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OPEP já admite reunião extra para travar desvalorização do petróleo
O presidente do cartel prometeu que será feito tudo o que for necessário para equilibrar o mercado petrolífero.
Foi no início de Dezembro que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e países aliados (OPEP +) acordou um corte na produção de petróleo com o objectivo de travar a queda acentuada nas cotações da matéria-prima.
Mas o que foi decidido em Viena, na Áustria, ainda nem entrou em vigor e os responsáveis do cartel já falam de uma reunião extraordinária para deliberar medidas que desta vez tenham o efeito desejado nos mercados.
"E se os 1,2 milhões de barris não forem suficientes? O que quero dizer é que se não for, vamos reunir e ver o que tem que ser feito", disse Suhail al-Mazrouei, ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos. O responsável, que nesta altura também é presidente da OPEP, prometeu que será feito tudo o que for necessário para equilibrar o mercado.
Os estudos do cartel apontam para que o corte de 1,2 milhões de euros de barris que será efectivado no início de 2019 é o adequado para atingir esse equilíbrio. Mas o mercado tem um entendimento bem diferente. Os preços do petróleo entraram em queda livre depois da reunião da OPEP, pois os investidores acreditam que o corte de produção na OPEP será mais do que compensado pelo aumento registado nos Estados Unidos e redução da procura global devido ao abrandamento da economia.
"O plano [de corte de produção] foi bem estudado, mas se não funcionar, temos sempre o poder na OPEP para convocar uma reunião extraordiária", disse Suhail al-Mazrouei, lembrando que tal já aconteceu no passado.
O Brent em Londres fechou na sexta-feira abaixo dos 54 dólares, o que corresponde ao nível mais baixo desde Setembro de 2017. No acumulado da semana os preços desceram mais de 10%, o que corresponde ao pior desempenho dos últimos quatro anos. O saldo negativo neste trimestre também é o pior em quatro anos.
Ao contrário do que acontecia há alguns anos, a OPEP tem nos últimos tempos sido incapaz de condicionar as cotações do petróleo nos mercados internacionais.
O cartel tem como objectivo atingir uma situação de equilíbrio entre procura e oferta de petróleo a nível global, sendo que na agenda ordinária tem um encontro previsto para Baku no final de Fevereiro/início de Março. A reunião onde se deliberam alterações nas quotas de produção só acontecerá em Abril.