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Petróleo em 2018: OPEP acredita que produção continua demasiado elevada

A primeira perspectiva da OPEP para o próximo ano não traz surpresas: o cartel está a produzir demasiado petróleo. Apesar dos cortes já impostos, o grupo admite que possam ser necessários cortes mais profundos para o mercado chegar ao equilíbrio.

Reuters
12 de Julho de 2017 às 16:29
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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) apresentou o primeiro relatório com as perspectivas para o próximo ano. E não há grandes surpresas. Concluído o primeiro semestre do ano, é possível aferir que a produção superou a procura. Em Junho, por dia, a OPEP produziu 32,6 milhões de barris. Mas a produção diária foi superior, uma vez que os dados não incluem por exemplo a produção norte-americana de crude.

Ora, o cartel estima que, no próximo ano, sejam necessários 32,2 milhões de barris por dia, um valor que está acima da produção diária de Junho da OPEP. Importa recordar que em Novembro passado, a OPEP e alguns aliados assinaram um acordo que tinha com objectivo reduzir a produção da matéria-prima. Esse acordo terminava em Junho mas o cartel e os seus aliados decidiram prolongar este acordo até ao final do primeiro trimestre do próximo ano.

O relatório do departamento de pesquisa da OPEP indica, de acordo com a Bloomberg, que este acordo não foi longe o suficiente, o que pode ajudar a explicar a ausência de uma subida sustentada dos preços da matéria-prima após os cortes. Os dados indicam ainda que a oferta da OPEP tinha excedente de cerca de 700 mil barris por dia no primeiro semestre deste ano.

Os dados no relatório da OPEP sugerem assim que são necessários cortes mais profundos para que o mercado de petróleo fique numa situação de equilíbrio. Uma manutenção da produção actual vai traduzir-se num excedente nos mercados de petróleo na ordem dos 900 mil barris diários durante o primeiro trimestre de 2018, adianta a mesma fonte.


Apesar de continuar a existir um excedente na oferta de petróleo, os cortes aplicados tiveram alguns efeitos. As reservas de petróleo nos países desenvolvidos caíram em Maio, o que permitiu uma diminuição do excedente para uma média de cinco anos. Caso a produção da OPEP, na segunda metade do ano, se mantenha ao ritmo de Junho, a organização pode conseguir cortar o excedente mundial em cerca de 70 milhões barris, ficando muito próxima do objectivo do grupo, escreve a Bloomberg.

Por esta altura, os preços do petróleo estão sem uma tendência definida nos mercados internacionais. O West Texas Intermediate ganha 0,36% para 45,20 dólares por barril. Este valor é menos de metade da cotação em Junho de 2014. Por essa altura, o WTI chegou a negociar acima dos 107 dólares por barril, contudo, o excesso de oferta ditou a forte quebra no preço do crude.

O Brent do Mar do Norte, referência para Portugal, cede 0,04% para 47,50 dólares. Em Junho de 2014, o petróleo em Londres chegou a negociar nos 115 dólares.

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