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Trump agradece à Arábia Saudita mas reclama preços do petróleo ainda mais baixos

A cotação da matéria-prima está a reagir em baixa a mais um tweet do presidente dos Estados Unidos sobre o petróleo.

Reuters
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O presidente norte-americano, Donald Trump, voltou a aplaudir no Twittter as quebras no preço do petróleo e a defender um reforço das mesmas, no mesmo dia em que foi revelado um aumento nos inventários norte-americanos. Mais uma vez, os comentários de Trump na rede social parecem estar a afectar a matéria-prima, que já cede acima de 1% e negoceia perto de mínimos do ano.

 

Esta quarta-feira, o presidente norte-americano publicou na sua página do Twitter: "Os preços do petróleo estão a ficar mais baixos. Óptimo! É como um enorme corte nos impostos para a América e para o mundo. Aproveitem! 54 dólares, ainda agora estava nos 82 dólares. Obrigada Arábia Saudita, mas vamos reduzir ainda mais os preços!".

 


O agradecimento à Arábia Saudita vem com alguma ironia dado que este país da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) foi uma das nações a anunciar possíveis cortes de produção - de forma, precisamente, a elevar os preços.

 

Contudo, a parceria entre os dois países parece de facto ter espaço para funcionar a favor de Trump, uma vez que o líder norte-americano decidiu manter os laços com este país oriental apesar da morte de Khashoggi. O presidente norte-americano  - o jornalista residente nos Estados Unidos que terá sido assassinado na embaixada da Arábia Saudita na Turquia com o envolvimento do líder máximo do Estado oriental, segundo a CIA.

Apesar de não ter tido um efeito imediato nas cotações da matéria-prima, a posição manifestada por Trump é tida como um dos factores que está a assustar os investidores na sessão desta quinta-feira e a contribuir para que o barril de ouro negro esteja de novo a negociar em terreno negativo.

 

"A fasquia está elevada depois do comentário de Trump e certamente o mercado está um pouco preocupado que a Arábia Saudita poderá não manter uma posição forte em relação aos cortes de produção", comentou um analista do Australia & New Zealand Banking Group, citado pela Bloomberg.


Esta não é a primeira vez que uma publicação de Trump tem efeitos nos mercados de petróleo. O mais recente teve mesmo um forte impacto, pois o presidente dos Estados Unidos reclamou que os preços continuam muito elevados apesar das quedas recentes. Esse tweet foi publicado no dia seguinte ao anúncio por parte da Arábia Saudita que ia cortar a produção em 500 mil barris por dia e defendia que a OPEP deveria fazer o mesmo.

 

As cotações do petróleo afundaram nos dias seguintes, tendo atingido mínimos de Outubro de 2017 em Nova Iorque e de Fevereiro deste ano em Londres. Hoje o WTI chegou a cair 2,03% para 53,52 dólares e o Brent a descer 1,91% para 62,27 dólares em Londres.

 

A OPEP vai reunir a 6 de Dezembro em Viena e em cima da mesa está um corte de produção de 1,4 milhões de barris por dia. Contudo, a Rússia tem dado sinais que não estará disponível para agir de imediato com o objectivo de conter a queda das cotações.

 

A contribuir para a descida das cotações na sessão desta quinta-feira está também um novo aumento das reservas de petróleo dos Estados Unidos. Os "stocks" norte-americanos subiram pela nona semana consecutiva, perfazendo a mais longa série de aumentos desde Março de 2017.

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