Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Arábia Saudita perde batalha para fazer subir preço do petróleo

Diferença entre o preço do petróleo em datas diferentes mostra que o preço não irá subir.

Victor Ruiz Garcia
02 de Julho de 2023 às 14:42
  • 11
  • ...

Os mercados enviaram um sinal claro à Arábia Saudita de que não contam com um aumento do preço do petróleo, embora este país tenha decidido, unilateralmente, cortar a produção em um milhão de barris/dia para reduzir a oferta e assim aumentar o valor desta matéria-prima.

Este corte significa que a produção diária da Arábia Saudita passará para os nove milhões de barris, o valor mais baixo desde junho de 2021.

Embora os analistas da Agência Internacional de Energia e dos bancos de Wall Street concordem que a procura de petróleo pode ganhar um novo ímpeto no segundo semestre de 2023, fazendo subir a cotação, a realidade é que o mercado de petróleo parece estar em desacordo com eles, existindo um indicador-chave do mercado que sugere que os "traders " acreditam que a oferta não diminuirá nos próximos meses.

Este indicador, diz o Wall Street Journal, é baseado na diferença entre o preço do petróleo em datas diferentes. Nos últimos dias, escreve o jornal norte-americano, os contratos de petróleo Brent que mudarão de mãos em breve caíram para um desconto em comparação com o petróleo que será entregue no futuro. Essa dinâmica é um sinal de que a oferta é mais do que suficiente para dar resposta à procura".

"É um sinal realmente pessimista", disse Greg Newman, presidente executivo da corretora Onyx Capital Group, com sede em Londres, ao WSJ. A surpresa é que o preço do Brent em si não caiu, acrescentou Newman, esperando que este desça para um valor situado entre os 58 e os 62 dólares o barril.

Em resultado deste cenário, é expectável que a Arábia Saudita possa tomar tomar medidas mais drásticas para aumentar os preços e contrariar uma menor procura, taxas de juros mais altas e uma inesperada abundância de petróleo dos Estados Unidos, Irão e Rússia.

Por outro lado, a recuperação económica da China está a ser mais lenta do que a prevista, uma circunstância que se traduz numa menor necessidade desta matéria-prima.

Os preços do petróleo Brent caíram 13% no primeiro semestre do ano e na passada sexta-feira  o preço do barril situava-se nos 75 dólares, apesar dos cortes anteriores do cartel OPEP+, liderado pela Arábia Saudita.

Ver comentários
Saber mais petróleo Arábia Saudita brent Estados Unidos matérias-primas China OPEP+
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio