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EUA perto de destronarem sauditas como maiores exportadores de petróleo  

Com a Arábia Saudita a adotar uma política de cortes na produção e os Estados Unidos a aumentarem o número de barris, a liderança nas exportações de petróleo está cada vez mais renhida.

Reuters
12 de Setembro de 2019 às 10:30
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A Agência Internacional de Energia (AIE) avança que os Estados Unidos se têm aproximado do nível de exportações do atual líder mundial, a Arábia Saudita. Os dados já registaram mesmo uma breve inversão de papéis.

"O aumento da produção de petróleo de xisto permitiu aos Estados Unidos aproximarem-se, e mesmo ultrapassarem, a Arábia Saudita como o maior exportador", lê-se no relatório publicado pela AIE esta quinta-feira, 12 de setembro.

A agência não olha a este evento como esporádico mas sim parte de uma tendência que se tem vindo a consolidar. "A instalação das condutas e terminais necessários permanece com ritmo, o que virá assegurar que a tendência se perpetua", assinala a AIE.

Esta "usurpação" do trono ocorreu em junho, quando as exportações dispararam mais de 3 milhões de barris por dia, elevando o total de exportações aos 9 milhões de barris diários.

O presidente norte-americano tem vindo a reiterar a vontade de que os Estados Unidos conquistem uma posição dominante no setor energético e, já por várias vezes, defendeu que os preços da matéria-prima baixassem. Chegou mesmo a dirigir-se ao cartel dos maiores exportadores, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), apelando a que não fossem tomadas medidas que levantassem os preços pois "o mundo não aguenta mais escaladas" no valor do barril.

Paralelamente, a Arábia Saudita tem vindo a cortar as exportações por acordo com as restantes nações da OPEP e respetivos aliados, um grupo conhecido por OPEP+, num esforço de controlar os preços da matéria-prima. A favor da liderança saudita está ainda o facto de os Estados Unidos terem enfrentado desastres naturais recentemente, que afetaram os processos de produção. A disputa comercial entre Washington e Pequim também tem travado a maior economia do mundo no que toca a encontrar mercados como destino para as suas exportações, aponta por fim a agência.

2020 é ano de excedente

Esta quinta-feira é dia de os membros da OPEP+ se reunirem e discutirem medidas para prevenir uma quebra acentuada dos preços do petróleo, tendo já indiciado que irão proceder a novos cortes. No relatório lançado pela AIE, a agência alerta para os desafios que 2020 trará ao cartel, dado o previsível excedente.

A procura na primeira metade de 2020 será 1,4 milhões de barris a menos daqueles que foram produzidos no passado mês de agosto, aponta a AIE. A avolumar o problema está o crescimento da produção nos Estados Unidos e noutros países como o Brasil e a Noruega.

 

Apesar dos aumentos do lado da oferta, a AIE não alterou as previsões que tinha para a procura. Estima que em 2019 o crescimento da procura por petróleo se mantenha nos 1,1 milhões de barris por dia e que esse número suba para 1,3 milhões ao longo de 2020. Uma visão mais otimista do que a apresentada pela própria OPEP esta quarta-feira no seu relatório mensal. O cartel cortou as previsões para 2019 em 80.000 barris diários, descendo a fasquia para os 1,02 milhões, e em 60.000 barris no que toca a 2020, ano em que prevê um crescimento da procura de 1,08 milhões de barris por dia.

O barril de Brent, negociado em Londres e referência para a Europa, segue com uma quebra de 0,38% para os 60,58 dólares, naquela que é a terceira sessão de quedas. O barril cotado em Nova Iorque, o West Texas Intermediate, segue a mesma tendência, e cai 0,20% para os 55,64 dólares.

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