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Abertura dos mercados: Vírus chinês infiltra-se nos mercados. Juros italianos sobem com demissão de Di Maio à vista

Do petróleo ao ouro, passando pelas bolsas, quase todos os cantos dos mercados internacionais estão a ser afetados pelos receios dos investidores relacionados com a propagação do coronavírus chinês.

EPA
22 de Janeiro de 2020 às 09:35
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Os mercados em números
PSI-20 valoriza 0,16% para os 5.284,61 pontos
Stoxx 600 sobe 0,04% para os 423,51 pontos
Nikkei valorizou 0,7% para os 24.031,35 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 2,1 pontos base para os 0,481%
Euro desvaloriza 0,1% para os 1,1075 dólares
Petróleo em Londres cede 0,76% para 64,1 dólares por barril

Bolsas europeias sobem após recuperação asiática
As bolsas europeias estão a subir ligeiramente no arranque desta quarta-feira, 22 de janeiro, após duas sessões consecutivas em baixa. O sentimento positivo na Europa segue-se à recuperação das bolsas asiáticas - o Nikkei subiu 0,7% - que valorizaram após as autoridades chinesas terem dado garantias de que vão aumentar os esforços para conter a propagação do coronavírus chinês. 

Os investidores estimam atualmente as potenciais implicações económicas deste novo vírus. Em 2003, um surto semelhante na China provocou mais de 700 mortes e um dano económico estimado de 0,8 pontos percentuais do PIB. 

No imediato, o impacto económico deverá passar pela contenção dos gastos em bens e viagens por parte dos consumidores chineses numa altura que costuma ser de elevado consumo por se comemorar o ano novo chinês. 

Após não ter negociado na segunda-feira por ser feriado de Martin Luther King, Wall Street fechou ontem em terreno negativo em reação à notícia de que foi identificado o primeiro caso nos EUA relacionado com o coronavírus chinês.

Na Europa, as bolsas também registaram duas quedas consecutivas, mas estão hoje a recuperar. O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, está a subir 0,04% para os 423,51 pontos. Já o PSI-20 segue a valorizar 0,16% para os 5.284,61 pontos.

Mas há várias exceções nas praças europeis, a começar pelo índice italiano, que está em queda. O setor da banca está a sofrer perdas em linha com a subida dos juros das obrigações soberanas no mercado secundário, provocadas pela notícia de que o líder de um dos partidos do Governo de coligação vai demitir-se.

Juros italianos sobem com demissão de Di Maio à vista
Os juros da dívida italiana estão a subir no mercado secundário num dia em que vários jornais italianos noticiam que Luigi Di Maio, o líder do Movimento 5 Estrelas (anti-establishment), vai demitir-se. Tem sido o fundador do partido, Beppe Grillo, quem tem pressionado Di Maio a sair.

A yield das obrigações italianas a dez anos chegou a subir mais de oito pontos base. Neste momento, os juros sobem 5,4 pontos base para os 1,423%, negociando perto de um máximo de agosto.

Os investidores temem que a demissão possa colocar em causa a estabilidade do já frágil Governo de coligação entre o Movimento 5 Estrelas e o Partido Democrata (centro-esquerda), abrindo o caminho para eleições antecipadas. A ida às urnas poderá estender a passadeira à extrema-direita dado que a Liga, de Matteo Salvini - cujo tom face à União Europeia tem sido de confronto -, está bem colocada nas sondagens.  

A subida do risco relativo a Itália está a afetar também outros soberanos. É o caso de Portugal onde a yield a dez anos sobe 2,1 pontos base para os 0,481%.

Euro bate em mínimos do Natal
O euro está a ceder 0,1% para os 1,1075 dólares, atingindo um mínimo de 25 de dezembro. A divisa está a sofrer da pressão vendedora relativa a Itália com a perspetiva de mais um episódio de instabilidade política. 

Além disso, os investidores aguardam pelo resultado da reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). A conferência de imprensa está marcada para esta quinta-feira, 23 de janeiro, mas não se espera mudanças. A presidente do BCE, Christine Lagarde, deverá anunciar formalmente o arranque da revisão da estratégia que se prolongará durante todo o ano de 2020. 

Na próxima semana é a vez da Reserva Federal norte-americana reunir-se.

Petróleo desce com risco de epidemia a pesar na procura
O petróleo está a registar quedas após o Goldman Sachs ter dito que uma potencial epidemia do coranavírus poderá ter um impacto relevante na procura. Este aviso está a contrariar os receios de disrupções na produção (oferta) de barris na Líbia, Irão e Iraque. 

O banco de investimento antecipa que, apesar de os efeitos do coronavírus chinês até ao momento serem limitados, a procura por petróleo pode diminuir, provocando uma queda de 2,9 dólares no barril se houver uma epidemia semelhante à de 2003, a qual vitimou mais de 700 pessoas. 

Além disso, a Agência Internacional de Energia disse num relatório que o mundo está "inundado de petróleo", segundo a Bloomberg, e antecipa-se que os inventários norte-americanos deverão aumentar.  

Neste momento, o WTI, negociado em Nova Iorque, perde 0,77% para os 57,93 dólares por barril, ao passo que o Brent, que é transacionado em Londres e que serve de referência para as importações portuguesas, desvaloriza 0,76% para 64,1 dólares por barril por barril. 

Ouro desce. Paládio recupera da pior sessão desde agosto
O ouro está a cair 0,02% para os 1.557,82 dólares por onça, desvalorizando pela segunda sessão. Os mercados parecem ainda não ter entrado num modo de aversão ao risco por causa do novo vírus da China, o que poderia impulsionar a cotação do metal precioso.

"Ainda que o surto esteja a receber a maior fatia de atenção, [este] não está a conduzir a um grande modo de aversão ao risco", considera o analista da AxiCorp, Stephen Innes, citado pela Bloomberg. 

Já a derrocada do paládio na sessão de ontem está a ser parcialmente revertida no arranque da negociação com o metal a subir. O paládio está a subir 1,04% para os 2.426,75 dólares por onça, após a queda superior a 5% na terça-feira.
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