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OPEP+ adiciona dois milhões de barris diários até ao fim do ano. Será suficiente?

A OPEP+ ainda tem perto de seis milhões de barris para colocar no mercado e até ao final do ano vai produzir mais dois milhões. Mas será suficiente para atender ao esperado aumento do consumo?

Riade diz não ter pressa em recuperar o milhão de barris/dia de corte adicional da sua quota de produção.
Karim Sahib/AFP
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Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+) chegaram a acordo relativamente aos seus volumes de produção a partir de agosto, depois de superado o impasse com os Emirados Árabes Unidos (EAU), que tinham bloqueado o entendimento por pretenderem que o seu nível de produção, a partir do qual se definem as quotas, tivesse um ponto de partida superior.

O que ficou definido é que vão entrar mais 400 mil barris por dia em cada mês até que todo o corte que tinha sido estabelecido anteriormente seja anulado, e repostos os níveis de produção. Assim, entrarão no mercado mais dois milhões de barris diários até ao final de dezembro, altura em que serão avaliados os desenvolvimentos do mercado petrolífero. Até lá, continuará a haver reuniões periódicas, com a próxima agendada para 1 de setembro.

 

Uma das questões que se coloca é: será este crude adicional suficiente para atender ao esperado aumento do consumo? Os analistas do Goldman Sachs, Citi e UBS estimam que, mesmo com este petróleo extra, a oferta continuará a ser insuficiente nos próximos meses. "Com o mercado petrolífero já em défice e com a procura a superar o crescimento da oferta, o mercado deverá ficar ainda mais apertado este verão. Estamos convictos de que a contínua redução dos stocks mundiais de crude poderão fazer o Brent [crude de referência da Europa] para 80 dólares por barril e o WTI ['benchmark' dos EUA] para 77 dólares", comentou Giovanni Staunovo, analista de matérias-primas do UBS, à Reuters.

 

No ano passado, recorde-se, a OPEP+ cortou a sua produção num volume recorde de 10 milhões de barris por dia, devido à forte queda da procura em plena pandemia e consequente descida dos preços do crude. Desde inícios deste ano que tem vindo a repôr parte da oferta, estando agora com uma capacidade de cerca de 5,8 milhões de barris diários por usar. Com o acordo deste domingo, chegará ao final de 2021 ainda com 3,8 milhões debaixo de terra.

 

O grupo concordou também em prolongar este seu pacto até ao final do próximo ano, quando a data planeada era abril de 2022. Isto para dar mais margem de manobra no caso de a retoma global estagnar devido a novas variantes da covid e ser preciso voltar a fechar as torneiras. E foi aqui que ficou resolvido o impasse com os EAU, que pretendiam ver revista em alta a sua produção de base, a partir da qual são definidos os cortes de oferta. Não só os Emirados verão a sua quota de base aumentar, como também a Arábia Saudita, Koweit, Iraque e Rússia (que lidera o grupo dos 10 aliados da OPEP).

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