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Petróleo continua em queda. Ataques no Mar Vermelho ainda não perturbam entregas

Várias empresas proprietárias de petroleiros e outras embarcações têm evitado o Mar Vermelho - e muitos navios de transporte de crude e de gás têm estado a mudar de rota. Mas os fluxos de entrega de crude ainda não foram perturbados de forma significativa. E o dólar forte também pesa no ouro negro.

Reuters
16 de Janeiro de 2024 às 17:04
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Os preços do "ouro negro" seguem em baixa nos principais mercados internacionais, com os investidores a avaliarem o impacto das tensões no Médio Oriente e a valorização do dólar – numa altura em que diminui a expectativa de corte dos juros diretores nos EUA para breve.

 

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, perde 0,87% para 72,05 dólares por barril.

 

Já em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a recuar 0,23% para 77,97 dólares por barril.

 

A valorização do dólar contribui para pressionar o petróleo, já que é denominado na nota verde e fica, por isso, menos atrativo para quem negoceia com outras moedas.

 

A escalada da crise do transporte marítimo no Mar Vermelho – com ataques dos houthis do Iémen (apoiados pelo Irão) contra petroleiros e outras embarcações que passam na região, em retaliação contra a guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza – e os ataques com mísseis iranianos sobre alvos na Síria e Iraque têm contribuído para um aumento do prémio do risco geopolítico nos preços do crude. No entanto, os preços poderão encontrar um tecto rapidamente, a menos que haja uma quebra da produção de matéria-prima, consideram alguns analistas citados pela Reuters.

 

"Os mercados petrolíferos continuam sensíveis às tensões no Médio Oriente, mas o cenário de base continua a estar no facto de não estarmos a ver disrupções significativas nos fluxos", comentou Craig Erlam, analista do Oanda. E isso tem levado a que as cotações até acabem por recuar – com a ajuda da robustez do dólar.

 

Várias empresas proprietárias de petroleiros e outras embarcações têm evitado o Mar Vermelho - e muitos navios de transporte de crude e de gás têm estado a mudar de rota, com a decisão a intensificar-se desde a passada sexta-feira, depois de os EUA e o Reino Unido terem lançado ataques contra alvos houthis no Iémen como resposta aos seus lançamentos de mísseis contra embarcações que passa na região.

 

As empresas que faziam transporte marítimo por esta região não deixam de carregar os produtos - deixam, sim, de navegar no Mar Vermelho e de usar o Canal do Suez para atravessar para o Mediterrâneo, ou seja para irem da Ásia à Europa. 

A alternativa é longa e dispendiosa, o que faz subir os preços dos carregamentos: os barcos passam a ter de fazer milhares de milhas extra para contornar todo o continente africano, e assim chegarem à Europa. Como consequência, os navios ficam indisponíveis para outras entregas por mais tempo, demoram mais a chegar ao destino, e também se atrasam a entregar as mercadorias que trazem de volta. Tudo isto pode levar a novas pressões inflacionistas – mas, como a situação ainda não se faz sentir nas entregas de crude, os preços do "ouro negro" continuam frágeis.

 

Enviar uma embarcação da Ásia para a Europa com passagem pelo Cabo da Boa Esperança na África do Sul, em vez do canal do Suez, pode aumentar o tempo de viagem em até duas semanas, pelas recentes contas do Citigroup. Se todo o comércio que passa pelo Suez for alvo de novas rotas, haverá uma redução efetiva de cerca de 6% dos contentores disponíveis, numa base anualizada, segundo os analistas do banco norte-americano, citados pela Reuters.

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