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Abertura dos mercados: Guerra comercial entre EUA e China afunda bolsas
As bolsas europeias estão a descer mais de 1%, assim como o petróleo, o ferro e o aço. A justificar estes desempenhos está o intensificar da guerra comercial entre os EUA e a China.
Os mercados em números
PSI-20 cai 0,77% para 5.527,04 pontos
Stoxx 600 desce 1,06% para 381,81 pontos
Nikkei desvalorizou 1,77% para 22.278,48 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal recua 1,1 pontos base para 1,737%
Euro deprecia 0,29% para 1,1589 dólares
Petróleo cai 1,04% para 74,56 dólares por barril, em Londres
Guerra comercial arrasta bolsas
As bolsas europeias estão a registar fortes quedas, numa altura em que os investidores estão a demonstrar receios em torno da guerra comercial entre os EUA e a China. Os EUA impuseram tarifas sobre importações chinesas de 50 mil milhões de dólares. A China respondeu. O presidente dos EUA pediu para que fossem identificados mais produtos, correspondentes a 200 mil milhões de dólares de importações, para que possam ser aplicadas novas tarifas. E pediu ainda que sejam identificados mais 200 mil milhões de dólares para o caso de Pequim responder. E a China já deixou claro que o vai fazer.
Este contexto está a deixar os investidores nervosos. O principal índice bolsista da China deslizou mais de 3,5%, tocando em mínimos de Junho de 2016. Na Europa, o Stoxx600, o índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, está a cair 1,06%, e a maioria dos índices está a acompanhar esta dimensão de quedas.
Na bolsa nacional, o PSI-20 cede 0,77%, sendo um dos índices que menos desvaloriza na Europa.
Juros portugueses descem pela sétima sessão
Os juros da dívida portuguesa a dez anos estão a descer pela sétima sessão consecutiva, aproximando-se do nível mais baixo desde 15 de Maio. Nesta altura, a yield associada às obrigações de Portugal a dez anos cai 1,1 pontos para 1,737%.
Em Itália, pelo contrário, depois de quatro sessões de alívio, os juros sobem 3,5 pontos para 2,589% e em Espanha agravam-se em 0,3 pontos para 1,257%.
Esta evolução acontece depois de o BCE ter motivado, na quinta-feira passada, um alívio generalizado, com a garantia de que os juros de referência não deverão aumentar antes do Outono do próximo ano. Na Alemanha, a tendência é a inversa, com a yield a aliviar 3,6 pontos para 0,362%.
Euro mantém quedas
A moeda única europeia continua em queda, mantendo a tendência registada desde que o BCE deu indicações sobre o futuro da política monetária na Zona Euro. O euro está a descer 0,29% para 1,1589 dólares. O dia será marcado pelo Fórum do BCE em Sintra, onde estão vários responsáveis pela política monetária mundial. As conferências podem ser acompanhadas em directo.
OPEP e tensões comerciais pressionam petróleo
Os preços do petróleo voltaram às quedas, numa altura em que os investidores estão a reflectir na negociação o aumento de produção entre 300 e 600 mil barris por dia que se prevê que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) anuncie esta semana. Apesar de a Bloomberg ter avançado que o aumento da produção será inferior ao inicialmente esperado (1,5 milhões de barris por dia), a confirmar-se este acréscimo na produção será um sinal de que os membros da OPEP estarão disponíveis para ajudar a descer os preços da matéria-prima, isto numa altura em que as tensões geopolíticas também contribuem para a descida. O barril do Brent, negociado em Londres e referência para Portugal, está a descer 1,04% para 74,56 dólares.
Ferro e aço deslizam
A guerra comercial entre os EUA e a China está a provocar quedas acentuadas nas matérias-primas, com destaque para o ferro e o aço. Os futuros do aço estão a descer mais de 4% enquanto o ferro está a deslizar mais de 6%, segundo a Bloomberg.