Europa fecha mista com investidores de olho na "earnings season"

As bolsas europeias fecharam mistas, com os investidores de olho na apresentação dos resultados das empresas. As palavras do presidente da Fed, na noite de terça-feira, não travaram por completo o otimismo quanto aos ativos de risco, uma vez que a mensagem foi vista pelos investidores como menos agressiva do que o esperado. 

Jerome Powell afirmou que as taxas de juro vão ter de continuar a subir, mas hesitou responder se voltariam a ser anunciados aumentos de 50 pontos base, depois de o último ter sido de 25 pontos base.

O Stoxx 600, referência para a região, valorizou 0,28% para os 459,46 pontos. Dos 20 setores que compõem o índice, o do petróleo & gás e o dos produtos químicos foram os que mais subiram: 1,66% e 1,18%, respetivamente. Já os setores industrial e o dos recursos naturais foram os que mais desvalorizaram (-0,81% e -0,57%, respetivamente).

Tanto a petrolífera Neste Oyj como a Equinor ASA apresentaram resultados acima do esperado esta quarta-feira.

Nas restantes praças europeias, o alemão Dax e o espanhol Ibex somaram 0,60%, o britânico FTSE 100 cresceu 0,26% e o italiano FTSE Mib valorizou 0,15%. Já o francês CAC-40 cedeu 0,18%, enquanto o Aex, em Amesterdão, perdeu 0,62%.

Juros agravam em dia de emissão de dívida a longo prazo da Alemanha e Portugal

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro aumentaram ligeiramente, após as emissões de dívida a longo prazo de Alemanha e Portugal. 

A "yield" das Bunds alemãs a 10 anos – referência para o mercado europeu – subiu 1,9 pontos base para 2,357%, no dia em que o país foi ao mercado emitir cinco mil milhões de dívida a longo prazo, com um juro de 2,25%, acima do valor de 1,95% registado no último leilão, em novembro, de dívida a 10 anos.

A "yield" da dívida francesa com a mesma maturidade somou 2,3 pontos base para 2,814%, enquanto os juros da dívida italiana a 10 anos aumentaram 0,3 pontos base para 4,277%. 

Na Península Ibérica, a "yield" da dívida nacional a 10 anos cresceu 1,3 pontos base para 3,197%, num dia em que Portugal emitiu mil milhões de euros em obrigações a nove anos, com uma taxa de juro de 3,172%, inferior à do anterior leilão comparável realizado em outubro, que se situou em 3,230%. Já os juros das obrigações espanholas somaram 4,8 pontos base para 3,322%.

Euro na linha d' água em dia de vencimento de 1,2 mil milhões de euros em opções

O indicador de força do dólar recua. Já o euro perde contra a nota verde, num dia em que expiram contratos de opções sobre o par euro e dólar. 

O índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra 10 divisas rivais – recua 0,11% para 103,31 pontos, numa altura em que os investidores continuam a digerir o discurso do presidente da Reserva Federal-norte-americana (Fed), Jerome Powell.

Por sua vez, o euro negoceia na linha d’ água (0,01%) para 1,0731 dólares, no mesmo dia em que expiram 1,2 mil milhões de euros em opções sobre o par.

Petróleo valoriza à espera de queda nos inventários de crude

Os preços do petróleo seguem a valorizar, impulsionados pela expectativa de uma queda nos níveis de reservas de crude dos EUA na semana passada. 

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, soma 0,95% para 77,89 dólares por barril, enquanto o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 0,80% para 84,36 dólares por barril.

Além da expectativa de um queda do nível de "stock" de crude, a dar força ao ouro negro está também a confiança renovada de um aumento da procura por parte da China, maior importador de petróleo no mundo. 

Na semana passada, os stocks de crude aumentaram em 2,6 milhões de barris, o que penalizou os preços da matéria-prima.

Ouro na linha de água após discurso de Powell

O ouro segue a negociar com ligeiras perdas, numa altura em que os investidores digerem o discurso do presidente da Fed, Jerome Powell, que sinalizou ontem que as taxas de juro terão de continuar a subir. Logo após o discurso de Powell, as bolsas norte-americanas e o metal precioso valorizaram, com os investidores a considerarem que as palavras do líder da autoridade monetária foi menos "hawkish" do que o previsto.

O metal amarelo perde 0,05% para os 1.872,15 dólares por onça, enquanto a platina soma 0,06% para os 978,78 dólares e o paládio cede 0,30% para os 1.641,60 dólares. A prata, por sua vez, avança 0,80% para os 22,35 dólares.

