 136 quilómetros de fronteira terrestre com a Ucrânia, o Governo húngaro publicou um decreto que abre as fronteiras do país a todos os ucranianos, bem como outros cidadãos que se encontrem legalmente no país.
Isto vai permitir, por exemplo, que os refugiados bielorrussos e russos que vivem na Ucrânia recebam proteção na União Europeia.
Viktor Orban sublinhou ainda que a Hungria não irá participar no conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
Kiev debaixo de fogo. Há vários edifícios destruídos
Vários dos três milhões de ucrânianos que residem na capital do país, Kiev, viram-se obrigados a refugiar-se esta sexta-feira nas estações de metro, à medida que as forças armadas russa bombardeavam a cidade com mísseis ao som das sirenes da cidade.
Há indicação de vários edifícios destruídos e de civis feridos. Já durante a madrugada tinham sido ouvidas explosões nos arredores da capital.
Whatever was shot down over Kyiv was pretty big pic.twitter.com/aV6a3VwPgX
— OSINTtechnical (@Osinttechnical) February 25, 2022
Jerónimo Martins vai dar bónus a trabalhadores ucranianos da Biendronka em "gesto de solidariedade"
A Jerónimo Martins, que detém a Biendronka, a maior cadeia de supermercados na Polónia, vai aumentar o salário dos trabalhadores ucranianos na Polónia.
De acordo com a agência Bloomberg, trata-se de um "gesto de solidariedade" para com os trabalhadores ucranianos, tendo em conta a ofensiva da Rússia contra a Ucrânia.
Assim, será atribuído um bónus de 1.000 zloty, o equivalente a 215,17 euros, aos trabalhadores desta nacionalidade.
A Biedronka estará também a trabalhar numa "simplificação de processos" para contratar familiares de trabalhadores que sejam obrigados a fugir da Ucrânia para a Polónia devido ao conflito.
A retalhista empresa cerca de 1.800 ucranianos em regime de tempo inteiro, numa força total de trabalho de 80 mil pessoas na Polónia.
Presidente do Conselho Europeu já falou com presidente ucraniano
Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, avançou no Twitter que já falou com o Presidente da Ucrânia sobre a situação em Kiev.
E, na rede social, voltou a pedir ao Kremlin que "pare imediatamente com a violência", acrescentando que é "preciso mobilizar de imediato a comunidade internacional para proteger o direito internacional".
"O sofrimento sem sentido e a perda de vidas civis deve ser parada", reforçou. "A Europa está do lado dos ucranianos e vai continuar a disponibilizar apoio."
Mais uma vez, a mensagem de Charles Michel aborda o tema das sanções à Rússia, afirmando que a "segunda leva de sanções com consequências massivas e severas foi acordada politicamente na noite passada".
Spoke with President @ZelenskyyUa as Kyiv is under continued attack by Russian forces.
— Charles Michel (@eucopresident) February 25, 2022
Call on @KremlinRussia_E to immediately stop the violence.
Need to immediately mobilize the global community to protect international law.
Sirenes ecoam em Lviv, diz NYT
As sirenes de ataque aéreo estão a ecoar pela cidade de Lviv, uma cidade no oeste da Ucrânia, de acordo com o jornal New York Times, que tem um enviado nesta cidade ucraniana.
A cidade de Lviv fica a cerca de uma hora de avião e a quase 550 quilómetros de distância de Kiev, onde as forças militares russas já entraram.
Juros na zona euro à procura de tendência
Os juros estão à procura de tendência na zona euro, num dia marcado pelo regresso dos investidores aos produtos financeiros com mais risco, corrigindo a tendência negativa de ontem no mercado acionista e portanto deixando para segundo plano os chamados "ativos refúgio", como os metais preciosos e as dívidas soberanas.
A yield das bunds alemãs com maturidade a dez anos- referência para o mercado europeu - estão a aliviar 0,1 pontos base para 0,167%.
Em Itália, os juros sobre a dívida soberana com a mesma maturidade estão a agravar 2,3 pontos base para 1,834%, enquanto os juros sobres as obrigações francesas estão a somar mais 0,4 pontos base para 0,663%.
Na Península Ibérica, a yield da dívida portuguesa a dez anos está a cair 0,1 pontos base para 1,062%, enquanto os juros sobre as obrigações espanholas com a mesma maturidade estão a agravar 0,6 pontos base para 1,180%.
