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AIE cautelosa quanto ao equilíbrio do mercado petrolífero

A Agência Internacional de Energia dá sinais de cautela quanto ao equilíbrio do mercado petrolífero. “Precisamos de esperar um pouco mais para confirmar se o processo de reequilíbrio começou de facto no segundo trimestre”.

Reuters
13 de Julho de 2017 às 11:36
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A Agência Internacional de Energia (AIE) está a dar sinais de cautela quanto ao equilíbrio do mercado petrolífero, isto numa altura em que a produção entre os membros da Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) não está a diminuir aos níveis esperados.


"Precisamos de esperar um pouco mais para confirmar se o processo de reequilíbrio começou de facto no segundo trimestre", refere a AIE, citada pela Bloomberg. As estimativas para a oferta e para a procura sugerem que os inventários de combustíveis devem começar a diminuir de uma forma gradual embora "por agora, os números das reservas não suportem este cenário".

As estimativas da agência para a procura e para a oferta apontam mesmo para uma queda de 700 mil barris por dia nas reservas de petróleo durante o segundo trimestre. A questão, salvaguarda a agência, é se realmente se verificou esta redução de Abril a Junho. Até porque os dados disponíveis até ao momento indicam que, no segundo semestre, nos países desenvolvidos verificou-se um aumento nas reservas da ordem dos 215 mil barris por dia.


O reequilíbrio deste mercado estará a ser ajudado pelo consumo de combustíveis. Além disso, escreve a agência de informação, a Agência de Internacional de Energia subiu as suas estimativas para o crescimento da procura. A organização estima agora que sejam consumidos diariamente este ano 1,4 milhões de barris, mais 100 mil barris que na anterior previsão, o valor mais elevado em dois anos.


Ainda assim, a AIE lembra que a subida da produção por parte da OPEP pode ameaçar o progresso no equilíbrio do mercado petrolífero. "Os nossos balanços vão cair de forma constante no segundo semestre se a OPEP mantiver os seus cortes na produção actuais, embora a subida da produção por parte da Líbia e Nigéria complica o cenário", refere a AIE.


Em Novembro passado, a OPEP e alguns aliados assinaram um acordo que tinha com objectivo reduzir a produção da matéria-prima. Esse acordo terminava em Junho mas o cartel e os seus aliados decidiram prolongar este acordo até ao final do primeiro trimestre do próximo ano.

OPEP admite que produção continua elevada

A OPEP apresentou esta quarta-feira,13 de Julho, o primeiro relatório com as perspectivas para o próximo ano. Concluído o primeiro semestre do ano, é possível aferir que a produção superou a procura. Em Junho, por dia, a OPEP produziu 32,6 milhões de barris. Mas a produção diária terá sido superior, uma vez que os dados não incluem por exemplo a produção norte-americana de crude.

Ora, o cartel estima que, no próximo ano, sejam necessários 32,2 milhões de barris por dia, um valor que está acima da produção diária de Junho da OPEP. O relatório do departamento de pesquisa da OPEP indica, de acordo com a Bloomberg, que este acordo não foi longe o suficiente, o que pode ajudar a explicar a ausência de uma subida sustentada dos preços da matéria-prima após os cortes. Os dados indicam ainda que a oferta da OPEP tinha excedente de cerca de 700 mil barris por dia no primeiro semestre deste ano.

Os dados no relatório da OPEP sugerem assim que são necessários cortes mais profundos para que o mercado de petróleo fique numa situação de equilíbrio. Uma manutenção da produção actual vai traduzir-se num excedente nos mercados de petróleo na ordem dos 900 mil barris diários durante o primeiro trimestre de 2018, adianta a mesma fonte.

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