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Petróleo inverte e volta às quedas. Trump quer preços baixos

Bastou um tweet de Donald Trump para o petróleo negociado em Nova Iorque voltar a cair, prosseguindo o maior ciclo de quedas de sempre.

12 de Novembro de 2018 às 20:15
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O presidente norte-americano quer preços baixos para o petróleo. E aumentou a pressão sobre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), em específico a Arábia Saudita - o membro com mais peso -, para não estragarem o seu objectivo. Após a declaração de Trump, a cotação do WTI, negociado em Nova Iorque, inverteu, voltando às quedas esta segunda-feira, 12 de Novembro. 

"Esperançosamente, a OPEP e a Arábia Saudita não vão cortar a produção de petróleo", escreveu Donald Trump no Twitter, assinalando que, na sua opinião, "os preços do petróleo deveriam ser muito mais baixos tendo em conta a oferta". Esta afirmação teve um impacto imediato no barril negociado em Nova Iorque, que deixou o terreno positivo e passou a negociar em baixa.
Neste momento, o WTI perde 0,8% para os 59,72 dólares por barril, negociando em mínimos de Abril, e o Brent, transaccionado em Londres, cede 0,44% para os 69,87 dólares. A cotação do barril chegou a subir mais de 1% na sessão de hoje com a notícia de que a Arábia Saudita, o maior exportador mundial, vai avançar já com a redução da sua produção. O ministro da Energia, Khalid Al-Falih, disse aos jornalistas que Riade irá cortar já a sua produção em 500 mil barris por dia a partir de Dezembro.

A declaração surgiu no encontro deste fim-de-semana da OPEP que adiou para Dezembro uma decisão sobre o corte da produção, depois de este ano já ter aumentado a produção com receio do efeito das sanções dos EUA ao Irão e também da situação económica na Venezuela.

O tema veio para cima da mesa dado que o crude negociado no mercado nova-iorquino está em "bear market" desde a passada quinta-feira, 8 de Novembro, ao cair mais de 20% desde o último máximo, atingido a 3 de Outubro. Caso feche hoje em terreno negativo, o WTI prossegue assim o maior ciclo de quedas de sempre (11 sessões). 
A contribuir para a depreciação desta matéria-prima está o aumento da oferta – a par com uma subida das reservas norte-americanas de crude – e os receios de uma desaceleração do crescimento económico a nível mundial, o que deverá provocar uma diminuição na procura por petróleo.

Além disso, a entrada em vigor das sanções ao Irão chegou, mas com excepções a países como o Japão, a China, a Turquia e a Índia, o que permite o escoamento da produção iraniana, ao contrário do que se temia anteriormente. Essas sanções tinham levado o petróleo para máximos de quatro anos.

A pressão de Trump sobre a OPEP tem sido constante durante os últimos meses. A própria produção dos EUA deverá atingir recordes este ano assim como os inventários norte-americanos que sobem há sete semanas.

Numa conferência de imprensa na semana passada, citada pela Forbes, o presidente norte-americano reclamava para si os louros: "Se olharmos para os preços do petróleo, estes têm descido de forma substancial nos últimos meses", disse, referindo isso era da sua responsabilidade. "Há um monopólio chamado OPEP e eu não gosto desse monopólio", acrescentou.

Esta queda dos preços do petróleo ocorreu precisamente num período que antecedeu as eleições intercalares nos Estados Unidos onde o preço da gasolina é um factor bastante sensível.

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