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Abertura dos mercados: Bolsas europeias em queda com ouro a brilhar. Euro recupera de mínimos de quase três anos

Os ativos de maior risco, como é o caso das ações, continuam a ser penalizados ao passo que os ativos de refúgio, como o ouro, são valorizados pelos investidores. O euro está a recuperar face ao dólar após a divulgação de dados económicos positivos.

Reuters
21 de Fevereiro de 2020 às 09:34
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Os mercados em números
PSI-20 cede 0,97% para os 5.358,34 pontos
Stoxx 600 desce 0,23% para os 429,31 pontos
Nikkei desvalorizou 0,39% para os 23.386,74 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos aliviam 0,2 pontos base para os 0,229%
Euro sobe 0,3% para os 1,0817 dólares
Petróleo em Londres perde 1,16% para 58,62 dólares por barril

Bolsas europeias cedem pela segunda sessão
As bolsas europeias estão a seguir o curso das praças asiáticas que negociaram em terreno negativo durante a madrugada. Isto porque os investidores continuam a dar mais atenção aos receios em relação à propagação além fronteiras do coronavírus Covid-19.

A Coreia do Sul, por exemplo, já tem 156 infetados confirmados e a Organização Mundial da Saúde (OMS) já veio dizer que se os países não responderam de forma mais forte ao surto, a propagação fora da China pode tornar-se uma ameaça mais generalizada. 

Na Europa, as perdas das bolsas foram atenuadas ligeiramente pelos dados positivos do PMI. Ainda assim, o Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, segue esta sexta-feira, 21 de fevereiro, a perder 0,23% para os 429,31 pontos, seguindo em baixa pela segunda sessão consecutiva. São os setores energético, o da banca e o automóvel - as vendas de carros afundaram 92% na China - que pressionam o índice.

Lisboa não é exceção, pelo contrário: o PSI-20 até é uma das praças europeias que mais desvaloriza ao perder 0,97% para os 5.358,34 pontos. O índice português está a ser penalizado por algumas indicações dadas pelas cotadas nos resultados apresentados ontem após o fecho.

Juros portugueses em mínimos de quase quatro meses, mas PMI limita quedas
No mercado secundário, a yield associada às obrigações portuguesas a dez anos desce pela quarta sessão consecutiva e está em mínimos de quase quatro meses. Os juros nesse prazo aliviam 0,2 pontos base para os 0,229%, o valor mais baixo desde 1 de novembro do ano passado. 

As obrigações soberanas continuam a beneficiar do seu estatuto de ativo de refúgio numa altura em que o coronavírus Covid-19 continua a criar receio nos investidores quanto ao seu potencial impacto económico na China e noutras economias. 

Contudo, essa evolução, que até levou a yield da dívida norte-americana a dez anos para perto de 1,5% (o que já não acontecia desde setembro), está a ser limitada na Europa pela divulgação dos dados do PMI relativos a fevereiro. Tanto o PMI da Zona Euro como o da Alemanha, em particular na indústria transformadora, ficou acima do esperado, travando os alívios nos juros das dívidas. 

Euro recupera de mínimos de quase três anos
O euro está a subir 0,3% para os 1,0817 dólares, recuperando de mínimos de quase três anos. A divisa europeia está a beneficiar dos dados positivos do PMI tanto na Zona Euro, onde está em máximos de seis meses, como na Alemanha, em que o indicador para a indústria transformadora está em máximos de 13 meses.

Este é um sinal mais forte de que a recessão no setor industrial alemão poderá estar a acabar, mas os dados ainda não são claros. A indústria transformadora alemã continua a prever uma queda da produção nos próximos 12 meses e ainda está a cortar postos de trabalho. Porém, a notícia positiva deu força ao euro que tem estado sob especial pressão esta semana, com os investidores a focarem-se no dólar como a divisa de refúgio.

Petróleo a caminho de ganho semanal de 2%
Apesar de a cotação do ouro negro estar a cair nesta sessão, o saldo semanal deverá ser positivo. O petróleo está a descer face aos renovados receios em relação ao coronavírus Covid-19, o que está a sobressair no sentimento dos investidores face aos estímulos prometidos pela China e outros países asiáticos. 

"O que seria definitivamente positivo para o mercado [petrolífero] seria a redução da epidemia", refere a analista Vandana Hari da Vanda Insights, à Bloomberg, referindo que, no entanto, é "impossível" estimar "adequadamente" o seu impacto na procura por petróleo num prazo de três a seis meses.

Outro fator que poderá contribuir para a valorização semanal da cotação do barril é a subida abaixo do esperado dos stocks norte-americanos: os inventários aumentaram 415 mil barris na semana passada, muito abaixo dos 3,2 milhões de barris esperados pelos analistas consultados pela Bloomberg. 

Contudo, neste momento, o petróleo está em queda. O WTI, negociado em Nova Iorque, desce 1% para os 53,34 dólares por barril, ao passo que o Brent, que é transacionado em Londres e que serve de referência para as importações portuguesas, desvaloriza 1,16% para 58,62 dólares por barril. 

No conjunto da semana, o petróleo caminha para um valorização de 2,44% em Nova Iorque - que não negociou na segunda-feira por causa do feriado do Dia do Presidente - e de 2,27% em Londres. 

Ouro brilhou esta semana
"As estrelas alinharam-se para o ouro", descreve a Bloomberg, referindo os receios em relação ao impacto económico do coronavírus e a maior pressão para a política monetária injetar mais estímulos.

Estes fatores levaram os investidores a procurarem mais ativos de refúgio com destaque para o ouro que atingiu máximos de 2013. Essa tendência já era clara nos investimentos em ETFs (exchange-traded funds) focados em ouro, que têm vindo a alcançar frequentemente um recorde de entrada de dinheiro. 

No acumular da semana, o metal precioso valoriza 3%, o que representa a maior subida semanal em mais de seis meses. Em 2020, o ouro já ganha mais de 7%.

Neste momento, o ouro sobe 0,8% para os 1.632,67 dólares por onça, o valor mais elevado desde fevereiro de 2013. Numa nota divulgada hoje, os analistas do Goldman Sachs admitem que o ouro poderá atingir os 1.750 dólares ou mesmo os 1.850 dólares por onça consoante a evolução do coronavírus no segundo trimestre.
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