Paris substitui São Petersburgo como anfitriã da final da Champions
Paris vai substituir São Petersburgo, na Rússia, como cidade anfitriã da final da competição da Liga dos Campeões. A informação foi avançada pela Associated Press (AP), mas já confirmada também pela UEFA.
A final vai ser disputada no Stade de France, com lotação para 80 mil pessoas, a 28 de maio.
Leia mais aqui.
Rússia fecha espaço aéreo a companhias britânicas
A Rússia já está a reagir às sanções anunciadas pelo Reino Unido, apresentadas na tarde desta quinta-feira.
Depois de o Reino Unido anunciar que pretende impedir que a companhia aérea russa Aeroflot aterre em solo britânico, a Rússia vai impedir as companhias aéreas inglesas de aterrar nos aeroportos russos e sobrevoar o espaço aéreo do país.
O anúncio foi feito esta sexta-feira pelo regulador da aviação civil russo.
Depois da tempestade, Europa vive dia de correção
Após a sessão desta quinta-feira ter sido marcada pela liquidação de grande parte dos ativos de alto e baixo risco, como as ações, virando os investidores para ativos refúgio, o arranque de sessão desta sexta-feira foi marcado por uma correção técnica no mercado acionista europeu.
O Stoxx Europe 600, "benchmark" europeu por excelência, abriu a sessão a somar mais de 1%, estando agora a subir 0,96% para 443,21 pontos.
Tecnologia (1,34%) e viagens (1,72%) foram os setores com melhor desempenho. Os setores das energias (0,62%) e telecomunicações (0,12%) foram aqueles que apresentaram as valorizações menos expressivas.
Nas restantes praças do bloco, o espanhol IBEX soma 0,28%, o alemão DAX 0,29% , o francês CAC 40 0,56%, enquanto o britânico FTSE 100 regista a subida mais expressiva (1,75%). Amesterdão avança 0,62%, enquanto Milão é a única praça a começar o dia com perdas (-0,12%). Por cá, o PSI-20 acompanha a tendência da generalidade das praças europeias e está a crescer 1,12%.
"Reina uma grande expectativa no mercado sobre o reequilíbrio da carteira de investimentos até ao final deste mês, mas até lá os investidores querem obter respostas por parte do mercado a muitas perguntas, como qual será o impacto das sanções impostas à Rússia", sublinhou Mark Taylor da Mirabaud Securities numa nota de "research" publicada esta sexta-feira e citada pela Bloomberg.
As ações europeias estão sob pressão desde o início do ano, devido à expectativa da subida das taxas de juro pelos principais bancos centrais do mundo, como a Reserva Federal norte-americana.
A guerra na Ucrânia só veio agravar esta incerteza que já se reflete nas previsões de algumas casas de investimento, como o Goldman Sachs, que coloca o Stoxx 600 na linha de água até ao final de 2022, sem retornos acima de 2%.
Petróleo recupera com Brent a subir mais de 2%
O petróleo está a valorizar cerca de 2%, à medida que os grandes compradores de petróleo evitam a rota russa dos Urais, devido ao conflito na Ucrânia e depois de a China ter limitados as importações de combustíveis russos.
O Brent do Mar do Norte -- referência para Portugal -- está a subir 2,02% para 102,4 dólares por barril. Já o West Texas Intermediate -- referência para o mercado norte-americano-- está a valorizar 1,82% para 94,47 dólares.
"As preocupações iniciais sobre a possibilidade de o petróleo ser prejudicado com a imposição de sanções contra a Rússia diminuiram, o que resultou no recuo do petróleo de ontem, mas devemos continuar a esperar uma subida [da cotação do ouro negro]", explicou Daniel Hynes, estratega do Australia & New Zealand Banking Group, em entrevista à Bloomberg.
A invasão da Ucrânia veio alimentar ainda mais o desequilíbrio entre oferta e procura de petróleo, o que tem levado várias potências, como os EUA e a China, a comprometerem-se a libertar mais reservas de petróleo, caso seja necessário.
Ouro soma e segue. Dólar em queda. Rublo recupera
O ouro soma e segue, depois de esta quinta-feira ter aliviado ligeiramente, após atingir o nível mais alto em 17 meses, com os investidores a digerirem a nova onda de sanções imposta pelo Ocidente ao Kremlin.
O metal amarelo subiu 0,7%, para 1.916,54 dólares a onça. Na sessão anterior, o metal precioso bateu nos 1974,34 dólares a onça, como não era visto há cerca de um ano e meio. Platina, paládio e prata seguem esta tendência positiva. Atualmente, a Rússia extrai 40% do paládio do mercado mundial.
