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Abertura dos mercados: Guerra comercial condiciona investidores
A publicação da lista dos produtos chineses alvo das novas tarifas dos EUA está a acentuar os receios dos investidores em torno de uma guerra comercial. Até porque a China já deixou claro que vai retaliar com "a mesma força e extensão". As bolsas europeias caem, os juros sobem. E o euro flutua à espera da inflação.
Os mercados em números
PSI-20 desce 0,41% para 5.361,50 pontos
Stoxx 600 cai 0,33% para 367,84 pontos
Nikkei valorizou 0,13% para 21.319,55 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal sobe 1,4 pontos base para 1,651%
Euro aprecia 0,18% para 1,2292 dólares
Petróleo desce 0,46% para 67,81 dólares em Londres
As bolsas em queda com receios de guerra comercial
A negociação bolsista está a ser condicionada pela divulgação da lista dos produtos que serão alvo das tarifas dos EUA. Em causa estão 1.300 produtos chineses que passarão a pagar tarifas mais elevadas se forem importadas pelos EUA. A China já respondeu, prometendo estar "a preparar medidas na mesma força e extensão contra produtos dos Estados Unidos". As autoridades chinesas realçam que a posição assumida pelos EUA coloca a Organização Mundial do Comércio sob um "perigo sem precedentes".
Este contexto está a aumentar os receios dos investidores em torno de uma guerra comercial. O Stoxx600, que agrega as 600 maiores cotadas europeias, cai 0,33%, numa altura em que o vermelho é a cor que impera na generalidade dos mercados bolsas europeus. E o PSI-20 não é excepção, ao recuar 0,41%.
Juros sobem em ambiente de incerteza
As taxas de juro estão a subir na generalidade dos países europeus, numa altura em que a marcar o ritmo está a incerteza em várias frentes. A guerra comercial dos EUA condiciona o sentimento dos investidores, mas não é o único factor. Na Europa a situação política em Itália, que um mês após as eleições ainda não tem governo, e a situação política em Espanha, que além da questão da Catalunha está a tentar aprovar o Orçamento do Estado. Além disso, o dia será marcado pela publicação dos dados da inflação de Março da Zona Euro, um indicador muito relevante para o Banco Central Europeu (BCE) e para a perspectiva da política monetária que será prosseguida por esta autoridade.
Assim, a taxa de juro implícita na dívida a 10 anos de Portugal está a subir 1,4 pontos base para 1,651%. Já a taxa de juro associada à dívida alemã está a avançar 0,3 pontos para 0,504%.
Euro em queda ligeira à espera da inflação
A moeda única europeia segue em queda ligeira contra o dólar. Isto num dia em que o Eurostat divulgará a estimativa rápida da inflação de Março. O último dado conhecido é o de Fevereiro, mês em que o aumento de preços no consumidor abrandou para 1,1%. A evolução da inflação na Zona Euro é determinante para a política monetária. E uma subida mais pronunciada poderá fazer tocar as sirenes no que à politica do BCE diz respeito. Ainda que não se esperem alterações na taxa de juro, os investidores querem sinais que lhes permitam antecipar o início da retirada de estímulos por parte do BCE.
Petróleo cai devido às reservas dos EUA
Os preços do petróleo voltaram às quedas esta quarta-feira, numa altura em que se espera que os EUA anunciem um novo aumento das reservas petrolíferas. Um factor que pressiona os preços da matéria-prima e que afecta as intenções da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que cortou a produção para sustentar os preços do ouro negro. O barril do Brent, negociado em Londres e referência para Portugal, está a descer 0,46% para 67,81 dólares.
Investidores refugiam-se no ouro
O ouro continua a ser o "porto seguro" dos investidores, num ambiente de incerteza política e tensões entre os EUA e a China, devido às tarifas aplicadas a produtos chineses importados. Este metal precioso está a subir 0,35% para 1.337,39 dólares por onça. E já há analistas que apontam para os 1.400 dólares se se confirmar uma guerra comercial.