As palavras do líder da autoridade monetária não revelaram grandes surpresas face ao discurso proferido na conferência de imprensa após a reunião da Fed, na semana passada, da qual saiu uma subida das taxas de juro em 25 pontos base. 

Powell reforçou que deverão ser necessários mais aumentos das taxas de juro de modo a atingir o objetivo de reduzir a inflação para os 2%.

Wall Street arranca no vermelho. Uber escala quase 5% após resultados

Wall Street terminou a sessão em terreno negativo, à medida que os investidores acompanham a continuação da "earnings season" e ponderam sobre o futuro da política monetária da Reserva Federal norte-americana (Fed).

O industrial Dow Jones caiu 0,23% para 34.078,06 pontos, enquanto o S&P 500 deslizou 0,42% para 34.078,06 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite derrapou 0,46% para 12.063,01 pontos.

O mercado continua a digerir as palavras do presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), Jerome Powell, o qual revelou esta terça-feira à noite que o pico das taxas dos fundos federais poderá ter de ser mais alto do que o esperado, se o mercado de trabalho se mantiver resiliente.

Por outro lado, os investidores estão atentos às ações da Uber que somam 4,96%, após os resultados do último trimestre terem ficado acima do esperado. Já a Chipotle Mexican Grill derrapa 4,07%, depois de os números trimestrais terem falhado as expectativas do mercado.

Por sua vez, a empresa de videojogos Activision Blizzard desvaloriza 2,45%, no mesmo dia em que o supervisor britânico concluiu que o acordo de aquisição pela Microsoft pode prejudicar a concorrência deste mercado no Reino Unido.

Já a Microsoft segue incólume, estando a somar 3,05%. Os investidores estão ainda a reagir ao anúncio de que a empresa vai integrar a tecnologia da criadora do ChatGPT, a OpenAI, nos seus motores de buscas Bing e Edge.

Taxas Euribor sobem a 3, 6 e 12 meses para novos máximos de mais de 14 anos

As taxas Euribor subiram hoje a três, a seis e a 12 meses para novos máximos de mais de 14 anos de 2,608%, 3,054% e 3,451%, respetivamente.

A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje, ao ser fixada em 3,451%, mais 0,016 pontos e um novo máximo desde dezembro de 2008.

Segundo o Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses já representa 43% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, enquanto a Euribor a seis meses representa 32%.

Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril.

A média da Euribor a 12 meses avançou de 3,018% em dezembro para 3,338% em janeiro, mais 0,320 pontos.

No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho, avançou hoje, para 3,054%, mais 0,025 pontos que na terça-feira e um novo máximo desde dezembro de 2008.

A média da Euribor a seis meses subiu de 2,560% em dezembro para 2,864% em janeiro, mais 0,304 pontos.

A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 06 de novembro de 2015 e 03 de junho de 2022).

No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, subiu hoje, ao ser fixada em 2,608%, mais 0,006 pontos e um novo máximo desde janeiro de 2009.

A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses).

A média da Euribor a três meses subiu de 2,063% em dezembro para 2,354% em janeiro, ou seja, um acréscimo de 0,291 pontos.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na última reunião de política monetária, em 02 de fevereiro, o BCE voltou a subir em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, acréscimo igual ao efetuado em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.

Em 21 de julho, o BCE tinha aumentado pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Lusa

Europa no verde com Powell mais "dovish"

As principais praças europeias estão a negociar de verde, após declarações de ontem do presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, que apesar de ter referido que a robustez do mercado de trabalho obrigava a novos aumentos das taxas de juro, não respondeu a uma questão sobre se voltaria a subir os juros diretores em 50 pontos base.

Este "desvio" foi entendido pelos investidores como uma indicação mais "dovish" do líder do banco central dos Estados Unidos.

O índice de referência europeu, Stoxx 600, sobe 0,6% para 460,81 pontos. A registar os maiores ganhos, acima de 1% estiveram os setores de produtos químicos, tecnologia e petróleo e gás, que beneficiaram com as empresas dos respetivos setores a revelarem resultados positivos.

Entre os principais movimentos de mercado a energética Equinor subiu 32%, depois de ter registado lucros acima do esperado no quarto trimestre de 2022. No setor dos químicos, a Akzo Nobel sobe mais de 10%, depois da margem operacional da cotada, relativamente aos últimos três meses de 2022, ter ficado acima do consenso de mercado.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax soma 0,5%, o francês CAC-40 valoriza 0,35%, o italiano FTSEMIB ganha 0,44%, o britânico FTSE 100 subiu 0,53% e o espanhol IBEX 35 pulou 0,4%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,16%.

