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Europa brilha com automóveis e vacinas contra a covid-19. Uma delas pode custar menos de 10 euros
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
Vacinas dão injeção de otimismo às bolsas europeias
As bolsas europeias negociaram em terreno positivo, sustentadas sobretudo pelo otimismo em torno do desenvolvimento de vacinas contra a covid-19 e numa altura em que os investidores confiam numa retoma das tecnologias.
O Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas do Velho Continente, encerrou a somar 1,67% para 367,97 pontos.
As principais praças da Europa Ocidental fecharam todas no verde, com o índice alemão Dax a destacar-se com um ganho de 2,01%. Isto apesar de os mais recentes dados mostrarem que a produção industrial alemã cresceu menos do que o esperado em julho.
Já o índice britânico FTSE valorizou 2,39% num dia em que a libra esterlina perde terreno, depois de o primeiro-ministro Boris Johnson ter amplificado a probabilidade de não acordo entre o Reino Unido e a União Europeia quanto aos termos do pós-Brexit. O FTSE tem uma correlação negativa com a libra, pelo que a bolsa ganhou com este impasse.
Por seu lado, o parisiense CAC-30 somou 1,79%. Em Madrid o Ibex pulou 1,30%, e em Amesterdão o AEX subiu 1,27%. Já a bolsa de Atenas avançou 0,28%.
As cotadas que mais se destacaram pela positiva foram as do setor automóvel, depois de os analistas do JPMorgan terem dito que o panorama para a produção na Europa é positivo.
Este foi o único setor com saldo positivo na semana passada e hoje foi impulsionado pelas revisões em alta dos preços-alvo da Daimler e da Renault. A Volkswagen contribuiu igualmente para o movimento, depois de o presidente do conselho dos trabalhadores da empresa ter dito numa entrevista que a empresa está em posição de superar a Tesla, tanto em volume de produção de veículos elétricos como de desenvolvimento de software.
Também os títulos dos seguros e dos serviços financeiros sobressaíram no verde neste arranque de semana.
Os investidores estão a acompanhar com atenção os desenvolvimentos em torno das vacinas contra a covid-19 e revelam otimismo nessa frente.
A Austrália espera receber os seus primeiros lotes de uma potencial vacina anti-covid em janeiro, depois do acordo celebrado com a CSL para fabricar duas vacinas, uma desenvolvida pela rival AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, e a outra fabricada nos próprios laboratórios da CSL em parceria com a Universidade de Queensland.
A AstraZeneca fechou a subir 3,89% depois de ter dito que a vacina contra o coronavírus que está a desenvolver com a britânica GlaxoSmithKline poderá custar menos de 10 euros.
Os mercados europeus respiraram de alívio nesta sessão também à conta da convicção de que as tecnológicas irão recuperar fôlego, isto depois do forte movimento de sell-off observado na semana passada – especialmente nas bolsas dos EUA, que estão hoje encerradas devido à celebração do Dia do Trabalhador – devido ao facto de muitos investidores terem considerado que as cotadas do setor estavam demasiado valorizadas.
Juros sobem na Zona Euro
Com os investidores a apostarem nos ativos de maior risco no arranque desta semana, as obrigações da generalidade dos países do euro desceram e, consequentemente, os juros agravaram-se.
Em Portugal, a yield associada às obrigações a dez anos subiu 0,7 pontos para 0,372%, enquanto na Alemanha, no mesmo prazo, o acréscimo foi de 1,1 pontos para -0,464%.
Em Itália, a subida foi bem mais expressiva, com os juros a dez anos a aumentarem 3 pontos base para 1,043%.
Petróleo desce 1,7% em Nova Iorque
O petróleo está a perder mais de 1% nos mercados internacionais, depois de a Arábia Suadita ter cortado o preço de venda do seu crude para outubro, numa altura em que a procura continua deprimida abaixo dos níveis pré-pandemia.
Ontem foi revelado que a Saudi Aramco reduziu mais do que o esperado o preço do seu Arab Light nas exportações para a Ásia, um sinal de que o consumo de combustíveis na maior região importadora de petróleo está com dificuldades em recuperar. A empresa também baixou os preços para os EUA pela primeira vez em seis meses.
A medida agravou as perdas do West Texas Intermediate, que caiu 7,5% na semana passada, devido aos receios de uma segunda vaga da pandemia na Europa e ao aumento dos casos na Índia.
Na China, as importações de petróleo caíram pelo segundo mês em agosto e provavelmente permanecerão mais baixas, já que as refinarias independentes ficaram sem quotas depois do forte movimento de compras no início deste ano.