Esta quinta-feira, o Goldman Sachs alertou que as preocupações sobre um possível abrandamento económico, prejudicando assim a recuperação pós-pandémica global, pode acelerar "ainda mais o rally do ouro".
Ao mesmo tempo em que a incerteza na Ucrânia faz mexer o preço do ouro, existe ainda a questão de os representantes da Reserva Federal dos EUA continuarem a sinalizar a vontade de aumentar as taxas de juros no próximo mês.
"A curto prazo a procura por ativos refúgio, perante um sell-off generalizado de ações será o grande trampolim do ouro nos próximos tempos", concluiu a RBC Capital Markets numa nota de "research" partilhada pela Bloomberg.
Futuros da Europa apontam para correção técnica. Banco central russo reage a sanções
Os futuros das ações europeias apontam para um arranque de sessão focado na recuperação, depois da maré vermelha que invadiu as principais praças europeias devido à invasão da Ucrânia pelas forças russsas.
Os futuros do Euro Stoxx 50 -- o índice de referência europeu -- subiam 2,1%, acompanhando os ganhos do pré-mercado norte-americano, entrando assim em correção técnica.
Para além da crise ucraniana, as ações europeias estão sob pressão este ano devido ao receio sobre a possibilidade de uma política monetária "falcão" por parte dos bancos centrais.
Na zona euro o Banco Central Europeu não quer subir as taxas de juro, tendo mesmo alguns membros do conselho, como é o caso de Robert Holzmann, governador do banco central da Áustria, a sublinhar que a "retirada de estímulos pode ser adiada com a crise na Ucrânia".
"Acredito realmente que o mercado de ações vai superar isto muito, mas muito rapidamente", declarou Jun Bei Liu, responsável pelo departamento de gestão de ativos da Tribeca Investment Partners em entrevista à Bloomberg TV.
Na Ásia, em Hong Kong, o Hang Seng deslizou 0,64%, enquanto no Japão o Nikkei subiu 1,95% e o Topix somou 1%.
Entre os mais recentes acontecimentos relativos à crise ucraniana, destaca-se o discurso do presidente Volodymyr Zelenskiy que sublinhou na manhã desta sexta-feira que "a Rússia terá que falar connosco mais cedo ou mais tarde, para acabar com os combates e parar esta invasão"."Quanto mais cedo essa conversa começar, menores serão as perdas para a própria Rússia", acrescentou o chefe de Estado.
Do outro lado da guerra, o Banco Central da Rússia disse que está pronto para ajudar a apoiar os grandes credores a quem os EUA e os aliados estão a impor sanções, garantindo aos depositantes que estes ainda poderão aceder a depósitos em rublos e em moeda estrangeira.
O banco central disse que cerca de 80% dos balanços dos bancos estão em rublos e que a instituição está preparada para fornecer os fundos em moeda local e estrangeira necessários para apoiar os "lesados do Ocidente".
Ainda esta sexta-feira, várias companhias estatais chinesas decidiram interromper brevemente as importações de petróleo advindas da Rússia enquanto ponderam e avaliam o impacto das sanções impostas pelo Ocidente ao Kremlin.
Forças mecanizadas russas mais próximas de Kiev
As forças mecanizadas russas que entraram na Ucrânia através da Bielorrússia estão a cerca de 30 quilómetros de Kiev, segundo responsáveis da Administração Biden citados pela CNN.
Já a Intel Stream diz que há tanques russos a deslocarem-se da zona de Chernobil para Kiev e que, para os travarem, os militares ucranianos tiveram de fazer explodir uma ponte perto de Ivankov.
Russian tanks are moving from the Chernobyl zone to Kiev
— Intel Stream (@IntelStream) February 25, 2022
To stop them, the Ukrainian military had to blow up the bridge near the village of Ivankov.#Ukraine #Kyiv pic.twitter.com/iGNl4cO3GT
Num tweet publicado pelas 4:00 da manhã, o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, escreveu que Kiev não vivia nada assim desde o ataque nazi de 1941.
Horrific Russian rocket strikes on Kyiv. Last time our capital experienced anything like this was in 1941 when it was attacked by Nazi Germany. Ukraine defeated that evil and will defeat this one. Stop Putin. Isolate Russia. Severe all ties. Kick Russia out of everywhete.
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) February 25, 2022
UE anuncia novas sanções de "impacto máximo" contra a Rússia
A União Europeia anunciou esta madrugada novas sanções contra a Rússia que visam os setores financeiro, energético e dos transportes do país, bem como a política de concessão de vistos, além de controlos sobre as exportações e proibição de financiamento de exportações.