Juros da Zona Euro agravam-se em dia emissão de obrigações na Alemanha e em Portugal

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a agravar-se, depois de ontem o Banco Central Europeu ter anunciado que ia introduzir um tecto remuneratório nas taxas de juro que paga nos depósitos dos Estados. O objetivo é que este seja um incentivo para que esse dinheiro seja colocado no sistema financeiro.

A "yield" das Bunds alemãs a 10 anos – referência para o mercado europeu – agrava-se em 4,7 pontos base para 2,385%, no dia em que o país vai ao mercado emitir quatro mil milhões de dívida a longo prazo.

A "yield" da dívida francesa com a mesma maturidade soma 4,9 pontos base para 2,84%.

Por sua vez, os juros da dívida italiana a 10 anos aumentam 5,4 pontos base – o agravamento mais expressivo entre as "yields" das principais dívidas da região – para 4,277%. Já os juros das obrigações espanholas somam 4,8 pontos base para 3,322%.

Na Península Ibérica, a "yield" da dívida nacional a 10 anos cresce 4,1 pontos base para 3,225%, num dia em que Portugal vai emitir divida a longo prazo pela primeira vez este ano. A emissão de obrigações tem maturidade a nove anos e o montante situa-se entre os 750 milhões e os mil milhões de euros.

Ouro avança e beneficia da queda do dólar

O ouro está a registar ganhos, com as perspetivas do ciclo de política monetária defendidas esta terça-feira pelo presidente da Fed, Jerome Powell, a concederem poucas surpresas ao metal precioso, que não rende juros.

Ainda assim, o ouro tem negociado sem grandes movimentações nos últimos dias, numa altura em que a expectativa de que a Fed iria proceder a um corte das taxas de juro ainda este ano se parece estar a desvanecer.

O metal amarelo sobe 0,55% para 1.883,41 dólares por onça.

O ouro está também a beneficiar da queda do dólar, uma vez que é negociado na divisa norte-americana.

O dólar perde 0,26% para 0,9296 euros. Já o índice do dólar da Bloomberg - que compara a força da moeda norte-americana contra 10 divisas rivais – cai 0,31% para 103,106 pontos.

Os investidores estão hoje de olho nos discursos de cinco membros do banco central norte-americano, incluindo o presidente da Fed de Nova Iorque, John Williams.

Petróleo segue a valorizar sem surpresas da Fed. Retorno de temperaturas altas faz gás descer

O petróleo está a valorizar, depois de esta terça-feira ter registado a maior subida em três meses, com otimismo de que a Fed deverá manter o atual curso de política monetária, sem enveredar por um caminho mais "agressivo".

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em março soma 0,36% para 77,42 dólares por barril.

Já o contrato de abril do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 0,25% para 83,9 dólares.

Ainda a influenciar a negociação estão dados sobre os inventários de crude nos Estados Unidos, do Instituto Americano do Petróleo, que revelou que os "stocks" diminuíram em 2,2 milhões de barris na semana passada, de acordo com fontes familiares com o assunto, consultadas pela Bloomberg.

"Os preços do petróleo estão a encontrar algum espaço para recuperar", afirmou o analista Yeap Jun Rong, da IG Asia, à Bloomberg.

"Provavelmente, vai ser necessária uma contínua recuperação da procura na China e maior fraqueza do dólar para os ganhos serem sustentados", rematou.

No mercado do gás, os futuros seguem em rota de desvalorização, com as previsões meteorológicas a darem conta de uma subida das temperaturas na próxima semana. E com o armazenamento de gás em valores elevados, bem como os níveis de importação de gás liquefeito, a tendência de descida dos preços deve permanecer.

Powell pauta sentimento e pode levar Europa a ganhos. Ásia mista

Os principais índices europeus estão a apontar para uma sessão em alta, com os futuros sobre o Euro Stoxx 50 a subirem 1%. Isto numa altura em que os investidores avaliam um discurso do presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, que referiu que, devido à robustez do mercado de trabalho, serão necessárias mais subidas das taxas de juro.

Ainda assim, quando questionado se voltaria a optar por um incremento de 50 pontos base, o responsável não respondeu, deixando a porta aberta a uma leitura mais "dovish" das suas palavras, o que foi entendido com positivo pelos investidores

Na Ásia, a negociação foi mista, com algumas praças a beneficiarem do "rally" que se viveu em Wall Street a seguir às palavras de Powell. A sustentar os ganhos na região esteve o setor tecnológico, mais sensível à subida dos juros diretores.