Nesta altura, o WTI desliza 1,71% para 39,09 dólares enquanto o Brent, transacionado em Londres, desce 1,48% para 42,03 dólares.
Otimismo nas bolsas afasta investidores do ouro
Com os mercados acionistas em alta, o ouro segue com sinal vermelho esta segunda-feira, refletindo o afastamento dos investidores dos ativos de refúgio.
Os investidores arrancaram a semana confiantes de que as quedas das tecnológicas, observadas na semana passada, não vão prolongar-se, e que os dados sobre o emprego nos Estados Unidos, conhecidos na sexta-feira, sugerem que a maior economia do mundo pode continuar a recuperar apesar de a pandemia ainda não dar sinais de alívio.
Nesta altura, o ouro desliza 0,21% para 1.929,15 dólares, enquanto a prata sobe ligeiros 0,07% para 26,9234 dólares.
Libra afunda quase 1% com ameaça de “no deal”
A libra britânica está a desvalorizar face ao dólar pela quarta sessão consecutiva - a mais longa série de perdas desde junho - penalizada pela possibilidade de um não acordo entre o Reino Unido e a União Europeia sobre o pós-Brexit.
Nesta altura, a moeda do Reino Unido perde 0,81% para 1,3172 dólares, depois de o primeiro-ministro Boris Johnson ter admitido a possibilidade de as negociações comerciais entre as duas partes fracassarem, no primeiro dia desta ronda negocial que tem lugar em Londres, em formato presencial.
O chefe do Executivo britânico disse que prefere romper com as negociações do que pôr em causa os princípios que considera fundamentais do Brexit, e estabeleceu o dia 15 de outubro como data-limite para um acordo.
"Parece que estamos apenas no início de uma dolorosa correção na libra", afirma Valentin Marinov, chefe de estratégia de câmbio do G10 do Credit Agricole, que vê a libra cair para 1,20 dólares no caso de não haver acordo.
A par da libra, também o euro está a perder terreno face à divisa dos Estados Unidos, com uma descida ligeira de 0,06% para 1,1830 dólares.
Bolsas europeias reforçam ganhos em dia de pausa em Wall Street
As bolsas europeias estão a reforçar a tendência positiva da abertura, com os investidores confiantes que a forte queda das tecnológicas nas últimas duas sessões não vai ter um prolongamento esta semana.
Apesar de não ter o farol de Wall Street – as bolsas estão encerradas devido ao feriado do ‘Labor Day’ – quase todas das praças europeias marcam ganhos acima de 1%, com a tendência de subida a ser quase generalizada em todos os setores. O paneuropeu Stoxx600 avança 1,5%.
As quedas violentas das últimas duas sessões atiraram o índice europeu para mínimos de um mês, com o setor tecnológico a liderar as quedas e corrigir da valorizações acentuadas das últimas semanas. Apesar da alta acentuada das praças europeias, os futuros apontam para mais quedas na abertura de Wall Street na terça-feira.
Os futuros sobre o Nasdaq descem 0,8% numa altura em que os investidores estão a reduzir de forma acentuada a aposta na valorização do índice tecnológico, como mostra o gráfico da Bloomberg em cima.
"Não penso que isto seja o início de uma tendência descendente nos preços dos ativos", diz Robert Greil, diretor da Merck Finck Privatbankiers AG em Munique. "Estamos apenas na primeira fase da recuperação económica, o que torna pouco provável uma grande correção. Naturalmente, as desvalorizações representam oportunidades de compra neste ambiente".
A bolsa portuguesa está a seguir o desempenho positivo das congéneres europeias, com o PSI-20 a somar 1,21% para 4.299,62 pontos. O índice português está a beneficiar sobretudo com a valorização da EDP, que ganha 2,06% para 4,221 euros depois do Goldman Sachs ter classificado a maior cotada portuguesa como um potencial alvo de uma oferta de aquisição.
Ouro vacila em semana de teste
O metal amarelo está a descer 0,13% para os 1.931,40 dólares por onça. Este movimento antecede um dos eventos mais importantes da semana, a reunião do Banco Central Europeu. Na semana passada, o ouro chegou a tocar num mínimo de três de agosto, para agora se manter tímido.
Europa resiliente apesar de rodeada de tropeções
As principais praças europeias juntaram-se no verde para começar a semana, numa altura em que os analistas apontam a relativa resiliência desde mercado em contraste com o norte-americano e o asiático.
