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Petróleo recua com aumento de stocks nos EUA. "Sentimento atual é fraco", diz UBS

"Os últimos dias mostraram quão frágil está o sentimento no mercado petrolífero, com os intervenientes a focarem-se sobretudo nas notícias negativas", sublinha Giovanni Staunovo, analista de "commodities" do UBS, num "research" a que o Negócios teve acesso.

Victor Ruiz Garcia
14 de Junho de 2023 às 17:12
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Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em ligeira baixa, pressionados pelo inesperado aumento dos inventários de crude nos EUA – o que ofuscou as previsões de aumento da procura de crude por parte da Agência Internacional de Energia e o otimismo associado à expectativa de que a Fed norte-americana proceda a uma pausa no ciclo de subida dos juros diretores.

 

Na semana passada, as reservas de crude dos EUA aumentaram 7,92 milhões de barris, anunciou hoje a Agência norte-americana de Informação em Energia. Em Cushing (Oklahoma) – onde o WTI é armazenado – os inventários dispararam para máximos de 2021.

 

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a ceder 0,30% para 69,21 dólares por barril.

 

Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, desliza 0,24% para 74,11 dólares.

 

"Os últimos dias mostraram quão frágil está o sentimento no mercado petrolífero, com os intervenientes a focarem-se sobretudo nas notícias negativas", sublinha Giovanni Staunovo, analista de commodities do UBS, num "research" a que o Negócios teve acesso.

 

Embora a procura continue resiliente, "os preços estão a ser sustentados mais pelas notícias em torno de um aumento da procura e pressionados mais pelos receios em torno do crescimento. Com efeito, o mercado do cride está bem abastecido neste momento: a produção nos EUA está a aumentar, bem como as exportações dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+) que não estão abrangidos pelos cortes de produção (Irão e Venezuela). Mas a OPEP+ já tomou medidas, com os novos compromissos de redução da oferta, sendo que os sauditas lideram nesse esforço", acrescenta o analista do banco suíço.

 

"O petróleo esteve a ser pressionado por relatos nos media que davam conta de um acordo provisório entre os EUA e o Irão relativamente ao programa nuclear, o que permitiria a Teerão exportar crude. Mas a notícia foi desmentida por ambos os lados", frisa ainda Staunovo. "Em contrapartida, o anúncio saudita de um corte voluntário extra de um milhão de barris por dia na sua produção de crude no mês de julho, e que poderá estender-se por mais tempo, sustentou temporariamente os preços".

 

Tudo isto, salienta o estratega do UBS, "mostra quão fraco está o sentimento atual no mercado petrolífero". "Estimamos que isso mude à medida que começarem a observar-se quedas nos stocks durante o segundo semestre de 2023", remata.

Além da AIE, também a OPEP+ projetou que o consumo de "ouro negro" aumente na segunda metade deste ano.

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