Notícia
Petroleiros russos estarão a descarregar junto a Ceuta, denuncia jornalista espanhol
O autor do livro "O Mundo à Venda" explica que esta opção de Moscovo se prende sobretudo com razões de custo e segurança.
As águas ao largo de Ceuta transformaram-se num dos pontos-chave da frota fantasma de petróleo russo, segundo a denúncia do jornalista Javier Blas, especialista em matérias-primas, numa coluna de opinião na Bloomberg.
No porto da cidade autónoma espanhola localizada no norte de África chegam embarcações pequenas – alugadas ou compradas pela Rússia – detidas maioritariamente por empresas ocidentais que deveriam cumprir as sanções decretadas por Bruxelas.
Os navios Aframax, que transportam cerca de 700 mil barris, ao chegar a Ceuta, entregam a mercadoria a grandes petroleiros batizados de Very Large Crude Carrier (VLCC), com capacidade para transportar dois milhões de barris de ouro negro. Daqui, as embarcações partem para o destino final, a Ásia.
Desde dezembro, segundo a Bloomberg, seis VLCC sairam de Ceuta, depois de receber o crude russo entregue por 15 Aframax.
Javier Blas refere ainda que os petroleiros mantém-se a 12 milhas náuticas de Ceuta, de forma a ficar longe das águas territoriais de Espanha.
O autor do livro "O Mundo à Venda" explica que esta opção de Moscovo se prende sobretudo com razões de custo e segurança.
Muitas das tripulações destes navios são marinheiros experientes no seio do mercado negro de petróleo, já que estiveram envolvidos em operações semelhantes ligadas ao Irão e Venezuela, de acordo com os dados da consultora Vortexa, citada pelo jornal espanhol El Economista.