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AIE revê em baixa previsões da procura de petróleo em 2023

No relatório mensal sobre o mercado petrolífero, a Agência Internacional de Energia aponta como razões as menores expectativas económicas e, em particular, a uma menor atividade industrial na Europa.

Depois dos máximos, os preços do petróleo tombaram um máximo de 17,5% esta quarta-feira.
Fabian Bimmer/Reuters
13 de Julho de 2023 às 11:09
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A Agência Internacional de Energia (AIE) reviu em baixa, pela primeira vez este ano, as suas previsões para a procura mundial de petróleo em 2023, devido a menores expectativas económicas e, em particular, a uma menor atividade industrial na Europa.

No relatório mensal sobre o mercado petrolífero, publicado esta quinta-feira, a AIE prevê que o consumo este ano seja, em média, de 102,1 milhões de barris por dia, um novo recorde e mais 2,2 milhões de barris do que em 2022, mas também menos 220.000 barris do que tinha estimado em junho.

Mais de 90% do aumento da procura em relação ao ano passado corresponde aos países não pertencentes à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), ou seja, ao mundo desenvolvido, e em particular à China, que sozinha será responsável por 70%.

Concretamente, o gigante asiático absorverá mais 1,6 milhões de barris por dia do que em 2022, o que evidencia o efeito da sua abertura após dois anos de restrições devido à covid-19.

Por outro lado, na OCDE, e particularmente na Europa, o abrandamento do dinamismo económico conduzirá a uma contração da procura durante quatro trimestres consecutivos, entre o terceiro trimestre de 2022 e o terceiro trimestre de 2023.

Para 2024, a AIE corrigiu em alta as suas projeções em relação às do mês passado (mais 290.000 barris por dia), e prevê que a procura mundial aumente 1,1 milhões de barris por dia em relação a 2023.

Esta correção explica-se pelo facto de os seus peritos preverem sobretudo um maior consumo de gasóleo na China e perspetivas económicas mundiais mais positivas a longo prazo.

Do lado da oferta, a agência sublinha que os cortes implementados pela Arábia Saudita e alguns dos produtores do cartel OPEP+ desde novembro foram quase inteiramente cobertos por outros países.

Em junho, as extrações globais aumentaram 480.000 barris por dia para 101,8 milhões, principalmente devido à recuperação de parte da produção do Canadá, que tinha caído devido a incêndios florestais e trabalhos de manutenção.

No mês passado, a oferta foi apenas 70.000 barris por dia inferior à de outubro de 2022, imediatamente antes dos cortes da OPEP+, graças às contribuições adicionais do Irão (que não é afetado pelo ajustamento do cartel petrolífero embora seja membro), do Cazaquistão, da Nigéria e dos Estados Unidos.

No entanto, a agência alerta para o facto de a quantidade de petróleo que chega ao mercado poder baixar mais de um milhão de barris por dia este mês, se a Arábia Saudita voltar a aplicar as medidas de corte.

Se isso se concretizar, as extrações sauditas situar-se-iam em cerca de nove milhões de barris por dia, o nível mais baixo dos últimos dois anos, abaixo da Rússia, que passaria a ocupar o primeiro lugar no bloco OPEP+.
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