"Eu olho para a semana passada como mais do que uma inversão de curta-duração", defende um analista da NatWest Markets, citado pela Bloomberg. "Penso que este é início de um ambiente de menores retornos acionistas e maior volatilidade", acrescenta.
A China dá sinais confusos em relação à evolução da economia, com as exportações a aumentarem mas, paralelamente, as importações a decrescerem inesperadamente. Na Europa, o destaque da semana vai para a reunião desta quinta-feira do Banco Central Europeu e a retoma das negociações cara-a-cara do Brexit.
O índice que agrega as 600 maiores cotadas do Velho Continente, o Stoxx600, sobe 0,76% para os 364,67 pontos, regressando a terreno positivo depois de duas sessões de quebra. A última, culminou num mínimo de 3 de agosto.
Juros da dívida europeia sobem pelo segundo dia
As taxas de juro das obrigações soberanas europeias estão a agravar-se pela segunda sessão, numa altura em que as atenções estão já centradas na reunião do BCE de quinta-feira. A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos sobe 2,1 pontos base para 0,385%, mas o prémio de risco da dívida portuguesa segue estável uma vez que a taxa das bunds com a mesma maturidade está a agravar-se 1,9 pontos base para -0,456%. Em Espanha a yield dos títulos a 10 anos avança 1,7 pontos base para 0,361%.
Não são esperadas alterações à política monetária do BCE na reunião desta quinta-feira. As previsões apontam para uma manutenção das taxas de juro da entidade liderada por Christine Lagarde em mínimos históricos, mas serão publicadas novas estimativas para a inflação e para o crescimento.
Petróleo baixa dos 40 dólares em Nova Iorque
O barril de Brent, negociado em Londres e que serve de referência na Europa, resvala 1,22% para os 42,14 dólares. Nos Estados Unidos, o West Texas Intermediate alinha na mesma tendência e cai 1,51% para os 39,17 dólares.
As quedas no mercado desta matéria-prima acontecem depois de a Arábia Saudita ter baixado os preços dos contratos para outubro, ao mesmo tempo que chegam sinais de que as importações de petróleo na Ásia estão a abrandar. As importações da China caíram pelo segundo mês em agosto, sendo que é esperado que as encomendas reduzam ainda mais nos próximos dois meses.
Na semana passada, o WTI recuou 7,5%, o maior deslize semanal desde o mês de junho. Embora a pandemia pareça abrandar nos Estados Unidos, na Europa os casos estão a ressurgir e o vírus está a ganhar mais força na Índia.
Libra em queda com acordo no pós-Brexit cada vez mais longe
A moeda britânica iniciou a semana em terreno negativo, pressionada pela expectativa crescente de que o Reino Unido e a União Europeia vão falhar um acordo para o pós-Brexit. O primeiro-ministro britânico deverá anunciar hoje "a fase final das negociações com a UE", fazendo aumentar a pressão antes do reinício das negociações agendadas para esta semana, além de reafirmar que o Reino Unido não transigirá na sua independência. Boris Johnson considera que 15 de outubro é a data limite para a conclusão de um acordo pós-Brexit com a União Europeia (UE).
A libra desce 0,46% para1,3218 dólares, na quarta sessão em terreno negativo da divisa britânica. Já o euro negoceia em alta ligeira (+0,02% para 1,1840 dólares) depois de quatro sessões a perder terreno para a moeda norte-americana.
Ações estabilizam mas a olhar para o precipício
As ações a nível global parecem estabilizar depois de terem vivido a maior quebra desde junho nas últimas duas sessões.
Os títulos acionistas caíram no Japão e na China, ao contrário de na Austrália e na Coreia do Sul, onde subiram. Em Hong Kong oscilaram. Já os futuros nos Estados Unidos recuperam de perdas e na Europa o sentido é ascendente.
Nos Estados Unidos é dia de feriado, pelo que Wall Street fecha as portas depois de registar a pior semana para o Nasdaq desde março. Os títulos do Softbank também afundaram depois de noticiado que este banco apostou com grande força nas ações das tecnológicas nos Estados Unidos.
"Os ativos de risco continuam frágeis depois da rutura liderada pelas tecnológicas na última quinta-feira e depois de um pico na volatilidade", comenta um analista da Medley Global Advisors, em declarações à Bloomberg. O mesmo analista defende que os estímulos à economia vão continuar a ter um papel crucial não só na recuperação económica mas também a nível dos mercados, onde os dados do desemprego pesam. Os olhos estão postos na reunião do banco central europeu, esta quinta-feira.