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Abertura dos mercados: Aproximação entre EUA e China impulsiona bolsas. Juros descem antes do BCE

Enquanto se esperam novidades de Frankfurt, são as notícias com origem em Washington e Pequim que estão a impulsionar as ações e a pressionar em baixa os juros das obrigações soberanas.

Reuters
12 de Setembro de 2019 às 09:33
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Os mercados em números

PSI-20 avança 0,01% para 5.006,28 pontos
Stoxx 600 soma 0,23% para 390,61 pontos
Nikkei valorizou 0,75% para 21.759,61 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos caem 1,9 pontos base para 0,24%
Euro sobe 0,08% para 1,1019 dólares
Petróleo em Londres valoriza 0,35% para 61,02 dólares o barril

 

Bolsas sobem após alívio na guerra comercial

O desagravamento da tensão comercial entre os Estados Unidos e a China está a ter um impacto positivo nos mercados acionistas europeus esta quinta-feira, já que os sinais dados por ambos os lados, embora pouco significativos, apontem para uma aproximação entre as duas maiores economias do mundo.


O presidente norte-americano anunciou nesta quarta-feira à noite (já madrugada de quinta em Lisboa) que as tarifas aduaneiras adicionais sobre produtos importados da China não entrarão em vigor a 1 mas sim a 15 de outubro. Está prevista uma subida de 25% para 30% em produtos chineses avaliados em 250 mil milhões de dólares.

Segundo anunciou Trump no Twitter, trata-se de um "gesto de boa vontade", e a pedido de Liu He, vice-primeiro-ministro chinês, já que a 1 de outubro o país estará a comemorar o seu 70.º aniversário. Do lado chinês a resposta não se fez esperar, com os media a avançarem que Pequim já deu ordem para que as empresas chinesas voltem a comprar soja e carne de porco aos Estados Unidos. Na véspera o Governo chinês tinha publicado uma lista onde isentava de tarifas vários produtos norte-americanos.

 

 

Estes desenvolvimentos fazem crescer as expectativas sobre um resultado positivo na nova ronda de negociações que está agendada para outubro entre os dois países. O Stoxx600 valoriza 0,23% para 390,61 pontos e já renovou máximos de seis semanas.

Entre as ações destaca-se a AB InBev (valoriza 3,79% para 88,65 euros), depois de a empresa de cervejas ter retomado os planos de colocar na bolsa de Hong Kong a sua divisão no mercado asiático.


Em Lisboa o PSI-20 avança ligeiros 0,01% para 5.006,28 pontos, na terceira sessão em terreno positivo. A animar o índice estão sobretudo o BCP, a Altri e a Jerónimo Martins.


Juros caem em dia de BCE

Além dos desenvolvimentos da guerra comercial, os investidores estão também de olhos postos na reunião desta quinta-feira do Banco Central Europeu, já que se esperam medidas de política monetária para travar o cenário de recessão na Zona Euro.

Os mercados dão como quase certo que aconteça uma descida da taxa de depósitos (-0,4%) nesta reunião, bem como a introdução de um sistema de escalões para mitigar o efeito nos bancos. Já um novo pacote de compra de dívida deverá ficar para decidir numa altura em que o BCE já será liderado por Christine Lagarde.

As obrigações soberanas têm beneficiado de forma substancial com esta política monetária expansionista do BCE, sendo que hoje o efeito volta a fazer-se sentir. A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos recua 1,9 pontos base para 0,24%, em linha com o comportamento dos títulos alemães (-1,7 pontos base para -0,583 pontos base) e espanhóis (-1,9 pontos base para 0,228%).

Euro em alta

Os sinais de boa vontade de Pequim e Washington para resolver a disputa comercial está a ter pouco impacto no mercado cambial, que está pendente das decisões que vão ser anunciadas por Mario Draghi ao final da manhã. O índice do dólar segue estável e o euro valoriza 0,08% para 1,1019 dólares. Já na moeda chinesa o impacto das notícias sobre a guerra comercial é mais significativo, com uma valorização de 0,4% para 7,0799 yuans por dólar.

Petróleo recupera de maior queda em duas semanas

O petróleo está a recuperar a forte queda da véspera, com a matéria-prima a ser impulsionada pelos desenvolvimentos positivos na frente da guerra comercial. Na quarta-feira o petróleo tinha registado a maior queda em duas semanas, com uma desvalorização de mais de 2%, depois de a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ter cortado as previsões que tinha avançado quanto à procura mundial por petróleo, tanto para o ano de 2019 como de 2020, mostrando-se pessimista quanto à economia mundial. 

 

O Brent valoriza 0,35% para 61,02 dólares por barril em Londres, enquanto em Nova Iorque o WTI avança 0,41% para 55,98 dólares.

Ouro sobe pela segunda sessão

O alívio das tensões comerciais não está a travar o apetite dos investidores pelo metal precioso, já que o ouro está a subir pela segunda sessão e volta a ser transacionado acima dos 1.500 dólares. No mercado à vista em Londres o ouro está a ganhar 0,35% para 1.502,47 dólares.

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