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Petróleo em queda livre afunda mais de 8%. Brent cai para 65 dólares

As cotações do crude seguem em forte baixa nos principais mercados internacionais, em mínimos de Novembro de 2017 nos EUA e no valor mais baixo desde Março deste ano em Londres.

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A torneira do crude em bolsa não pára de pingar e as cotações seguem a cair perto de 8% em Londres e em Nova Iorque.

O West Texas Intermediate para entrega em Dezembro marcou esta segunda-feira a 12.ª sessão consecutiva em queda, naquela que é a mais longa série de descidas de sempre para o WTI. Está a negociar nos 55,19 dólares por barril, a ceder 7,91%, tendo chegado a descer 8,06%.

Também o Brent do Mar do Norte – que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas – tem seguido no vermelho e estabelece hoje a 11.ª queda em 12 jornadas. O contrato de Janeiro está a perder 7,19%, a ser transaccionado nos 65,08 dólares, após uma queda máxima de 7,30%.

A queda acumulda desde 29 de Outubro (última sessão em que fecharam em alta em Nova Iorque e Londres) é já de 18% no caso do WTI e de 16% em Londres.

O WTI está assim a negociar em mínimos de Novembro de 2017 e desde 25 de Janeiro de 2016 que não mergulhava tanto numa sessão. Já o Brent transacciona no nível mais baixo desde Março deste ano e desde 11 de Julho passado que não caía tão acentuadamente numa só jornada.

No passado dia 8 de Novembro, o WTI entrou em "bear market", já que caía 20% desde o último máximo - que tinha sido atingido a 3 de Outubro, altura em que negociava acima dos 75 dólares por barril (máximos de quatro anos). Já o Brent entrou em "mercado urso" no dia seguinte, a 9 de Novembro, com uma perda de 20 dólares face ao valor a que negociava no início de Outubro (acima dos 85 dólares).

No passado domingo, o Comité Ministerial Conjunto de Acompanhamento (JMMC, na sigla em inglês) do acordo de redução da produção petrolífera dos países da OPEP e não-OPEP esteve reunido em Abu Dahbi (Emirados Árabes Unidos) e decidiu adiar para a próxima reunião ministerial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, que terá lugar em Viena a 6 de Dezembro, uma decisão sobre o plafond de produção da matéria-prima.

O JMMC, apoiado pelo Comité Técnico Conjunto (JTC), foi criado para monitorizar o cumprimento dos cortes voluntários de produção feitos por 24 países: os membros da OPEP e outras nações não pertencentes ao cartel, como a Rússia.

Há um ano, os membros da OPEP e os seus aliados neste acordo concordaram em prolongar por mais nove meses – até ao final de 2018 - os cortes na produção de petróleo acordados em Novembro de 2016 (e que entraram em vigor em Janeiro de 2017. Recorde-se que a Nigéria e a Líbia ficaram isentas dos cortes devido à perturbação da oferta que estavam a registar. Entretanto, foram regressando ao mercado.

Depois, em Julho deste ano, perante a subida dos preços, esse corte foi suavizado. Mas agora, com as cotações a descerem novamente, a OPEP e os outros produtores signatários deste acordo de redução da produção estão a equacionar um novo corte.

E apesar de a decisão ter ficado para 6 de Dezembro, a Arábia Saudita uma vez mais assumiu a liderança e o seu ministro da Energia, Khalid Al-Falih, disse aos jornalistas que Riade irá cortar já a sua produção em 500 mil barris por dia a partir de Dezembro.

Queda acelerou com tweet de Trump

Estas declarações foram suficientes para colocarem de novo os preços em sentido ascendente na sessão desta segunda-feira. Mas o presidente dos EUA interveio e a tendência inverteu.



Donald Trump criticou a Arábia Saudita por planear reduzir a sua oferta e disse esperar que a OPEP e Riade não tomem essa decisão, lamentando que os preços não estivessem mais baixos. O mercado reagiu de imediato, com a matéria-prima a fechar em queda.

Hoje, a tendência prossegue e a sangria do "ouro negro" poderá não ficar por aqui. A contribuir para a depreciação desta matéria-prima tem estado também o aumento da oferta – a par com uma subida das reservas norte-americanas de crude – e os receios de uma desaceleração do crescimento económico.

Há algum tempo que Trump reclama que a OPEP deveria tomar medidas para colocar mais petróleo no mercado e assim travar a escalada dos preços da matéria-prima.

 

A pressão tem sido exercida durante os últimos meses e ganhou intensidade há poucas semanas, quando a cotação do petróleo negociava acima dos 80 dólares em Londres  e em máximos de quatro anos também em Nova Iorque. Com as exportações da Venezuela em queda abrupta devido à crise no país e a proximidade da entrada em vigor das sanções ao Irão, os membros do cartel aproveitaram para aumentar a produção, que está agora no nível mais elevado em dois anos. 

 

Mas o presidente dos Estados Unidos "tirou o tapete" à OPEP, pois permitiu que uma série de países (como o Japão, China, Turquia e a Índia) continue a comprar petróleo ao Irão. Isto numa altura em que a produção de petróleo nos EUA continua a aumentar a bom ritmo e atingirá um novo recorde este ano.


(notícia actualizada às 20:41)
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