As sanções terão um "máximo impacto sobre a economia russa e sobre a sua elite política", declarou, citada pela CNN, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, numa conferência conjunta com o presidente francês, Emmanuel Macron, e com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
Von der Leyen disse que as sanções financeiras incidem sobre os mais importantes mercados de capitais da Rússia e que visam agora 70% do mercado bancário do país, bem como empresas estatais chave, nomeadamente do setor da defesa.
As sanções irão aumentar os custos de financiamento da Rússia, aumentar a inflação do país e, gradualmente, "destruirão a base industrial russa", afirmou.
The package of massive and targeted sanctions approved tonight shows how united the EU is.
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) February 25, 2022
First, this package includes financial sanctions, targeting 70% of the Russian banking market and key state owned companies, including in defence. https://t.co/iKVGfnafKp
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) February 25, 2022
Fourth, we are limiting Russia's access to crucial technology, such as semiconductors or cutting-edge software.
Finally: visas.
Diplomats and related groups and business people will no longer have privileged access to the European Union. pic.twitter.com/zZixIL217D
Míssil neutralizado
Anton Gerashchenko, conselheiro do ministro ucraniano dos Assuntos Internos e ex-vice-ministro dessa pasta, disse que a defesa aérea do país neutralizou um míssil de cruzeiro russo ‘kalibr’. Num primeiro momento, os relatos apontavam para que tivesse sido uma aeronave russa.
Avião russo abatido
Uma aeronave russa foi abatida há momentos pela defesa aérea ucraniana, tendo caído sobre uma zona residencial de Kiev.
Os bombeiros já estão a dirigir-se para o local.
Kiev atingida com mísseis às primeiras horas desta sexta-feira
A capital da Ucrânia foi atingida por mísseis – ou balísticos ou de cruzeiro, segundo um conselheiro do governo ucraniano, citado pela CNN.
"Os ataques a Kiev com mísseis de cruzeiro ou balísticos continuam", declarou Anton Gerashchenko, conselheiro do ministro dos Assuntos Internos do país.
Às primeiras horas desta sexta-feira, uma equipa da CNN que está no terreno ouviu duas grandes explosões no centro de Kiev e uma terceira um pouco mais distante.
Kiev right now - FRIDAY 25th FEBRUARY 2022. #Ukraine #Russia #KYIV #Kiev #UkraineUnderAttack #RussiaUkraineCrises #UkraineRussia pic.twitter.com/WbT30ULDtZ
— WORLD WAR 3 - RUSSIA vs Ukraine #2022 (@WW32022) February 25, 2022
Dezenas de milhares de espingardas distribuídas à população de Kiev
O ministro ucraniano dos Assuntos Internos, Denis Monastyrsky, declarou que foram distribuídas à população de Kiev dezenas de milhares de espingardas ao longo do dia de quinta-feira, segundo o Pravda.
Armar os civis faz parte da estratégia de defesa civil da Ucrânia e o presidente, Volodymyr Zelensky, já proibiu os homens ucranianos com idades compreendidas entre os 18 e os 60 anos de saírem do país.
On with @maddow from Ukraine, NBC’s @ErinNBCNews reports there is a pizza shop owner in Kiev offering free pizzas to any Ukrainian who shows they’ve got a gun with which to fight Russians. Extraordinary.
— Garrett Haake (@GarrettHaake) February 25, 2022
Russos ocuparam Chernobil e detiveram trabalhadores da central
O Ministério britânico da Defesa deu conta dos mais recentes desenvolvimentos apurados pelos serviços secretos do Reino Unido.
Entre esses desenvolvimentos está a elevada probabilidade de as forças russas terem tomado a central nuclear de Chernobil, tendo detido os trabalhadores que lá se encontravam.
We can confirm the following developments in Ukraine: pic.twitter.com/YqFUyj2HbO
— Ministry of Defence (@DefenceHQ) February 25, 2022
Kiev e outras grandes cidades ucranianas em alerta para nova ofensiva
O parlamento ucraniano advertiu a população para a possibilidade de as forças de invasão russas poderem lançar a qualquer momento ataques contra Kiev, Sumy, Chernihiv, Kherson, Zhytomyr e Kharkiv.
Também o Kyiv Independent dá conta de que estas grandes cidades ucranianas estão em risco de uma ofensiva às primeiras horas desta sexta-feira.
Oficial de navio russo ordena a ucranianos que se rendam. Áudio capta a resposta que deram antes de morrerem
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, comprometeu-se a fazer uma homenagem póstuma ao grupo de guardas fronteiriços cujas últimas palavras foram captadas num áudio, segundo o Pravda.
O Serviço de Estado Transfronteiriço reportou que a comunicação com os guardas se perdeu quando a ilha foi tomada pelo inimigo.
O áudio captou o momento em que, de um navio de guerra russo, saiu a ordem de rendição dada por um oficial aos guardas ucranianos que estavam a defender a Ilha das Serpentes, no Mar Negro – sob pena de serem mortos se não o fizessem.
No mesmo áudio, é possível ouvir que os guardas responderam "Go f--k yourself" antes de os russos abrirem fogo, diz o The Sidney Morning Herald.
last words for some incredibly brave ukrainians pic.twitter.com/cRYCzGRQtB
— ian bremmer (@ianbremmer) February 25, 2022
"Estes guardas fronteiriços morreram heroicamente, sem se renderem. Será atribuído a cada um deles, postumamente, o título de Herói da Ucrânia", disse Zelensky.
Homens ucranianos entre os 18 e 60 anos não podem sair do país
Os ucranianos do sexo masculino com idades compreendidas entre os 18 e os 60 anos estão proibidos de sair do país, anunciou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
O presidente ordenou uma mobilização militar geral "para garantir a defesa do Estado e manter a prontidão do combate e da mobilização das Forças Armadas da Ucrânia e de outras formações militares do país.
"É proibido, aos homens com idades entre os 18 e os 60 anos, saírem das fronteiras da Ucrânia. Este decreto vigorará durante o período do regime jurídico da lei marcial. Pedimos a todos os cidadãos que tenham esta informação em consideração", acrescentou.
Na capital, muitos ucranianos que não se sentem seguros em casa procuraram os abrigos criados em Kiev 2014, durante a revolução da dignidade, e também se refugiaram em carruagens das estações de metro.
#CatsOfTwitter
— Joyce (@JoycePaulson11) February 25, 2022
Man comforts his kitty whille sheltering in the Kiev underground ? pic.twitter.com/tcCpbiNxiC
— Emily Parcell (@emilyparcell) February 25, 2022
London, 1940s. Kiev, Today. pic.twitter.com/vqyLH1nCU1
EUA prontos para receber refugiados ucranianos
Os Estados Unidos estão prontos a receber refugiados ucranianos e a Administração Biden está preparada para ajudar os países europeus vizinhos da Ucrânia a lidarem com o aumento do fluxo de refugiados que fogem da invasão russa, anunciou a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, citada pela CNN.
Zelensky: já morreram 137 soldados ucranianos e eu sou o alvo n.º 1 do inimigo
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou esta noite que, de acordo com os números preliminares, pelo menos 137 soldados ucranianos foram mortos desde o início da invasão pelos russos às primeiras horas de 24 de fevereiro. Há 316 soldados feridos, afirmou.
Zelensky disse ainda que já estarão grupos de sabotadores russos em Kiev. Numa declaração em vídeo, o presidente disse que, segundo as informações de que dispõe, "o inimigo marcou-me como alvo n.º 1 e a minha família como alvo n.º 2".
"Eles querem destruir a Ucrânia, politicamente, destruindo o seu chefe de Estado. Temos a informação de que grupos de sabotagem inimigos já estão em Kiev. Eu estou nas instalações do Governo juntamente com outras pessoas".
Leia mais aqui.
Acompanhe aqui os principais desenvolvimentos desta sexta-feira
Bom dia, poderá acompanhar neste "Ao Minuto" os principais desenvolvimentos ligados à invasão da Ucrânia e como estão os mercados a reagir.
Depois de a Rússia avançar para solo ucraniano na madrugada desta quinta-feira, os desenvolvimentos ligados a esta invasão continuam. Após controlarem Chernobil, onde se deu um dos desastres nucleares mais conhecidos da História, as forças militares russas estão a aproximar-se de Kiev, a capital da Ucrânia.
O presidente da Ucrânia discursou durante a noite de quinta-feira, apelando à calma dos cidadãos e afirmando que é "o inimigo número 1 de Vladimir Putin".
De acordo com as agências internacionais, a Ucrânia estará já a tentar recrutar 'hackers' para conseguir proteger as infraestruturas tecnológicas do país, que já foram alvo de ataques informáticos por parte das forças russas.