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Abertura dos mercados: Ventos favoráveis na frente comercial atiram Europa para máximos de 2018

  Os Estados Unidos acreditam na assinatura da primeira fase do acordo comercial com a China já este mês e admitem não ser necessário impor tarifas ao setor automóvel europeu. Estes desenvolvimentos na frente comercial estão a impulsionar as bolsas e a afastar os investidores das obrigações e do ouro.

reuters
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Os mercados em números

PSI-20 avança 0,44% para os 5.138,40 pontos

Stoxx 600 soma 0,53% para os 401,53 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos avança 2,2 pontos base para 0,219%

Euro desce 0,04% para 1,1161 dólares

Petróleo em Londres perde 0,01% para os 61,69 dólares 

 

Relação EUA-China dita ganhos na Europa

O Stoxx 600, índice que reúne as 600 mais cotadas do "velho continente", valoriza 0,53% para os 401,53 pontos, tocando num máximo de janeiro de 2018.

 

A impulsionar o sentimento na Europa estão os comentários do secretário do Comércio norte-americano, Wilbur Ross, que se mostrou otimista com as negociações comerciais com a China. O representante da Casa Branca disse que esperava selar a primeira fase do acordo com Pequim ainda este mês, dando alívio aos setores mais sensíveis às exportações.

 

Caso disso é o setor automóvel na Europa que já valoriza mais de 2%, depois de Ross ter dito que poderia não ser necessário impor tarifas às maiores empresas do setor, como é o caso da Volkswagen, da BMW, da Daimler ou da Renault.

 

A subir estão também as empresas que circundam o setor tecnológico, como as fabricantes de "chips", por exemplo, apoiadas pela emissão de licenças por parte dos EUA, para que as empresas locais possam voltar a negociar com empresas chinesas que estão na chamada lista negra de Donald Trump, como é o caso da Huawei.

 

Por cá, o índice PSI-20 avança 0,44% para os 5.138,40 pontos, impulsionado pela Altri que valoriza mais de 4%. Entre as cotadas que mais ganham está também o BCP, com uma subida de 1,5% para os 20 cêntimos por ação e a Mota-Engil, mais sensível ao sentimento externo devido à carteira de clientes em mercados emergentes, que sobe 1,6% para os 2,04 euros.

 

Euro em queda à espera de Lagarde

A moeda europeia negoceia em queda ligeira com os investidores a aguardarem com alguma cautela o primeiro discurso de Christine Lagarde como presidente do Banco Central Europeu. Lagarde desloca-se à Alemanha esta segunda-feira, naquele que será o primeiro ato público da antiga diretora do FMI no seu novo cargo. Com os investidores à espera para perceber se o BCE mudará ou não de rumo com o fim da era Draghi, o euro segue a descer 0,04% para 1,1161 dólares. A Berlim, Lagarde já pediu que invista mais para contrariar a desaceleração económica, já que os estímulos monetários devem ser seguidos por estímulos orçamentais.

 

Investidores saem das obrigações

As notícias positivas relacionadas com o acordo comercial entre os Estados Unidos e a China estão a afastar os investidores do refúgio da dívida soberana em todo o mundo, pelo que os juros das obrigações europeias estão em alta pela segunda sessão devido a este maior apetite pelo risco. A taxa de juro implícita dos títulos de Portugal a 10 anos está a subir 2,2 pontos base para 0,219%, em linha com o comportamento das bunds alemãs (+ 2,3 pontos base para -0,364%) e espanholas (+2,3 pontos base para 0,291%).   

 

Petróleo corrige após fortes ganhos

Depois de na sexta-feira o Brent, negociado em Londres e referência para Portugal, ter escalado quase 4%– a subida mais forte desde os ataques às instalações da Saudi Aramco -, hoje segue em clima de correção e perde 0,01% para os 61,69 dólares por barril. 

 

A seguir esta tendência está também o petróleo norte-americano, o WTI, que perde 0,02% para os 56,20 dólares por barril.

 

Ouro desvaloriza pela primeira vez em quatro sessões

O maior apetite pelo risco está também a penalizar o ouro, que foi o ativo onde os investidores mais se refugiaram nas alturas de turbulência mais intensa na guerra comercial. Após três sessões em alta, o metal precioso está a ceder 0,28% para 1.510,09 dólares, mas persiste acima da barreira dos 1.500 dólares e não muito longe de máximos de seis anos. 

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